Histórias do quotidiano
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Romeu e Julieta-happy end IV
No episódio anterior Romeu com o objectivo de se preparar para conquistar a sua amada, resolveu começar a fazer a sua iniciação sexual com uma boneca insuflável. A experiência não correu bem...
O inspector Marco Shakespeare estava a dormitar no seu banho diário com sais relaxantes , prática que herdara da costela inglesa da mãe,quando o telefone tocou
-Estou…
-Desculpe inspector, fala do piquete nocturno…surgiu uma situação urgente. Um indivíduo identificado ligou-nos e diz que está a assistir do seu apartamento ao assassinato de uma mulher nua. Podemos estar perante o “enguia” o procurado raptor de prostitutas…
- Foda-se agente Damião…tira-me da minha sessão zen por causa de um telefonema…acha que o “enguia “ se punha a jeito de ser apanhado…
-Inspector sigo as suas instruções: nunca se menospreza uma pista por mais irrelevante que pareça.
-Ok. Prepare uma equipa para actuar de imediato.
Quando acabou de devolver a peça de latex à sua embalagem, a campainha do T0 de Romeu tocou freneticamente. Enfiou a pequena embalagem no fundo do roupeiro e foi abrir a porta. Um latagão de um metro e noventa apontou-lhe uma arma: “Levanta os braços e mantem-te quieto. Pode entrar inspector, o suspeito está controlado” Romeu emudeceu. Uma fraca figura embrulhada num sobretudo de tweed verde e com um crachá na mão esquerda disse: “onde está o corpo da mulher assassinada?”. “Mulher, qual mulher”, conseguiu balbuciar Romeu em pânico:”deve haver algum engano” . Qual engano, qual carapuça, recebemos uma denúncia de um vizinho…Agente Damião faça uma busca ao apartamento", disse o inspector , acenando o crachá.
O agente Damião, de alcunha o Buldozer revirou tudo. “Não encontrei nenhum corpo, nem qualquer vestígio de crime, inspector”. “Era o que eu pensava. Deve ser fantasia de algum lunático paranóico”, afirmou Shakespeare procurando eclipsar-se dentro do sobretudo , apertando violentamente o crachá. “As nossas desculpas senhor? …Romeu, conseguiu balbuciar o suspeito, recuperando a voz”.
Ao sair do apartamento o inspector dirigiu o foco de uns olhos verdes pequeninos para o Buldozer e sentenciou: “nunca se esqueça Damião uma pista, mesmo absurda é sempre uma pista. Um indício é sempre um indício. O homem está todos esgadanhado. Vamos mantê-lo debaixo de olho.
Continua