Ar de rock
Vivemos tempos de incerteza. O mundo quase perfeito de prosperidade e bem estar que se julgava intocável parece querer desabar. Haverá muitas e complexas razões para explicar esta mudança. Há uma que me parece evidente e colho-a na lição da evolução histórica. Ao longo dos séculos nasceram e desapareceram civilizações que se consideravam inexpugnáveis. Mas como a actual só o eram na aparência porque os sistemas sobrevivem enquanto se auto-sustentam na suas dinâmicas próprias. Quando estas deixam de dar resposta às necessidades dos cidadãos acabam por colapsar. Podemos estar à beira de uma mudança de paradigma. Cabe-nos fazê-lo de uma forma inteligente e progressiva.
E enquanto nos consumimos na incerteza do nosso dia a dia, achei interessante refugiar-me nos fantasmas do passado, recuar até aos oitenta e encontrar na música um pouco de elixir para as tristezas presentes. Lembrei-me do rock ( como bom patriota) em versão nacional e pus-me a ouvir este som:
E então?
MG
Ai que bem xeiras, que bem xeiras dos sovacos
As meias rotas e os sapatos descascados
Nas avenidas ainda fazes os teus engates
E tudo graças ao perfume patchouli
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
Essas miúdas das escolas secundárias
Com cheiro a leite e o soquete pelo artelho
Ficam maradas com o teu charme perfumado, Yeah
O teu perfume patchouli
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
Essas miúdas das escolas secundárias
Já fumam ganzas na paragem do eléctrico
Conversas parvas com mais buço que pintelho
Não dizem duas quando estão ao pé de ti
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
o-ho, o-ho, o-ho
O que elas gostam de te ver e de cheirar, o teu perfume patchouli
O que elas gostam de te ver e de cheirar, o teu perfume patchouli
O que elas gostam...