Novos e velhos monstros
LI hoje na imprensa, que repousam nos chamados paraísos fiscais, mais de vinte biliões de euros. Que rica vida. Não andam por mãos calejadas, não pagam impostos. Maravilha. Também li que se vivessem como o comum dos mortais, neste mundo cão, gerariam, com dor, para os Estados, para aí cento e vinte, 120, disse bem, mil milhões de euros. Li ainda que este valor, fruto do suor humano, daria para tirar duas vezes a miséria do mundo. Afinal um mundo sem miséria é possível e simples. Basta, para já, que vinte biliões comecem a cumprir as suas obrigações fiscais. Mas não, copulam em paraísos fiscais e reproduzem-se como coelhos nas mãos de meia dúzia de nababos.
E os Estados representantes de todos os cidadãos em abstracto que fazem. Isso mesmo. Nada! Tiram aos muitos que têm pouco. Esses corpos sem rosto que se nomeiam mercados para nos endrominar, dormem tranquilamente em colchões de riqueza que outros produzem. Dormem indiferentes ao sofrimento do semelhante. Semelhante? Só na aparência. Um escândalo à luz da humanidade da raça humana. Para mim ainda nem são Homens. Para mim ainda não adquiriram uma característica fundamental da humanidade: a consciência. Para mim são monstros, novos e velhos, isto é de todos os tempos, com o beneplácito dos daqueles que se dizem nossos representantes. Até quando?
MG