28 de Maio nunca mais
No dia 28 de Maio de 1926 inicia-se em Braga um movimento militar, comandado pelo general Gomes da Costa que anuncia o princípio do fim da 1.ªa República. Na sequência deste movimento as forças mais conservadoras e antidemocráticas da nação tomaram as rédeas do poder e instauraram uma ditadura de quase meio século.
A primeira República com a vida política centrada no Parlamentarismo radical nunca foi capaz de criar estabilidade , nem de respeitar os governos democraticamente eleitos. A República foi assim cavando a sua própria ruína. Só entre 1920 e 1926 existiram 20 governos. A média de duração de cada um foi de cerca de três meses. Crise económica, instabilidade, falta de autoridade do estado, movimento sindical extremamente agressivo foram alguns dos ingredientes deste conturbado período da jovem Republica.
No contexto, actual com o país atingido por uma crise internacional que exige unidade e estabilidade há quem queira levar o país para o caos fomentando instabilidade a qualquer preço. Senão veja-se: temos um governo eleito democraticamente há poucos meses. Mas as oposições políticas e os seus acólitos acham que deve ser derrubado, alegando os mais desvairados argumentos. Que o governo é incompetente, que o primeiro-ministro não tem carácter, que foi eleito com base numa mentira, que engana o povo, que explora a classe média, que oprime os descamisados, que quer privar-nos da liberdade. São apenas alguns dos argumentos dirimidos da extrema direita à extrema esquerda. Para essa gente que não quer aprender com a história a troco de mais umas migalhas de poder pouco interessa o bem-estar do povo. O povo para eles é apenas o trampolim para se alcandorarem até aos meandros do poder. Para eles o povo tem o mesmo valor que teve Gomes da Costa para os reaccionários de 1926. Levou um pontapé no rabo e só parou, deportado, nas ilhas dos Açores.
Pede-se respeito pelas instituições da República, pede-se bom-senso aos políticos, pede-se seriedade aos comentadores e pontas de lança da desestabilização. Para bem do povo, para bem da nação. Para bem de Portugal.
.MG