Reversões. Escrever direito por linhas tortas?
Gastaram-se litros de tinta, e usaram-se quilos de palavras, passe o exagero, sobre a questão do penalti revertido. Uma novela que ainda vai durar algum tempo até cair no esquecimento. E a banda continuará a tocar.
Das discussões e opiniões na comunicação social, sairam diversas opiniões, tão ou mais subjectivas, que o próprio lance. Mas na comunicação escrita e falada desenha-se um denominador comum: a decisão do árbitro foi correcta quanto à sua percepção em campo, mas errada em função da análise das imagens televisionadas. Deste modo, e mesmo tendo em conta que o VAR não devia intervir, o facto é que interviu e acabou por se fazer justiça. Por outras palavras escreveu-se direito por linhas tortas.
Em que ficamos? Foi ou não foi falta? Aceito perante as imagens disponíveis, que é uma decisão difícil. A maioria aceita que houve algum contacto, mas ao mesmo tempo usam como argumento justificativo, que não se pode aferir se o contacto foi suficiente, para perturbar a acção do avançado. E assim sendo, concluem, fez bem o árbitro em reverter a primeira decisão.
Para não desperdiçar muitas palavras, nem gastar mais tinta, e cingindo-me aos regulamentos, a verdade é que foram infringidos. Apetece perguntar. porque carga de água o VAR meteu o "bedelho" onde não devia? Porque raio revertiu o homem do apito a decisão que não constituia erro grosseiro? Não os tem no sítio? Do que tem medo? Que consequências teria a decisão original, para o restante jogo e/ou para o resultado final?
Em conclusão, a verdade é que o árbitro revertido, acabou por interferir no desenvolvimento do jogo, por essa e outras decisões. E não é essa a sua função. A verdade é que se infringiram regulamentos. A verdade é que para muitos comentadores encartados, infringir regulamentos é aceitável, para corrigir um eventual e discutível erro, E se o clube em causa não fosse o Sporting, seria assim? A verdade é que num clube sério é fácil bater, até porque também vêm elogios de dentro. A verdade é que essa gente não move uma palha, e não me lembro se alguma vez moveu, para apontar as trafulhices que se tornaram regra, para outros clubes. Para eles, escrever direito por linhas tortas é um bom princípio, sobretudo desde que esteja em causa o Sporting. Eu diria que foi antes escrever torto, por linhas direitas.