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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

26 Jul, 2018

Verão, qual verão

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 Este verão é um incumpridor. Não cumpre o calendário. Ou sofre de amnésia, ou ainda dorme a sono solto. Quem ganha com esta displicência estival é a primavera. Lá vai ocupando o espaço do seu sucessor, que não aparece para mudar o turno. E os adoradores do calor, os que gostam de torrar nos areais que bordam o mar, e por aí andam deprimidos, a controlar o vício, que tenham um pouco de paciência.

Dizem que o verão foi para norte, dar um lamirezinho, aqueles deslavados da Escandinávia. Não sei quanto tempo  vai ficar por lá,  talvez não se demore muito e venha cumprir o contrato que tem connosco. Dizem que para a semana o tempo vai mesmo aquecer, e já vamos poder lagostar. Mas.ver para crer Como São Tomé. Cautela e caldos de galinha.

Eu não ando assim tão incomodado. Não sou muito exigente e até me contento, com este arremedo primaveril. Daquele calor de fritar ovos no capô do carro não tenho saudades. Se o verão genuíno quiser ficar mais um tempo lá para norte que fique. Para mim está bem assim. 

 

 

Não sou adepto de qualquer regime ditatorial, embora do ponto de vista histórico os compreenda em determinados contextos. O regime absolutista dos czars, estava,no início do século XX já fora do seu tempo. Daí que tivesse sido derrubado, dando lugar a uma democracia parlamentar. Mas a burguesia pouca expressiva que a criou, não foi capaz de dar resposta a três problemas do povo russo, a pobreza, a exploração e a guerra.

 

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Perceberam isso os comunistas, dirigidos por sectores da pequena burguesia, mas que conseguiu atrair para a sua órbita, o operariado bem organizado, no que ficou conhecido como os sovietes. É sobretudo com este operariado aguerrido e com o descontentamento do campesinato em regime de servidão, que vão derrubar o frágil poder democrático, dando corpo a um desejo imediato do povo russo, a saída da guerra.

O novo poder bolchevique, não destruiu a forma de poder altamente centralizado, adaptou-o aos seus interesses. A estatização de toda a economia permitiu aos comunistas controlar o poder económico e construir, em termos ideológicos, a sociedade sem classes. Na realidade nunca existiu, continuando a haver, com algumas nuances, uma sociedade dividida, sob um controle absoluto do poder comunista.

O assassinato bárbaro dos Romanov, faz cem anos,  sem qualquer julgamento, mesmo dito revolucionário, foi o sinal das características de um regime concentracionário e dos mais sanguinários da história. Política e economicamente os Romanov já estavam mortos. O seu assassinato, nunca assumido, nem admitido mostra a face de cobardia de quem não respeita os valores humanistas. Nesse aspecto, herdou o pior lado do absolutismo czarista, um czarismo se czar.

Passado um século desvaneceu-se o chamado mistério do desaparecimento da última família do regime absolutista. Abatida e escondida na região onde estava detida. A Rússia cem anos depois ainda não se livrou do poder autoritário.O czarismo continua, assumindo outras faces, mas com a mesma essência totalitária.

16 Jul, 2018

STOP

 

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 A resiliência pode ser uma virtude no comportamento humano, mas quando se em teimosia sem sentido, é um absurdo absoluto. A greve dos professores às avaliações, uma das vertentes do ptransformarocesso de luta, com alguma eficácia no ensino, chegou ao ponto em que se insere na absurdidade. A greve fez o seu caminho, com poucos progressos nas negociações, mas conseguiu, pelo menos deixar portas abertas. Os maiores sindicatos com representatividade na classe docente, já a dera por terminada. Resta, isolado, um sindicato, chamado S.T.O.P.que, segundo consta, representa poucas centenas de professores.

E se se percebe a intenção dos sindicatos representativos, em prolongar a greve até dia treze de Julho, é difícil entender a continuação em greve deste minúsculo sindicato. Ou talvez se perceba, no contexto da história da rã que queria ser boi. Com este radicalismo podem pensar que vão ganhar adeptos e maior número de sindicalizados. Puro engano. Quem está por dentro do sistema de ensino, já percebeu que os professores estão a atingir o limite. Têm outras tarefas para desempenhar e precisam de partir para merecidas férias, a fim de recarregar baterias, para um novo ano lectivo, que não tarda bate à porta.

Neste momento,  insistir em manter a greve, não acrescenta nada, e só serve para colocar professores contra professores. Este S.T.O.P., cuja sigla mais correcta devia ser S.P.O.P. (Sindicato de Poucos Professores) merece um verdadeiro STOP.

09 Jul, 2018

Discurso sobre nada

Hoje apetece-me escrever sobre nada, mesmo sobre nada, ainda que nada seja.

Greves e mais greves, manifestações e mais manifestações. Todas na função pública. No sector privado está tudo como Deus com os Anjos. Uma harmonia suprema. Quando assim acontece é como se houvesse nada. É esse o mundo sem pecado.

Os professores estão felizes. Pararam as avaliações. Não há notas, não há nada para ninguém. Estes gajos do Governo são uma nulidade, o mesmo que nada, nem sabem contar. Chumbaram todos em matemática. Não acertam sequer na contagem do tempo de serviço. Confundem um nove com um dois e tal. Ainda se fossem as meninas do sorteio da liga, vá que não vá, gastam os neurónios a pensar nas unhas de gel. Mas os do Governo, valha-nos Deus. 

Os outros funcionários públicos, quanto a isso nada. Estão feito sonsos à espera da luta dos professores. Se eles conseguirem pôr os tontos do Governo a contar, coisa complicada,  quem sabe se não lhes cai a criança já criada no regaço. Nesta vida há sempre uns otários que vão para a cabeça do touro, levar marradas, enquanto outros assistem de camarote.

Mas para que não os acusem de nada fazer, a malta dos hospitais lá vão fazendo um protestozito por terem passado a trabalhar trinta e cinco e horas e não conseguirem dar conta do recado. Isso é coisa fácil: exigem quarenta horas por semana já , com mais uma grevezita, e fica tudo resolvido. Também os dos tribunais para que não pensem que fazem nada, lá tiveram os seus três dias de glória.

E a oposição senhores? Um nada absoluto. Os dos PCP até se aliam com a direita mais direita, sobre um tal imposto adicional, ao qual deram pernas para andar. O Bloco anda numa roda viva sempre a dizer "agarrem-me que vou-me a eles". A gaita é que ninguém os agarra e não vão. Zero, bola, nada. O PSD é como um Rio que corre da foz para a nascente, numa escuridão tal, que se confunde com um Negrão. Nem nada consegue ser.

E assim vai este país, do tudo ou nada. E como o tudo não existe contentemo-nos com o nada.

 

PS: Há uma coisa que não entendo: onde andavam os sindicatos desde 2011, que não se aperceberam que não  estavam a contar o tempo de serviço? Hibernados? Ou achavam que não se passava nada?

 

 

A imprensa mudou o mundo. Paradoxalmente o mundo que ajudou a mudar foi o resposável pela sua perda de influência, no novo mundo da comunicação. O jornal em papel está hoje ultrapassado por outros meios mais apelativos. Ainda procura adaptar-se e resistir na área digital, como irá acontecer com o Diário de Notícias.

Este, pela sua idade, velho jornal viveu em três séculos e deixa um espólio de gande valia para a posteridade. Ouutros como o emblático Século ou os vespertinos Diário de Lisboa e Diário Popular, ou o assumidamente ideológico República, também já partiram. Sou ainda do tempo em que os títulos dos jornais, faziam parte do pregão dos ardinas ambulantes. queSou ainda do tempo, em que uma maioria da população letrada comprava, diariamente, o seu título preferido. Neste tempo, com menos analfabetismo, e por ironia, vão perdendo hábitos de leitura.

São cada vez menos os compradores de jornais. Hoje é vulgar quem ainda lê faze-lo nos cafés, onde a oferta é limitada a um ou dois títulos, geralmente tabloides. O futuro da imprensa escrita não é risonha. Vai sobrevivendo com muitas dificuldades. O velho DN, que em papel será semanário, não terá,também, vida fácil. Que tenha ainda vida longa, nesta sua nova fase, é o meu desejo.