A mão que embala o berço
A comunidade europeia nasceu há 25 anos. É ainda uma criança titubeante e a dar os primeiros passos.É natural que tenha algumas hesitações próprias de qualquer processo de crescimento.
Portugal nasceu de um parto difícil e teve uma infância conturbada. Teve até um começo algo enfezado e poucos lhe auguravam muito tempo de vida. Já na adolescência teve a vida em risco, várias vezes, mas resistiu.Resistiu porque acreditou, resistiu porque lutou, resistiu porque ousou e quis viver. Quando já não cabia no corpo que possuía, rasgou horizontes, ultrapassou mares desconhecidos e projectou-se até onde o levou a imaginação. Contra todos os prognósticos atingiu a maioridade e tem hoje a invejável idade de 800 anos.
A Europa, se quer sair da infância e tornar-se um corpo adulto e saudável deve seguir o exemplo português na sua determinação e vontade de existir. Os países que estão no projecto europeu, tem por seu lado que integrar-se de corpo e alma na sua concretização, o que implica prescindirem de soberanias bacocas e de nacionalismos obsoletos. A Europa para ser um espaço unido e solidário tem de ser mais que uma soma de partes .Tem de ser um corpo unido económica e politicamente. Isto sem pôr em causa as diversidades e idiossincrasias próprias. Responsabilidade, inteligência e determinação, exige-se à mão que embala o berço.
MG