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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

O Dr. Pardal invocou o 25 de Abril para considerar que em função dos serviços mínimos decretados pelo Governo, vivemos num a ditadura. Ora esta afirmação fez-me lembrar uma frase de Baptista Bastos que será pertinente aplicar ao Dr. Pardal: onde é que estava no 25 de Abril?
Mas como o Dr. Pardal, advogado de profissão, transmutado, em dirigente sindical de motoristas de camiões que não conduz, não me vai responder, ouso fazer algumas especulações. Nesse dia, em que acabou uma verdadeira ditadura, estive no largo do Carmo ,até ao momento em que Marcelo Caetano se rendeu e foi retirado numa Chaimite. Posso garantir que no largo do Carmo vi muitos pardais, pousados nas árvores e nos telhados, ou a esvoaçar assustados, quando houve um breve tiroteio. Não posso, porém, garantir que lá estivesse o tal passarão.
Uma coisa que me não entendo é porque razão o Dr. Pardal enveredou por uma carreira sindical, numa área que não corresponde à sua profissão. E das duas uma, ou é pago pelo sindicato para exercer essa função, ou tem uma agenda escondida como gato com rabo de fora. Embora ambas sejam possíveis, em simultâneo, eu inclino-me mais para a segunda, sobretudo depois de ler o seu currículo.
Atrevo-me, assim, a afirmar, com as devidas reservas, que o Dr. Pardal se meteu nestas andanças para ganhar protagonismo, e em consequência, fazer tirocínio para entrar no mundo da política. O sindicato dos camionistas não passará, portanto, de uma barriga de aluguer para altos voos, que os camiões e até os “maseratis” não permitem.
Ainda não vi esta tese considerada nos meios de comunicação social, mas parece-me fazer todo o sentido. Se não, porque motivo, não continua a negociar com o patronato, num processo em que já houve avanços e que não está encerrado? Se não, porque joga todas as fichas no tudo ou no nada, sem ter em conta consequências que ultrapassam, largamente, o âmbito sindical?
O Dr.Pardal parece-me querer entrar na política pela porta grande, como uma espécie de salvador da pátria, em linha com os populistas que pululam por toda a Europa. E , em parte, concretizou o seu objectivo: já não é um ilustre desconhecido, mas antes o homem mais conhecido de Portugal a seguir ao “emplastro”. Só que ao contrário do dito, com o seu ar seráfico e as suas falinhas mansas, vai levando a água ao seu moinho.
Arrisco concluir que este homem é perigoso. Mais perigoso que as matérias que os seus motoristas transportam, porque quer voar bem alto, talvez por cima do 25 de Abril, com o qual enche a boca, para considerar que vivemos numa ditadura, só porque o Governo do país resolveu, e bem, defender o interesse nacional, dentro do espírito da lei. Saberá a diferença entre ditadura e democracia? Onde estava no 25 de Abril