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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 

Ontem fui a um casamento. O que querem, obrigações familiares. Quem nunca cometeu esse pecado que atire a primeira pedra. Foi um casamento como tantos outros que ocupam as igrejas e dão trabalho às empresas de banquetes. O senhor cura fez a sua arenguisse habitual: bla, bla, bla. O fotógrafo disparou objectivamente sobre tudo e sobre todos. O cortejo deu colorido às tristes artérias domingueiras. O banquete serviu para o pessoal enxotar transitoriamente as mágoas do quotidiano. No fim não podia faltar a dança dos pés de chumbo. Um casamento à portuguesa onde um gajo se lembra que em tempos foi novo e cheio de ilusões.

 Este matrimónio teve para mim pelo menos uma originalidade: trata-se daquilo que genericamente se chama o dois em um, ou seja casamemto e baptizado. É que os nubentes , ao contrário da prática tradicional, levavam o seu rebento num carrinho de bebé, enfim un peu avant la lettre, isto é já levam um antes do início do jogo. Bom, se esta moda pega, de certeza que vai duplicar o número de nascimentos. E ainda bem porque precisamos de gente para nos pagar as reformas.

MG

 

PS Entretanto lembrei-me duma canção,, do efémero grupo Rio Grande, que hoje é um clássico da música portuguesa: dia do nó