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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

"Somos um país pequeno, mas temos um povo que não é maior"

 

a afirmação costuma ser atribuída a Almeida Garrett ou a Alexandre Herculano. Seja como for, demonstra desilusão com a política e com a participação cívica dos cidadãos

 

  à primeira qualquer um cai

 

compreende-se que os eleitores, desagradados com algumas medidas austeritárias de Sócrates, tenham embarcado na narrativa da direita populista e na lábia demagógica de Coelho e tenham votado maioritariamente no PSD e no CDS, fez quatro anos

 

à segunda cai quem quer

 

a coligação da direita não se limitou a meter promessas na gaveta. fez o contrário do que tinha proposto fazer: nos salários, nas pensões, nos impostos. mentiu.

 

quem mente uma vez mente um cento

 

e é isso que o governo, que há muito deixou de governar anda a fazer. com o maior descaramento, com a maior impunidade. se há quem embarque no embuste  do governo/paf, estamos no reino do

 

fui lixado e gosto

 

e quero voltar a ser lixado. a ser verdade que assim é, a afirmação citada tem razão de ser:

temos um povo pequeno, ausente, amorfo, indolente, crédulo, ingénuo, cobarde

 

transido de medo

 

e é porque o governo acredita na indignação de Garrett ou de Herculano, que usou, sem remorso, o chicote no lombo do povo.  e insiste insolentemente em continuar a usá-lo, porque se este, na sua indolência, tende para a estupidez, pode-se pregar-lhes todas as petas, já que as receberá como verdadeiras

 

quando mais me mentes mais gosto de ti

 

e assim dá-se ao desplante de pedir uma maioria absoluta e deste modo engendrar o discurso da arrogância, disfarçada de humildade, numa saga comunicacional que transforma o governo numa máquina de propaganda

apenas

penas vamos continuar a sofrer se voltarmos a cair nesta canção do bandido, neste conto do vigário,

 

somos um país pequeno, mas temos um povo que não é maior

 

ainda me recuso a acreditar

MG

 

 

No dia em que ia fazer onze anos acordei, como sempre acontecia, com a luz matinal que de mansinho escorria pelas frinchas do caniço. A tenebrosa escuridão que me mantinha escondido, entre a enxerga e o cobertor, ia desaparecendo tal como os medos que à noite me povoavam a mente.

Percorri ensonado o corredor que me levava até à pequena cozinha da casa dos meus avós com quem vivia por opção. Da esculateira desprendia-se o aroma do café de cevada que todas as manhãs me aconchegava a barriga. Sentei-se na acanhada e tosca mesa. A avó Maria, alta, magra, quase esfíngica, colocou numa tigela de barro as sopas de café, cheirosas e fumegantes.

O avô, José Carpinteiro, pequeno mas maciço, regressou da sua ida até à venda do Serafim, volta que dava todas as manhãs para “matar o bicho”. Olhou-me e disse:

-Hoje vamos pescar p’ra a ribeira. Temos de apanhar peixe para fazer uma assada. Ouviu e após um breve silêncio retorqui timidamente:

-Mas eu não sei pescar, nem tenho cana de pesca. O avô saiu da pequena cozinha de pedra solta e passados breves minutos regressou com duas canas de pesca.

-Aqui estão as canas - disse. Pega na tua e vamos partir. Temos uma longa caminhada pela frente.

 Partimos em direcção ao local da pescaria. Calcorreamos as margens da ribeira durante cerca de três quilómetros. Nunca tinha percorrido aquele caminho Observei as cores policromas da vegetação ribeirinha. Ouvi os sons dos barrancos a correr e os cantos matinais dos pássaros. Assustei-me com o restolhar dos pequenos arbustos. Seria a manhosa raposa ou a sibilina cobra? Mas sentia-se seguro junto do meu avô.

Chegamos às Pernadas, sítio onde se juntavam duas ribeiras, que tinham decidido unir-se para enfrentaram com mais coragem a sua entrada no grande rio. O silêncio quase assustava. Não se via vivalma. Afinal era domingo, dia de descanso. De repente, a silhueta de uma figura humana desenhou-se no horizonte. Quem será? - pensou José

A  figura tornou-se cada vez mais nítida. Não tinha sapatos e vestia uma roupa suja e gasta. Pensei que seria mais um pescador solitário, pois trazia consigo uma cana de pesca.

- Bom dia - disse o homem.

-Bom dia - respondeu o avô. Será que temos peixe?

O homem fez um gesto enigmático e continuou o seu caminho. 

-Hoje só temos a companhia do “Descalço”, disse o avô.

“Descalço” era uma pessoa estranha àquela pequena comunidade rural, embora nela se integrasse temporariamente. Era caldeireiro de profissão e todos os anos aparecia com as chapas e martelos. Arranjava tachos e panelas, fazia tabuleiros de lata, e depois partia, tão discreto quanto chegara com os seus parcos haveres. Ficava apenas a sua sombra: os pequenos trabalhos, os poucos proventos, a aparente boa disposição, quando ao fim do dia o vinho escorria sem cessar pela sua goela.

 Instalamo-nos num pequeno terraço, junto à margem e preparamo-nos para iniciar a pescaria. A água estava ludra mas serena. O avô carregou os anzóis com minhocas e explicou-me  como devia proceder.

-Quando o peixe picar e esticar o fio, puxa logo a cana!

 Tinha esperança que os peixes o ignorassem. Não me sentia nada seguro. Atirei o fio para dentro de água e esperei. Quando a cana estremeceu puxei-a. Agarrado ao anzol vinha um peixe prateado que se contorcia para ganhar a liberdade. Tentou agarrá-lo, mas era escorregadio e viscoso. Soltou-se da minha  minúscula mão, procurando freneticamente voltar para casa. E teria voltado, se o avô não o tivesse apanhado com a sua mão forte e sapuda. Era um belo exemplar de barbo, escamas largas e douradas. Brilhava ao sol. O avô pôs o peixe no velho cesto de cana.

Para mim aquele peixe parecia uma prenda impossível. Era como se tivesse a missão de dar-me os parabéns pelo seu aniversário.

O avô voltou a alimentar-me o anzol. lançei-o de novo para o pego. Outro peixe picou e a cena repetiu-se… O cesto enchia-se com os reluzentes barbos que rodopiavam à volta do anzol à espera da sua vez.

 O avô lamentava-se: - Na minha cana não pica nenhum…

-Deixe lá avô, já apanhámos bastantes.

O “Descalço” voltou a passar junto a nós, com ar cabisbaixo e desiludido, remordendo entre dentes:

- Vou-me embora. Hoje não consigo apanhar nada. Parece que os malditos se zangaram comigo.

-Pois comigo também - respondeu-lhe o avô. Só picam na cana do moço. E têm razão. Afinal ele é que faz anos!

-Eu já nem sei quando faço anos, nem tenho netos para os poder comemorar,  lamentou-se o "Descalço".

Quando a hora do almoço se aproximava, regressamos a casa com o cesto bem atulhado.

A avó Maria juntou uns cavacos e fez uma fogueira nas traseiras da casa. Logo que as labaredas se cansaram de crepitar, o avô pôs os peixes numa grelha de ferro, sobre as brasas. De vez em quando remexia-as, fazendo-as reviver por entre o nada do fogo.

José, seguia a cerimónia com ansiedade. Crescia-lhe a água na boca a pensar no esperado pitéu. Finalmente o avô anunciou:

- Estão prontos. Vamos a eles!

Vá-se lá saber porquê, José não voltou a pescar. Do gosto do peixe já não se lembra, mas na sua memória aquele dia continua tão nítido e tão presente como se estivesse sempre a acontecer.

21 Jul, 2015

A teia

A campanha eleitoral veio para ficar. Até às eleições legislativas não vai haver um dia de descanso. Do lado da maioria que nos governa, o mote está dado: herdaram o caos e conseguiram estabecer a ordem. Com muitos sacrifícios, com empobrecimento, com desemprego, com emigração. Mas toda a culpa recai nos que os precederam. Portanto, deslocam o foco da discussão da sua acção para o que existia antes.

O que se verifica é que a oposição está a escorregar nesta casca de banana. Deixa-se enredar em discussões bizantinas. Enreda-se no debate sobe a União Europeia, uma situação que não dominamos. O que a oposição devia colocar em cima da mesa era a actuação deste governo durante a legislatura. O anterior foi avaliado e julgado nas legislativas anteriores. Ponto. No próximo eleitoral este é este que tem que ser julgado. E ou a oposição muda a agulha e assume o ataque ou se deixa enredar nesta teia de equívocos e pode ter dissabores.

MG

A União Europeia começou a ser construída pelo telhado. A cúpula do edifício, a moeda única, devia ter sido a estrutura final. A base que sustentaria toda a construção, a união política, ainda nem sequer foi projectada. Por isso o edifício, sem alicerces está em vias de ruir.

Hollande, como o empreiteiro remendão, vem agora apresentar uma emenda bem pior que o soneto. Propõe uma união política composta por seis países. E quais são? Os fundadores! E os outros treze do euro, que função desempenham na estrutura existente? Passam a ser logradouros? Sim, porque a sua solução implica a construção de uma nova UE. E se assim for, significa o fim do projecto europeu como estava a ser concebido. O que,  implicitamente, pode vir a seguir é uma divisão e não uma união europeia.

O projecto da Europa unida precisa de uma profunda remodelação. A união política pela via federalista é necessária e urgente. Há vozes importantes que o têm reclamado. A ideia de Hollande, padece de tiques salomónicos. Não visa a recuperação mas a destruição.

 

MG

 

 

Nas últimas décadas do século XX, no verão, as nossas estradas, de má qualidade, animavam-se com a invasão de carros de grande cilindrada e matrícula estrangeira. Eram os emigrantes portugueses vindos da Europa desenvolvida e que vinham de "vacances" à terra mais madrasta que mãe. Para além do carro, portador de estatuto social, usavam a língua do país de acolhimento para o mesmo efeito. Ainda hoje se utiliza, com carácter anedótico, a expressão:

- Jean Pierre, faire attention, tu va tomber!

...porra... o moço já partiu os cornos!

 

A entrada na comunidade europeia trouxe fundos e mais fundos. Uns perdidos, outros aplicados, com alguma utilidade. Está neste caso a melhoria de infra-estruturas, nomeadamente as estradas. A prosperidade pouco consistente, trazida pelos dinheiros europeus, permitiu que Portugal, no início do século XXI, passasse de país de emigração a país de imigração. Fomos inundados por emigrantes de leste e do Brasil. Os carros dos emigrantes tugas foram diminuindo nas modernas auto estradas.

 

Durante este verão, nos meus percursos por esse Portugal, de norte a sul, pareceu-me ter regressado ao passado.Os automóveis de matrícula estrangeira voltaram em força. Com uma pequena diferença: a cilindrada não me parece tão elevada. Sinal dos tempos. Contudo, o que merece ser assinalado é que bastaram quatro anos para recuarmos ao tempo de um país de emigração, como uma sina traçada na palma da mão. E esse é um destino, que nos é proporcionado por uma elite de gente medíocre, a quem temos entregado, de mão beijada, a direcção desta nação secular. Mas se já saímos doutras situações obscuras, também, sairemos desta. E apenas ouviremos dizer às nossas crianças:

 Tem orgulho, João Pedro, nasceste na mais antiga nação da Europa.

16 Jul, 2015

O IV Reich

Na Alemanha, Schauble tem uma taxa de popularidade de 70%. (Visão) Hitler também teve altos níveis de popularidade e destruiu a Europa, Alemanha incluida. O novo Reich (IV) na senda dos anteriores está, de uma outra forma, a desfazer o projecto de unidade europeia. Os Alemães nunca aprenderam História. Ao humilhar a Grécia, por racismo político, abriu uma caixa de Pandora de consequências imprevisíveis. Hitler tem muitos rostos.

MG

"É uma austeridade com ética"

 

Marco António, membro do governo de Portugal

 

A ética pode ser austera? A austeridade pode ser ética? Ética e austeridade sendo significantes têm um ou mais significados. Há ética na austeridade? Eis a uma boa questão!

Que me perdoem Sócrates, Platão, Spinoza, Descartes, Voltaire, Kant e muitos outros do métier, por meter foice em seara alheia. Ao buscar significados li que "a  ética busca fundamentar as acções morais apenas pela razão" e  em síntese  "pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando se julga do ponto de vista do Bem e do Mal". A austeridade, sendo um termo mais abrangente e que quando aplicada à economia, significa rigor no controle de gastos, o que no plano prático e no panorama actual, seja na Grécia ou mesmo nos Estados Unidos, quer dizer sacrifica-se o bem estar (geral) social para salvar o bolso dos investidores.

Ora quando se sacrifica o bem estar, em detrimento de interesses particulares, estamos perante uma conduta inserida no campo do Bem ou do Mal? Depende da perspectiva. Para os beneficiários directos desse sacrifício, é um acto justo, mas para os prejudicados um roubo. Significa que para os primeiros e seus testas de ferro, aumentar  rendimentos à custa de baixa de salários e de outros direitos adquiridos pela populações é moralmente aceitável. Mas sendo aceitável na sua perspectiva, não o é na dos que ficam ainda mais espoliados. Acresce que estes não deram o seu aval ao que foram obrigados a aceitar pela força dos jogos de poder .

A exploração dos mais fracos pelos mais fortes, pela austeridade ou por outro qualquer processo, sendo essencialmente uma acção da alçada da moral, mesmo mascarada como medida económica inevitável é um acto moralmente condenável. É um acto que põe em causa a dignidade do ser humano.

Quando um governante se serve da ética, como forma de justificar a austeridade/exploração, está a enxovalhar um conceito, atribuindo-lhe um novo significado, traduzido na amenização da austeridade pela ética. Mas casar a ética com a austeridade não deixa de ser um esbulho, para passar a ser um esbulho Bom. O que não é eticamente aceitável é que se distorça de forma grosseira o significado das palavras. O que é eticamente intolerável, é que se considere que, casando o bandido com o benfeitor o livramos da condenação. Uma coisa são logros  e outra são realidades e por mais que os testas de ferro dos "investidores" procurem justificações para as malfeitorias estas não deixam de o ser. O saque despudorado, a falta de respeito pela dignidade humana, não é desculpável. É um crime sem castigo. Não metam a ética nisso.

No tempo em que os animais falavam e eram ouvidos, como vendedores de banha da cobra, chegaram ao governo da nação. Desde então esta ficou conhecida como Coelhândia. Os animais, depois de terem deixado de seguir o cherne, que emigrou para paragens menos pantanosas, deixaram-se iludir pela magia dos coelhos e de animais afins. Até belém foi ocupado por um animal pouco definido, cujas características  o definem como manhoso, chico esperto, matarruano. Uma espécie de javali enraçado de hiena.

Os outros animais que foram na "cantada" ou história para crianças, elegeram-nos por quatro anos que já caducaram. Contudo, sentindo as costas quentes pelo animal de belém, os coelhos e seus lacaios, vão prolongando o seu poder para ganhar tempo. E até alimentam a secreta ideia de se perpetuarem, um pouco à maneira do Triunfo dos Porcos de Orwell.

A assunção do poder perpétuo passará pela escolha de um sucessor para o animal inominável de belém. Traçou-se um perfil. A escolha parece que caíu na Gata Borralheira, uma estranha princesa, que desapareceu à meia noite e só deixou um sapatinho. Só quem o calçar poderá ser presidente da bicharada. Começaram a aparecer os candidatos a experimentá-lo. É meu, é meu, dizem os animais da manada que querem habitar belém. Os outros animais dormem o sono sereno da bela adormecida. Nem sequer sonham com um príncipe que os liberte.

 

12 Jul, 2015

Delim delão

toca o sino

pra procissão

corre o emigra

no seu carrão

estala o foguete

na festa de verão

 

O rosmaninho

rasteja no chão

milhares de rodas

comem alcatrão

baratas tontas

em diversão

felicidade

em poluição

 

À romaria

chega o ladrão

com  muitos sorrisos

semeia ilusão

parte confortado

por grande ovação

o sino repica

pra corrupção

 

Roubam a seara

pra tirar-lhe o pão

espremem o suor

como um limão

esquece-se a injustiça

e a aflição

pára a caravana

e passa o cão

 

Morra o otário

viva o ladrão

mais o vigário

e o patrão

da nação

delim delão

toca o sino

para a extorsão

 

 

Prenhes as praias

de multidão

tostam  os corpos

rolando no chão

cantam hossanas

ao bendito verão

nas águas mergulha

uma ficção

 

Soam as trombetas

e nasce a canção

jovens imberbes

dormindo no chão

juntam os corpos

em comunhão

incham os ventres

porque é o verão 

 

Velho reformado

conta a pensão

leva o andor

vai na procissão

pede a Deus

só mais um tostão

que estes daqui

Já não lh`o dão.

 

O poeta triste

faz uma canção

poema sem rima

exprime a emoção

ninguém o entende

que desilusão

entre ladainhas

passa a frustração

 

Faz-se sementeira

de mais ilusão

a chuva do medo

raio! apaga o verão

já não toca o sino

para a procissão

Delim delim

Delão delão

A pior angústia de quem escreve, por obrigação ou gosto, é a falta de assunto. Nos dias que correm encontrar assunto interessante é quase como procurar agulha em palheiro Revolve-se, revolve-se, e só sai palha. O mundial de futebol já era. Depois de não haver cão nem gato que não tenha dito uns bitaites sobre o assunto é como chover no molhado. Para mais, depois de doses maciças de opiniões e comentários, até enjoa o estômago mais robusto. O vómito está à flor da pele. Não dou para esse peditório.

 

Há pois! E o caso Espírito Santo? Bem, de mansinho como uma brisa matinal vai crescendo e está quase a tornar-se furacão. À partida parece ser assunto que apenas interessa a banqueiros. Parasitas! Que se lixem. Bem, também há os accionistas. Pois, gente de muito dinheiro. Cambada é o que é. Está certo, mas e os depositantes? Bom, os grandes que se aguentem. Exploradores! Os pequenos estão protegidos por uma garantia bancária. Então está tudo no melhor dos mundos. Conversa para encher? Não contribuo.

 

E a Bolsa está mesmo a pirar. Ou não? Pode ser, mas é bem feito. Não me interessa o que acontece a exploradores. Mas lá existem economias de pequenos accionistas. Ou não? A Bolsa é um investimento de risco, uma espécie de casino. Sabe-se. Se puseram lá economias e as perderem é bem feito. Quem tudo crer tudo perde. Garganeiros! Não se perde tempo com viciados. Assunto arrumado.

 

Os mercados começam a ficar nervosos. Aliás, ficam nervosos por dá cá aquela palha. Que fiquem. Bem, mas atrás do sector financeiro está a economia. E a economia somos todos. E lá vamos alegremente de crise em crise até à crise final. Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão. E o mexilhão somos nós. Fazer o quê? Aguentar. Esperar que o mar acalme. Depois ocupar a orla das praias. O verão é curto. Para quê massacrar as palavras se não acontece nada.

 

Ao remexer no baú das coisas passadas encontrei este texto escrito precisamente há um ano. Li e reli. Podia ter sido escrito neste preciso momento. Acoteceu tal e qual. E continua a acontecer. Pois. Aproveite-se o verão. Não acontece mesmo nada.

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