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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

20 Set, 2010

Meninas de Coimbra

Hoje fiz a minha visita a Coimbra. Visitei os mesmos lugares, observei as mesmas paisagens, deliciei-me com os mesmos petiscos. Mas sendo objectivamente as mesmas realidades despertam subjectivamente novas sensações. Ir a Coimbra é ver o nunca visto no já visto. É sentir que a liberdade anda à solta, que a cultura não tem idade, que as suas meninas de agora são as suas tricanas de sempre, que vive na eternidade dos seus poetas,  ou na perenidade dos seus estudantes, com ou sem batina, que aliam modernidade e tradição. E porque, por mais retórica que utilize, na essência quase nada consigo acrescentar ao já dito, vou transcrever um texto que escrevi numa visita anterior:

 

Adoro visitar Coimbra. Adoro sentar-me na esplanada do Fórum. Extasio-me com as águas ancestrais e serenas do Mondego, onde repousam amores e desamores de milhares de gerações. Embebedo-me no verde dos seus frondosos arvoredos. Perco-me no casario ondulante das suas encostas que me lembram cidades miniaturas construídas com peças lego. Observo e contemplo. Relaxo o corpo e aquieto a mente.Sinto que fujo por momentos a um quotidiano repleto de cinismo, de mentira, de traição. E não fora uns cavalos fumegantes à solta e em correria sem sentido, como formigas em carreiros de asfalto, julgaria estar no mítico paraíso. Mas mesmo assim Coimbra é uma cidade única na beleza, na personalidade, na esperança.

 

Enquanto vagueava em espírito pela sua existência eterna e admirava as suas tricanas de agora e de sempre, deslizando formosas e inseguras, lembrei-me de Luís Vaz e da sua descalça Leonor.  Sem ter engenho e arte para poetar, atrevi-me a meter foice em seara alheia e apresentar a minha versão pretensamente poética e meramente formal do seu genial poema.

MG

 

De chinelo vai ao shopping

 

De chinelo vai ao Shopping,

morena de pele escura;

Vai  charmosa e bem segura.

 

Na rosto traz alegria,

na boca tem um sorriso,

que  faz perder o siso,

 a qualquer hora do dia;

salpicados de ternura,

os olhos têm desejos,

os lábios sugerem beijos;

vai charmosa e bem segura

 

Na tshirt carecida,

os seios assomam gulosos,

do amor mais desejosos,

que das agruras da vida;

a anca cheia, fogosa

presa na saia apertada,

ondula ao longo da estrada;

bem segura e bem charmosa.

 

MG