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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

No dia 10 de Abril de 1918 as tropas portuguesas que defendiam a frente em La Lys cederam à ofensiva alemã começada no dia anterior.

As tropas do Corpo Expedicionário Português, cansadas e desfalcadas, resistiram até ao limite, em condições bastante difíceis e evitaram que a bem organizada ofensiva alemã, conseguisse o seu principal objectivo: atravessar o rio Lys.

Em mais um aniversário da quase mítica batalha de La Lis recordo a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial e sugiro a leitura do  livro de investigação histórica “Das trincheiras com Saudade” e do romance “Cruz de Portugal”.

MG

 

 

Excerto

"Tenho uma história para vos contar, mas não sei por onde começar. Eu devia andar pela idade de atirar pedras aos pardais quando a República tomou conta do meu país. A partir daí nunca mais tive descanso. O meu pai enfiou comigo numa quinta, a trabalhar que nem um mouro para me tornar republicano, e depois mandou-me para Lisboa, para estudar e me tornar merceeiro. E o meu governo mandou-me para um quartel em Tavira, para me tornar soldado, e depois despachou-me para França, para as trincheiras da Grande Guerra, onde vivi o Inferno"


Sinopse:

«De noite é que é o inferno. […] os telefones retinem, os estafetas põem-se a andar e o S.O.S. sobe ao céu, no vinco luminoso dos very-lights […] até que se apagam e o mundo é apenas escuridão. […] Ouve-se o crac-crac das metralhadoras que o boche despeja e que nós despejamos. E transida, bafejando as mãos, sem sono, a gente escuta o ecos e o nosso coração doente como um velho relógio tonto oscilando entre a saudade dos que estão longe e a ideia de morrer ali, armado e equipado, sonolento e triste, com um cão sem forças.»

Albino Forjaz Sampaio, oficial português na Flandres.