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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Eu tenho dois jogadores

Que em nada são iguais

Sei mas não vou dizer

De qual eu gosto mais

São ambos dois amores

Mas um merece mais

 

Um é alto e tostadinho

Quase de cor da amora

E tem todo o meu carinho

Mas é da boca pra fora

 

O outro sem ser moreno

Desperta grande paixão

E embora mui mais pequeno

Vive no meu coração

 

Eu sei de dois jogadores

E não sei qual o primeiro

Mas há um que ganha sempre

Na ida ao cabeleireiro

 

E se alguém quiser saber

Qual a minha posição

Não esperem que vá dizer

Faço uma demonstração

 

Blablablablablablabla

terterterterterterterter

 

MG

Estou um mar de dúvidas. A culpa é da ministra Assunção Cristas. Ainda, possivelmente, mal refeita dessa nobre missão que é a maternidade, lançou uma medida que não encaixa na máxima bíblica, "crescei e multiplicai-vos", que deu o pontapé da saída para a existência de vida na terra. Trata-se do limite do número de animais domésticos (cães e gatos) por habitação. Quatro. Nem mais nem menos. E porque não sete ou dois, por exemplo. Nem sei em que estudo científico se baseia. Nem percebo qual o objectivo. Nem está claro se se pode recorrer à contracepção. Nem entendi se a medida é extensiva a outros animais. Coelhos, galinhas, papagaios falantes, aves raras, galos capões...

 

O que me preocupa, particularmente, é se também se contabilizam animais decorativos. No caso tenho dois gatos de louça e alguns outros presos em pano bordado. Dos verdadeiros nem um. Não tenho, nem pretendo ter. Não é nada contra os ditos bichinhos. É uma questão de opção. Mas isso cria-me outra angústia existencial. Sinto-me algo encabulado pela não existência de quatro potenciais vidas. O que eu gostaria de saber era se poderia ceder a minha quota, mesmo gratuitamente, a quem adorasse ter mais. Descansava a minha consciência, contribuía para a preservação das espécies e fazia alguém feliz. Onde posso ser esclarecido?

 

MG

 

PS: Preciso de libertar a minha mente para outros assuntos: orçamento, guião da reforma do estado, cortes nos rendimentos...

 

As criancinhas são a melhor coisa do mundo é uma frase feita e já quase mítica com uso preferencial no pós-25 de Abril. Mas para além desta formulação consentânea com o clima associado à recuperação da liberdade política, as criancinhas só são a melhor coisa do mundo quando crescem como adultos equilibrados, responsáveis, tolerantes, solidários, cultos e esclarecidos. Não é isso que tem estado a acontecer. 

 

Uma mudança consistente e duradoura da sociedade, tem se ser  acompanhada de uma mudança profunda de mentalidades. Durante o longo período salazarista os portugueses foram condicionados pela propaganda para um estado de pobreza alegre, humildade virtuosa, ignorância endémica, subserviência natural. No pós-25 de Abril, a mentalidade tacanha do Estado Novo, foi substituída pela mentalidade tacanha do igualitarismo básico e pelo novo "riquismo" popular, pela soberba do rei na barriga , pela sabedoria do chico-espertismo.

 imagem net

 

O 25 de abril falhou na cultura e falhando na cultura destruiu-se num processo autofágico. A educação cometeu erros atrás de erros, numa espiral de eterno retorno. A família, numa interpretação libertina da liberdade, deixou a inocência infantil evoluir ao sabor dos seus impulsos desregrados. A escola demitiu-se de ensinar, esqueceu-se de disciplinar, já não consegue exigir. Acomodou-se ao "facilitismo", deixou-se levar na onda eufórica da inutilidade cultural. Tutelado por analfabetos funcionais em educação real, dirigida por pseudo-democratas do não me chateiem, agravado com o neo-liberalismo do quem quer aprender paga, o  sistema de público é um sorvedouro de recursos sem contrapartida válida.

 

Enquanto não se mudar este paradigma do desleixo e da incompetência como modelo de sucesso, não se altera uma vírgula na sociedade da ignorância, do desrespeito, do não reconhecimento das hierarquias do conhecimento, do poder da boçalidade. As criancinhas poderão continuar a ser a melhor coisa do mundo, mas o mundo não deixará de ser uma brincadeira de criancinhas irresponsáveis e oportunistas.

 

MG

28 Out, 2013

Maioria silenciosa

 

Não interessa o que falam de mim, interessa que falem de mim aplica-se que nem uma luva à novela Manuel Maria e Bárbara com encontro marcado todos os dias no seu Correio Da Manhã. (não no meu , t´arrenego mafarrico de papel) De facto, depois de anos de perfeita harmonia, os dois colunáveis desentenderam-se. Coisa normal nas relações amorosas e nos tempos que correm. Amores para a eternidade terminaram com Romeu e Julieta. Mas porque não acabaram Manuel e Bárbara de forma civilizada? Porque estão a partir a palha a coices e a lavar a roupa suja em público e a pôr toda a porcaria no ventilador?

Avanço com as devidas reservas uma explicação: estas estrelas do planeta comunicacional andavam estranhamente sumidas. Manuel Maria voltou a ser um obscuro professor. Bárbara desapareceu do brilho dos ecrãs. Estas estrelas sem luz própria precisam dos holofotes para existir. Aí está. De forma consciente ou inconsciente encontraram a fórmula para voltar à tona. A novela já tem vários capítulos no jornal das bisbilhotices. Não perca o próximo. Entre capangas, festas, álcool e quem sabe histórias de sexo há ingredientes para prender os basbaques. Entretanto o quotidiano da maioria silenciosa ,silencia-se.

 

MG

"crónicas"

por Naçao Valente, em  07.12.11

O homem escrevia crónicas numa página de um jornal inventado. Escrevia crónicas sobre tudo e sobre nada. Dominava o verbo como poucos. Debitava ideias ponderadas e buriladas até à exaustão. Não cometia um erro de sintaxe nem um deslize semântico. Tudo no seu lugar: não se esquecia de um ponto, não falhava uma vírgula, exclamações quanto baste, os verbos na conjugação certa, os adjectivos no grau adequado, os advérbios e as  conjunções no sítio preciso. As suas ideias eram sempre claras, convincentes, plausíveis, coerentes. Era lido com respeito e veneração.

A crónica “a liberdade das palavras” prometia mais um texto sem mácula. Foi lido e relido pelos habituais leitores imaginários e pelo Director imaginado. Uma e outra vez. Uma e outra vez. Ninguém percebia patavina. As palavras corriam desordenadas como um rio que deixa de respeitar as margens e se move sem sentido aparente, como se não tivesse que cumprir um percurso determinado e alimentar um mar. As frases não se regiam por um significado mas por muitos significantes ou vice-versa.

O Director chamou a tipografia. “Quem truncou este texto”, perguntou,” Ninguém”, disseram, “respeita o original”. “Não pode, pode, não pode…ou então o homem passou-se”.

Os leitores tão amestrados à sua escrita perderam-se nas linhas e nas entrelinhas. -Não pode ser, diziam.- Será que estou bem? -Será que me passei?

Chame-se o homem disse imperial o director no seu papel de director chamou-se e veio sem sujeitos predicados apostos complementos o seu texto não faz sentido não tem nexo que se passa é verdade não tem o meu sentido mas tem o seu porque o deixei fluir livre porque conseguiu soltar-se das amarras de pensamentos condicionados e dizer a sua própria verdade e não a minha como assim afinal foi você quem o escreveu melhor foi ele que me escreveu mas não vai entender pois não é um homem livre

-O homem que escrevia crónicas passou-se mesmo, desabafou o Director. Acontece. Temos de procurar outro. Um que escreva crónicas perceptíveis e ajude a formar consciências.

Amanhã é outro dia e volto a escrever sem me passar. Prometo

Sócrates-Imagina, meu caro Rousseau, que te enganaste em relação ao teu bom selvagem que a sociedade degenerou. O facto é que esse traste feito mau selvagem não voltou às origens como tu previas. Eu digo-te: esse bom selvagem nunca existiu nesta merda de mundo. Lá na Hélade percebemo-lo bem. E procuramos demonstrá-lo. Está tudo documentado. Neste tempo os maus selvagens estão ao virar de cada esquina. Não me esqueço que um betinho cobardola se armou em carapau de corrida e me acusou de ser ,homossexual. O asqueroso disse depois de uma reunião com mulheres do seu partido que eu gostava de outros colos. Chamou-me com todas as letras bichona.Bandalho.

 

Rousseau-A liberdade primeiro. Liberdade de ser, liberdade de amar. Não percebo a indignação. 

 

Sócrates-A indignação é pela verdade. Não tenho essa orientação. Eu sei que lá na Hélade havia invejas da minha amizade com Alcibíades, mas aqui sempre fui um heterossexual. Não condeno quem se inclina para o mesmo sexo e até já o fixei em Lei. Mas o aldrabão só queria tirar dividendos políticos deturpando a minha imagem nos demos cá do burgo. O que merece tal camafeu?

 

Rousseau-Temos de continuar a acreditar na recuperação do bom selvagem. Fazemos-lhe um contrato de boas maneiras.

 

Sócrates-Contrato de boas maneiras uma merda. O coirão devia ser ostracizado. Boca de xarroco. Já bebi uma vez a cicuta mas não volto a fazê-lo. Não gostei mesmo nada. Nadinha. Agora quem o tentar fazer não perde pela demora vai levar o troco. Nem aquele bárbaro da Germânia fica sem resposta. O filho da mãe andava todos os dias a bufar para os jornais notícias sobre o meu país. Que Portugal era uma lixeira, que os portugueses eram lixo. Que tudo era pigs. O bronco queria pôr-nos a pão e água. E está a conseguir. Estupor.O coscuvilheiro é tão inculto que não sabe que foi o grande Ulisses que fundou Lisboa, antes Ulisseia, e que por aqui deixou os seus genes plantados. E só não tirei os punhos de renda há mais tempo por consideração para com chefe desse estupor, que sempre apreciou a minha filosofia. E quem sabe outros predicados não sujeitos a divulgação pública.

 

Rosseau-Sendo assim também não deve saber  que daí vem muito do génio marítimo dos portugueses e que inventaram por mares nunca navegados a globalização.

 

Sócrates-Boa merda. Essa não engulo. Que se foda a globalização. Primeiro serviu para sacar a pimenta lá nas Indias à má fila: "ou me dizes onde guardas a droga ou levas com uma dose de tortura, ou me passas para cá o material ou levas um balázio nos cornos". Agora serve para roubar à escala global: "os mercados assim, os mercados assado". Badamecos.

 

Rousseau- Mas ó Sócrates vejo-te muito ressabiado. Violência gera violência. Quem com ferros mata com ferros morre. Olha o que aconteceu ao camarada Robespierre. Temos de negociar. Eu sempre disse: contrato social.

 

Sócrates-Que contrato social companheiro? Tu continuas a ser muito ingénuo. A gente assina com toda a boa vontade o contrato social e depois o que acontece. Os filhos da puta que mandam, mandam-no logo às urtigas. Combinamos salários cortam-nos. Tiram uma parte dos rendimentos  para recebermos uma pensão estipulada e de um dia para o outro sacam o que estava contratado. Canalhas.

 

Rousseau-Mas desculpa se mal pergunto: não foram os demos que lá os puseram?

 

Sócrates-Os demos, os demos, sempre os demos. Pois foram. Mas por acaso eles já saíram da caverna? Digo-te que não. Lá continuam prisioneiros. Há séculos. Presos na escuridão só vêem sombras que tomam pela realidade. Nunca viram a luz. Decidem de acordo com as imagens que lhes projectam.Umas vezes de uma maneira, outras vezes de outra.Anjinhos. Quando alguém quer trazê-los para a luz, revoltam-se. Olha o que me fizeram na velha Atenas. Chamaram-me charlatão. Acusaram-me de trair a pátria. Tiraram-me a vida. Pulhas. Não voltam a fazê-lo. Não me sujeito mais ao seu voto.

 

Rousseau-Então temos de trazê-los para a luz  para o conhecimento.

 

 

Não querem. Que palavra não percebes. Gostam de ser iludidos. Foram na cantiga do bandido. O PEC IV era austeridade a mais não era? E a que têm agora é menos não é? Ingratos. Foram fodidos com todas as letras por demiurgos populistas. Elegeram para o palácio rosa um estratego sem qualidade, mesquinho, vingativo. Fez-me a vida negra. Lixou-se e continua a lixar-se para o país. Borra-botas. Destruidor da República. "Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível, a ideia do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de recto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública, disse-o a Glauco.  Platão, escreveu-o na República, livro VII. E tu que dizes?

 

Rosseau-Cito Glauco: concordo com a tua opinião até onde posso compreendê-la.

 

 

MG

 

Texto escrito de acordo com a antiga ortografia e com toda a natural parcialidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

O que caracteriza a maior parte dos programas desportivos e dos seus comentadores é opinarem sobre questões de lana caprina. Programas que se debrucem sobre o jogo e sobre a sua análise de forma desapaixonada são cada vez mais raros. Neste início de época, os comentadores encartados estão completamente baralhados com as prestações do Sporting. Tendo em conta as más épocas anteriores, tinham decidido, à partida, que este ano seria mais do mesmo, estando até os dois primeiros lugares atribuídos. Postos perante as evidências, e não querendo dar o braço a torcer, fazem uma fuga para a frente. Os sábios da bola transformaram o Sporting numa equipa de testes. A primeira vitória teria acontecido por mero acaso. Era preciso testar a equipa num jogo fora de casa. Passou no teste com distinção. Pouco significativo. Tinha de mostrar competência com um dito grande. Mostrou. O má período desse grande não permitiu tirar conclusões precisas. No campo de um adversário quase grande é que se ia tirar a prova dos nove. Afinal não se tirou porque essa equipa ficou a jogar com dez. Agora aproxima-se novo teste, na casa do primeiro classificado. Se neste novo teste o resultado voltar a ser positivo os comentadores começam a ficar sem alternativas. Se a equipa de testes não passar desta vez respiram de alívio. Salva-se a honra do convento. A sua tese de que todo o percurso foi obra de circunstancialismos está comprovado. Mas se assim não for, a sua fértil imaginação há-de arranjar outra desculpa para que os testes continuem.

 

MG

O Estado de direito, a independência nacional, a democracia e a justiça são  luxos para tempos de bonança. Em crise, quando o dinheiro falta, a dignidade e a  democracia não passam de lirismo. "Não há dinheiro!" Qual das três palavras não  perceberam? A coragem e o patriotismo são arrebatamentos pueris e a falta de  coluna é maturidade e sentido de Estado. Por isso, não se espantem ao ouvir um  primeiro-ministro dizer que está disposto a tudo para agradar a um ditadorzeco.  Um povo agachado de medo só pode merecer um capacho como líder.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/e-tudo-muito-bonito-mas=f836752#ixzz2iNERVhKY

 

Daniel Oliveira

 

O  homem distingue-se do restante reino animal  porque se libertou da lei da mera sobrevivência natural. Podemos dizer que no âmbito da criação é o único que transporta uma pequena centelha divina. Centelha reconhecida pelos Evangelhos e sintetizado na frase "nem só de pão vive o homem". O homem enquanto ser complexo e evoluído vive de tudo o que alimenta o espírito. Foi capaz de criar e acumular riqueza e com ela ultrapassar a condição de simples animal sobrevivente. Com ela, mas muito para além dela, construiu o homocultural. Reduzir a vida humana a uma questão de dinheiro é como recuar à pré-hominização. Aqueles que por aí vomitam a afirmação "não há dinheiro" não perceberam o longo processo histórico da humanidade. Nunca perceberão que o dinheiro é apenas um meio que o homocultural utiliza no seu caminho para a "perfeição". São velhos do Restelo, são símios com aparência humana, deslocados do início dos tempos. Nem só de pão vive o homem. Qual das palavras não entendem? Seguramente nenhuma.

 

 

MG

A verdade é como o azeite, misturada com a água vem sempre ao de cima. O tempo esse grande mestre vai trazendo à tona o que aconteceu durante o processo que levou à queda do último governo socialista. O maior embuste do período pós 25 de Abril. A mais despudorada manipulação da opinião pública dos tempos recentes. A maior mentira despejada com êxito sobre o eleitorado. O deitar para o lixo, uma solução (o PEC IV) conseguida com empenho, trabalho, competência e firmeza pelo governo de Sócrates, pela direita, para chegar ao poder e pela extrema esquerda, para conseguir eventuais ganhos eleitorais. Uma aliança espúria que abriu as portas à troika e à situação que vivemos. Uma aliança vergonhosa que entregou numa bandeja a soberania nacional. Uma santa aliança que se esteve lixando para o país. E aos filhos da direita, mas também aos filhos da extrema esquerda que agora choram lágrimas de crocodilo, aplica-se a frase "Cravo vermelho ao peito a muitos fica bem, sobretudo faz jeito a certos filhos da mãe". (José Barata Moura) o que significa, sem eufemismos, "a certos filhos da puta".

 

MG 

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