País cativo
Portugal continua cativo
A troika não previne e ameaça o Governo, ameaça os portugueses, os políticos portugueses, a democracia e o Parlamento português, porque Governo e troika são a mesma coisa, falam com a mesma voz. A voz da troika é a voz do Governo, ambos danados porque alguém, neste caso o Tribunal Constitucional, pôs em causa a sua liberdade de fazer o que quer sem respeito por eles, troika e Governo, o mesmo sujeito.
(…)
A nossa tragédia nacional é ter um Governo que não é nacional.’
Pacheco Pereira, em revista Sábado
Quem não se lembra na sua infância daqueles meninos birrentos que quando os afastavam de uma brincadeira ameaçavam: "vou queixar-me ao meu pai". São estes meninos, que travestidos de adultos, dizem ser o Governo de Portugal. Concordo com Pacheco Pereira. Não são. São os paus mandados e assumidos de uma entidade internacional que nos usurpou a independência. Daí que rejubilem, quando representantes dessa entidade nos ameaçam com mais sacrifícios. Daí que chantageiem os cidadãos com a falta de dinheiro para pagar vencimentos e subsídios. Daí que nos atormentem afirmando: "viram, o TC não nos deixou brincar aos subsídios e agora o nosso paizinho vai-vos dar tau tau".
Este não é um Governo de Portugal. Este é um Governo de ocupação. Precisamos como em 1383 de uma nova revolução. Não sei como, mas metaforicamente falando, precisamos de uma nova Aljubarrota. Portugal resistiu ao longo da sua longa história a muitos cativeiros. Saíu desses cativeiros com unidade, esforço e sacrifício. Tinha ocupantes declarados e assumidos. Mas neste cativeiro, os portugueses enfrentam um inimigo bem mais perigoso. Cínico, manhoso, escorregadio, mesquinho. Esperemos que não seja uma tragédia.
MG