Ser ou não ser, bipolar
Antes era o mundo bipolar. Depois o mundo curou-se da bipolaridade e tornou-se unipolar, desde que o império soviético caiu, ao primeiro abanão, como um baralho de cartas. E, porque não percebeu, que os sistemas construídos contra a vontade dos povos estão condenados ao insucesso.
Agora já não temos ao nosso dispor aquele batido slogan, NEM NATO NEM PACTO DE VARSÓVIA, que tantas vezes usávamos para fazer cartase.
Há, ainda, quem vá dizendo umas coisas contra a Nato, da boca para fora, porque sente as costas quentes. Mas no fundo espera que nos vá defendendo daquele mundo, que alicerçado no fanatismo religioso, ainda nos pode tirar o sono.
Ao fim e ao cabo o mundo continua bipolar ou tripolar na riqueza, nas diferenças civilizacionais, nos extremismos, nas liberdades, no consumo. Continua e continuará enquanto a natureza humana tiver no egoísmo e no cinismo a sua matriz. E embora alguns, à frente dos tempos, assumam o papel do ser solidário não passam de remadores teimosos, ( ainda bem), a lutar contra a maré. Manter acesa a esperança da mudança de mentalidades é um imperativo. Mas será, se for, sempre uma mudança progressivamente lenta. Até lá, vamos precisar de "Natos", adaptadas às novas bipolaridades e em concordância, empenhadas em acções correctoras dos desequilíbrios que dividem o mundo século XXI. Que as mentes dos decisores, hoje reunidos em Lisboa, se iluminem, nesse sentido, para bem da humanidade.
MG