Surfistas
Advertência: texto surf-erótico. Se é susceptível não leia.
Surfista me confesso. Não que surf ondas de trinta metros na Nazaré. Já lá está Mcnamara e eu não gosto de empatar. Eu prefiro surfar a Nazaré. Isto é o meu mar é uma cama, a minha onda é uma mulher. Grande ou pequena, cheia ou esguia, tanto faz. O que interessa é que goste de ser surfada. Com convicção, armo a prancha aliso a praia e espero que se levante a onda. Subo-a com cuidado para não a esvaziar sem auxílio de qualquer reboque. Inspiro o seu odor marinho para me motivar e testo o seu sabor natural. Cavalgo a onda até à sua crista evitando afogar-me nas suas ondulações. Deixo-me absorver nas suas entranhas de água salgada sem nunca me desprender da prancha. Desço a onda sem pressa de chegar. A onda deposita-me e regressa às origens para se refazer e nascer de novo. Entretanto repouso na praia e recupero energia para cavalgar outra onda. É assim a vida do surfista. Umas vezes o mar tem marés vivas e o surfista não tem mãos a medir. Outras vezes espera sentado com uma paciência de Job que o mar saia da pamasceira. A regra básica é da "surfagem" é: estar sempre atento, pois a onda nunca passa duas vezes.
MG