Escolas para professores?
Consta que no dito guião da reforma do Estado (leia-se guião para despedir) está prevista a venda das escolas aos professores. Sendo as escolas propriedade pública tal intenção significa que as querem privatizar. Escolas privadas são um negócio e deixam de ser serviço público. Nesta perspectiva a educação passa a ser um valor transaccionável. Desta maneira, quem quiser frequentar o ensino tem de abrir os cordões à ,se a tiver. Logo quem não tiver bolsa bye bye escola que é como dizer vai vê-la por um canudo. Deste modo escola passa a significar privilégio de elites.
Mas a questão da propriedade levanta muitas interrogações e variadas preocupações. Partindo do princípio que estas não vão custar dez reis de mel coado e que os professores não nadam em ondas de dinheiro, não consigo entender como as vão comprar. Pode ter-se a expectativa de conseguir um crédito bancário. Mas a não ser que os bancos deixem de ser um negócio e passem a ser instituições de beneficência, não os vejo a emprestar dinheiro a qualquer pé rapado. Assim vender escolas a professores cheira a gozação. Só pode. No mínimo é um insulto à inteligência dos próprios professores. Nesse sentido fico descansado. É mais natural uma escola passar pelo buraco de uma agulha que ir parar às mãos de um professor. A não ser que o leque seja alargado a vastos horizontes geográficos . Aí podem ser compradas por professores chineses, angolanos ou sauditas. Começa a fazer sentido. Às tantas, esta proposta, não é um grande disparate como cheguei a pensar.
MG