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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

,,Marcelo Caetano tem como uma das imagens de marca as "conversas em família". Marcelo Rebelo de Sousa afilhado, herdou-lhe, o modelo e o jeito. As prédicas televisivas de Marcelo são as conversas em família do século XXI. Mais de um milhão de fiéis discípulos ouviam-no, religiosamente, todos os domingos. O Presidente eleito teceu paulatinamente a sua candidatura durante anos. Partiu para a campanha com metade dos votos garantidos. A  sua  popularidade mediática, a sua simpatia colocaram-no muito à frente e permitiram-lhe "vender-se" como um produto com credibilidade. As ideias políticas não passaram de um acessório na sua "não-campanha"

O PS, como principal força à esquerda, não conseguiu apresentar um candidato com um peso mediático equivalente ou sequer aproximado. Os trunfos mais poderosos da sua área não foram a jogo. Apostou assim em Sampaio da Nóvoa, um académico, com currículo na intervenção cívica, mas completamente desconhecido no eleitorado menos politizado. A sua abrangência à esquerda podia ter êxito numa segunda volta, mas precisava lá ter chegado. Bem se esforçou, mas a luta era muito desigual. Acresce que teve contra si o velho PS agarrado às fidelidades partidárias.

Mas a derrota da esquerda é consequência da não apresentação de um candidato forte e de uma estratégia comum. O egoismo partidário impôs-se a uma dinâmica de convergência, capaz de mobilizar todo o eleitorado da sua área. A esquerda adormeceu com as conversas em família. Não ganhou nem quis ganhar. Mereceu ser vencida.

MG