Negócio da China. O regresso ao mar
José Sócrates tem defeitos? com certeza. José Sócrates comete erros? certamente. Mas José Sócrates também possui algumas virtudes. E uma delas que quero aqui acentuar é a sua capacidade para procurar saídas para o conservadorismo económico de Portugal. Tem-mo-lo visto a meter lanças em África...na América, na Ásia...
Os recentes acordos com a poderosa China, os acordos feitos na ou a fazer na América latina, a cooperação com o Magreb e com os países do antigo império são na minha modesta opinião um caminho na direcção certa.
Portugal só se viabilizou como nação independente quando saiu do apertado espaço que ocupa no contexto europeu. A sobrevivência de Portugal sempre esteve no mar em sentido lato e sentido restrito. Em sentido lato quando rasgou horizontes e se instalou em todos os continentes do planeta, onde explorou as riquezas que escasseavam no claustrofóbico espaço interno. Em sentido restrito porque a grande zona marítima do pais possui recursos , inexplorados, que vão desde a pesca até às novas tecnologias.
O virar de costas ao mar nas últimas décadas foi um erro de palmatória. Por isso, assumir de novo uma vocação marítima, adormecida pelos cantos de sereia do continentalidade, é regressar às origens, é assumir, mais uma vez, uma centralidade de que nos temos afastado. É recusar a triste sina de país periférico a que o eixo Bona/ Paris nos quer remeter.
MG