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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

RR Renascença

Eric Moed, neto de um judeu salvo por Aristides de Sousa Mendes

 

 

Trinta sobreviventes directos e indirectos do holocausto nazi salvos por Aristides de Sousa Mendes estão em Portugal para o homenagear. Esta é de todas as justas homenagens ao Cônsul de Portugal em Bordéus uma das, simbolicamente, mais significativas. É um reconhecimento daqueles que condenados à morte por apenas existirem foram, dessa provável e previsível morte, resgatados. A vida que ainda vivem ou que puderam viver, só foi possível com um acto de altruísmo humano, que colocou o direito à vida acima de qualquer real "politik". O exemplo de humanidade presente na atitude de Sousa Mendes não revela apenas coragem, e foi muita, ao desrespeitar ordens vindas da sua tutela política. Revela a capacidade de percepção de que todos somos filhos do mesmo criador, independentemente da cor da pele, do credo religioso ou da situação social. Homenagear Sousa Mendes é elogiar a inteligência. A inteligência expressa no amor incondicional, no "amai-vos uns aos outros". A inteligência de ser capaz de pôr a salvação dos seus semelhantes acima da sua carreira pessoal.

 

No mundo do salve-se que puder, da ganância institucionalizada, da falta de respeito pelas diferenças, da brutalidade sem limites, de fanatismos sem sentido, de abusos de muitos poderes, em nome de ideologias, religiões, de obscuros interesses, precisávamos de muitos espíritos verdadeiramente esclarecidos como o de Sousa Mendes. Mas no universo de irracionalidade maioritária que continua a comandar os destinos da humanidade, os "Aristides de Sousa Mendes" são ainda estrelas isoladas. Contudo, o facto de continuarem a brilhar, não deixa de ser uma réstia de esperança num mundo melhor.

 

MG