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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Parêntesis na crise. Sobretudo na crise de confiança. Principalmente no desânimo. Hoje é Domingo. Hoje a Primavera deu, finalmente um arzinho da sua graça. Hoje o Sol libertou-se das amarras das nuvens, brilhou e aqueceu sorridente, os nossos dias cinzentos. Hoje, voltemos a recuperar alguma alegria, soltemo-nos dos pés de chumbo(leia-se carpideiras da desesperança) que teimam em nos amedrontar. Hoje, ganhemos asas de sonho e fujamos do caminho de expiação (que não merecemos) em que nos querem manter prisioneiros. Hoje, pintemos a vida de arco-iris.

 

Parêntesis na análise política e na penitência económica. Esqueçamos por um momento que vivemos num país ocupado. Libertemo-nos da condição de reféns de interesses obscuros. Façamos de conta que não existem loucos que continuam a empurrar-nos para o abismo. Sonhemos com utopias de justiça e de bem estar. Acreditemos que toda a iniquidade terá um fim.

 

Parêntesis nas angústias induzidas por génios da tortura. Inventemos o nosso próprio caminho, percorrendo-o sem medo. Olhemos as flores que despontam descuidadas, livres e felizes por existirem. Amordacemos a sisudez que nos plantaram na alma e tenhamos a coragem de sorrir. Para a menina solícita que nos serve o café. Para o vizinho que passa apressado. Para quem quiser e acreditar que o sorriso vence quedas depressivas.

 

Apenas hoje, façamos um parêntesis. Boicotemos as notícias da pantalha informativa. São sempre más. Libertemos os olhos das caras recorrentes que nos perseguem. Dos futuros trágicos que nos prometem. Das chantagens que nos condicionam. Sejamos verdadeiramente livres. Hoje, porque é Domingo, amanhã porque será outro dia. Depois, porque gostámos de o ter feito. Hoje podemos ser poucos, mas dia após dia, podemos ser uma multidão que caminha confiante. Parêntesis a parêntesis.

 

MG