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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

18 Set, 2013

Sai da minha vida

Parva que sou

Nunca desconfiei

das tuas negas na hora do sexo.

Parva que sou

Sempre me fiei

nas tuas desculpas sem nexo.

Mas isso acabou

mais parva não sou

 

Por isso sai, sai da minha vida

Sai desta Seara

Que te alimentou,

Não provas mais da minha comida

Vai prá outra alimentar a tara

Já parva não sou.

 

No SMS tudo descobri

Sobre a vereadora

Que te ocupa o tempo,

E então decidi

Que posso ser loura

Mas não sou jumento.

 

Há tempo que não sabia o que era uma queca

Mas tu estavas bem aviado

Quando descobri

O baton

Na tua cueca.

E nada te disse queria estar em peace

Mal comparado até me pareceu

Um caso saloio

De miss Lewinsky.

Por isso sai da minha vida

Podes ficar com a política e a vereadora

Mas não provas mais da minha comida.

 

MG 

 

 

 

 

 

odisseia.com

 

 

 

Romeu e Julieta-happy end   III

 

Romeu procura encontrar uma companheira. Depois de referenciada sente dificuldades na abordagem. Resolve  consultar cartomantes e astrólogos. Estes dão-lhe a receita para conquistar a sua amada: tem de ser afirmativo e proficiente sobretudo no sexo. Decide começar a sua aprendizagem com uma boneca insuflável... 

 

 

O T0 da periferia possuía uma sala com kitchenete. Uma porta janela sem cortinados dava acesso a uma pequena varanda. Romeu  subiu em passo apressado os dois lances de escadas que o levavam  ao seu apartamento. Atravessou a sala em direcção ao quarto, ansioso por experimentar o equipamento. O vendedor da loja informara-o que à boneca só faltava falar, o que para o efeito podia ser uma vantagem. No resto quase imitava uma tipa de carne e osso. Na sua concepção estivera a beleza de Cleópatra. Mas esclareceu-o que não há bela sem senão..Avisou-o que a ranhura se sofresse excesso de calor poderia bloquear. Dito de outra forma não podia ter uma utilização longa.

 

Depois de insuflar a sua Cleópatra, Romeu achou-a  um pouco anafada para seu gosto. A primeira tentativa de utilização correu mal. Colocou-se em cima da boneca mas esta deslizou fazendo-o dar um trambolhão da cama do que resultou ficar com algumas mazelas superficiais. A sua Cleópatra parecia ser do tipo arisco, pensou Romeu  ainda meio atordoado. Parou para avaliar a situação. Quando começou a ler as instruções percebeu que a engordara. Depois de lhe reduzir a celulite voltou à carga. Conseguiu finalmente ajustar-se  na perfeição. O treino estava a resultar. Sentia que começava a dominar a situação. Senhor de si esqueceu-se do tempo e esqueceu a advertência do vendedor. Quando quis parar estava preso à sua personal trainer. Quanto mais estrebuchava mais aumentava a sua prisão. Num segundo de lucidez descobriu que precisava de esvaziá-la. Mas como, se não tinha acesso à válvula de enchimento?

 

Romeu percebeu que precisava de um instrumento cortante. Não tinha nenhum à mão. Começou a deslocar-se para a kitchenet  com a boneca acoplada. Ao atravessar a sala tropeçou nos pelos da alcatifa e estatelou-se. Com esforço conseguiu arrastar-se até à kitchenet e agarrar uma faca de cozinha. Golpeou-a com  raiva até começar a emagrecê-la. Libertou-se. Só então reparou que não tinha descido os estores da sala. Tarde de mais. No apartamento gémeo situado em frente do seu um olheiro observava-o assustado.

 

continua...

A expressão saloio era atribuída aos habitantes dos concelhos rurais situados a norte de Lisboa. A designação abrangia os cidadãos que se dedicavam à produção e comércio de produtos agrícolas. Tipicamente ainda aparecem representados no seu vestuário com colete e barrete. Mas para além da situação típica de saloio associado a uma zona e a uma actividade e com significado depreciativo de alguém que vive fora da modernidade, existe nesta perspectiva a mentalidade de saloio ou seja e como diz o dicionário Priberam da Língua Portuguesa: parolo, rústico, finório, manhoso,velhaco.

 

Lamento dizê-lo mas o meu país está nas mãos deste tipo de saloio. Começa ao mais alto nível no chefe do executivo, continua no seu vice e em muitos ministros e deputados e termina no expoente máximo da saloiice, a Presidência da República exercida pelo cidadão Cavaco Silva, o saloio-mor. Podemos referir vários exemplos da velhaquice porque se pauta o actual poder político. Um exemplo recente da parolice é forma como estão a ser tratados os cortes das reformas da função pública. Falam de convergência, de privilégios, de injustiças. Procuram considerar estes pensionistas fora da lei. Deputados da maioria no Parlamento afirmam que são apenas trezentos mil os abrangidos. Leia-se apenas trezentos mil votos em três milhões. Nunca vi maior desplante. Estes parolos armados em finórios não merecem um pingo de respeito.

 

Fazer o quê quando na cúpula do Estado está um rústico disfarçado de fato e gravata. Está ali o rei da manhosice. Veja-se: chamou ao diploma sobre os cortes nas pensões imposto extraordinário. Se isto não é um manhoso finório o que será? Note-se a diferença. Se é um imposto transitório já não é um corte. Procura assim tirar os argumentos ao Tribunal Constitucional para chumbar o diploma. Esta saloiada só tem paralelo na ditadura do Estado Novo mas é muito mais perigosa. Actua sob o manto diáfano da democracia e está a dinamitar a unidade nacional atirando cidadãos contra cidadãos.Cria um clima de guerra civil por enquanto apenas mental.

odisseias.com

II-continuação

 

Romeu e Julieta-happy end

 

No episódio anterior Romeu vive o dilema de lhe faltar uma cara metade. Desesperado resolve consultar uma cartomante que lhe traça um destino radioso e lhe dá alguns conselhos. Não fica totalmente esclarecido e resolve consultar um astrólogo.

 

 

 

Uma menina, mesmo menina, de longas e bem torneadas pernas, descobertas por uma espécie de saia que mal lhe cobria as generosas nádegas abriu-lhe a porta e recebeu-o com um sorriso carnudo de orelha a orelha. A coisa prometia pensou Romeu. "Sou Irene, muito prazer" enquanto estendia, num cumprimento, uma mão suave como seda que o deixou cheio de calafrios. "Espere um minutinho, o meu marido atende-o já."  Irene empurrou uma porta, "mor está aqui o senhor Romeu". "Entre, disse o astrólogo". Entrou e viu na sua frente um cavalheiro de meia idade, gorducho, magro de cabelo, com reflexos de neve. "Está bem calçado o magano" foi a primeira ideia que lhe ocupou a mente. Feitas as apresentações, Hórus consultou um mapa astral de onde ia retirando cenários muito genéricos, mas todos promissores. No fim desta breve arenguisse, o discurso descambou para a actividade sexual, o que não estava desenquadrado . No fim Romeu reteve apenas a ideia que parecia faltar: "para conquistar e segurar uma mulher é preciso satisfazê-la sexualmente. Nunca use a técnica do coelho. Prolongue a acção durante bastante tempo...digamos que uma hora é o mínimo...para a deixar bem saciada." Pagou, despediu-se, reviu na saída a escultural menina mulher do cota Horus. Começou a achar sentido ao conselho do astrólogo " para conquistar e satisfazer uma mulher..."

 

 

 

Romeu considerou que terminara a fase de consulta. Estava na hora de passar à acção. Mas sentia que antes de entrar no jogo a sério tinha de fazer alguma preparação. Tarefa que não se apresentava nada fácil. Por acaso lembrou-se de conversas com colegas nas horas mortas. Ouvira falar na Gruta do Amor, um estabelecimento clandestino onde se adquiriam artefactos sexuais. Nessas conversas tomara conhecimento da existência de bonecas insufláveis. Quando entrou na Gruta do Amor Romeu parecia um espião russo dos anos vinte. Ao espesso bigode acrescentara uma barba postiça, uns óculos de lentes grossas e um boné de pescador .Um tipo que parecia chupado das carochas olhou-o de soslaio e perguntou-lhe se podia ser útil. "Venho a pedido de um amigo que vive isolado saber se tem material insuflável." disse procurando disfarçar o tom de voz. Não pretendia pôr em causa a sua reputação de cidadão honesto e respeitador dos bons costumes. "Quer dizer imitação de gajas, feita de latex? Tenho aí material de primeira que até vibra e nunca se cansa.Tem preferência por cor? Tenho-as de todos os continentes e para todos os gostos."Tenho ainda as personalizadas que imitam tipas famosas. Aqui está o catálogo." Levo esta, disse Romeu, o meu amigo  é admirador da Antiguidade, faça-me um embrulho discreto."

 

continua...

 

11 Set, 2013

Perna curta

A mentira tem perna curta. Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo. A verdade é como o azeite vem sempre ao de cima. Apesar destas evidências poucos ou nenhuns resistem à tentação de mentir. Deve até fazer parte do ADN humano. Comprovam-no as criancinhas mal largam os cueiros. E nem se pode ainda  alegar qualquer tipo de aprendizagem. Continuam os jovens quando escondem os maus resultados escolares. E nos adultos é um fartar vilanagem. A refinação aumenta com o aumento da maturidade. A mentira faz parte da sobrevivência do ser humano.

 

Tal e qual. Nenhum político, por exemplo, sobrevive se quiser ser, mesmo contra-natura, paladino da verdade. Nenhum partido ganha eleições se não prometer o que sabe que não vai cumprir. Nenhum líder partidário chega ao topo se persistir na total sinceridade. Nenhum dinossauro autárquico se perpetua montado na autenticidade. Não há chefe religioso que consiga garantir a vida no além. A não verdade é transversal. Da direita à esquerda todos a utilizam. E até os iconoclastas da pureza ideológica não a desprezam. Veja-se a tomo de exemplo a recente biografia fotográfica de Cunhal. Todo o protagonista incómodo, desde opositores de famílias colaterais a membros caídos em desgraça, é retirado da película e condenado ao ostracismo. E tantas vezes sem qualquer efeito prático, o que prefigura uma utilização compulsiva da mentira.

 

A mentira tem perna curta e grande eficácia. Uma trafulhice financeira empobrece milhares e enriquece dezenas. De um dia para o outro. Uma agência de rating, a mentira organizada, com um estalar de dedos, arruína uns países em detrimento de outros. Geralmente saca dos mais pobres para dar aos mais ricos. Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo. Pode ser. Só que quando se apanha já fez os estragos todos. Só que quando apanhados assobiam para o lado. E de mentira em mentira lá vamos cantando e rindo. De tal modo que perigoso não é mentir mas dizer a verdade. Com a verdade não se vai longe. De verdades estão os manicómios cheios.  

odisseias.com

 

 

Romeu e Julieta-Happy end

 

I

 

Romeu Cavaco tinha uma vida igual a tantas outras. Vivia num T0 da periferia comprado com crédito bancário e com a ajuda das economias dos pais conseguidas em anos e anos de poupanças em terra alheia. Trabalhava no comércio da capital cumprindo, religiosamente, o horário da nove às sete. O seu parco vencimento não dava para grandes aventuras mas dava para viver dignamente. No seu dia despreocupado sentia contudo a falta de uma companhia feminina. Ou seja, desesperava por encontrar uma alma gémea .

 

Em tempos, andara enrolado com uma colega de trabalho que o trocara por um comissário de bordo, cinquentão, que trabalhava  numa empresa de aviação americana. A segurança económica falou mais alto. Noutra ocasião fora traído por uma escriturária de Companhia de Seguros que fora apanhada a sentar-se no colo do chefe de serviço. A promoção profissional ganhou-lhe aos pontos. Ainda chegou a ser abordado por uma quarentona divorciada, que o amassou num baile de fim de ano no velho Monumental. Mas quando foi chamado a entrar no serviço, acobardou-se, e deu de frosque. Ultimamente arranjou uma paixoneta por uma lasca desconhecida que todos os dias via passar à frente da loja onde trabalhava. Estava em pulgas para lhe chegar à fala, mas não arranjava maneira. Um dia, por acaso e quando passava os olhos por uma página de um  vespertino viu-se a ler anúncios de bruxas, videntes, astrólogos e outros vendedores de felicidade. "Se a sua vida anda enrolada, o professor Hórus dá-lhe a solução" ou " as cartas da menina Lobélia solucionam problemas de amor" entre muitos outros. Romeu encheu-se de coragem e tomou a decisão:"Vou consultar a menina Lobélia."

 

Tocou à campainha de um prédio antigo na zona histórica, subiu umas escadas de madeira carcomida por muito afago dos mais desvairados calcantes e parou junto à uma porta de madeira velha, onde o esperava a cartomante Lobélia. Conduziu-o até ao gabinete através de uma salinha de espera decorada com imagens de santinhos de devoção popular. Sentaram frente a frente separados por uma mesa redonda coberta com um pano. A menina Lobélia olhou Romeu com ar severo e interrogativo e após um curto silêncio perguntou : " o que pretende saber?" "Queria saber o que dizem as cartas sobre o meu futuro". Lobélia pediu-lhe para partir o baralho e a seguir distribuías sobre a mesa. Virou-as lentamente e com voz firme e autoritária disse, "as cartas afirmam que tem sido infeliz com as mulheres, temos traição, abandono, ingratidão. Pensa muito em fandangos(leia-se sexo real) e vejo aqui uma mulher que o traz embeiçado. "Certo?" Vou dar-lhe um conselho: salte-lhe pra cima para ela se apaixonar por si..."

Romeu saíu animado com o resultado da consulta da cartomante.Tinha recebido informações seguras sobre o passado mas "salte-lhe pra cima..." martelhava-lhe a cachimónia como um relógio de repetição. Saltar-lhe para cima podia fazer sentido, mas como? apenas a visionava em movimento e na posição erecta?" Faltava qualquer coisa no puzle, precisava de mais informação. Foi neste ponto que resolveu recorrer aos serviços do astrólogo Horus.

 

Continua... 

 

 

08 Set, 2013

Esperteza saloia

Passos Coelho tem um lugar garantido na História. Não o terá como governante lúcido, honesto e competente que não é. Muito menos o obterá como grande estadista  que nunca será. Também não ganhará esse lugar por ter destruído em tempo recorde o débil tecido económico português com todas as consequências que se conhecem.

 

A História recordá-lo-á como inventor de tiradas anedóticas sem sentido e sem nexo. Quem não se lembra do "temos de empobrecer", do "vivemos acima das nossas possibilidades" do "não podemos ser lamechas" do "que se lixem as eleições" entre outras. Quando se esperava que moderasse esta faceta ridícula voltou à carga com mais duas pérolas dignas de antologia: "deixemo-nos de lamúrias" e com a atribuição aos opositores do epíteto de "esperteza saloia".

 

Se alguma qualidade clara se lhe reconhece é precisamente a esperteza saloia ou "chicoespertice", agravada com a convicção de que veio ao mundo com a missão de endireitar o que está torto. Sente-se imbuído de uma tarefa divina para a qual foi ungido. Lamechas, lamúrias, sofrimento dos cidadãos são coisas comezinhas. E criar um clima de guerra civil, atirando cidadãos contra cidadãos, para melhor reinar, o que é senão esperteza saloia?

 

As flutuações económicas e sociais são sempre transitórias. A uma curva descendente seguir-se-á uma ascendente. São fenómenos cíclicos sobejamente conhecidos. Contudo, Passos Coelho ficará como um fenómeno genuíno de ausência de pensamento racional. O seu comportamento levará "historipsicólogos" a estudá-lo como um caso de perturbação talvez a raiar a esquizofrenia. Os seus contemporâneos pagarão com língua de palmo e muitas lamúrias terem acreditada na sua esperteza saloia.

08 Set, 2013

Sem tema

Porque se escreve sem receber puto? Avanço uma explicação decerto contestada por muito "escriba". Escreve-se (ou há quem escreva) para alimentar o ego. Se escrever não é tarefa fácil, escrever por escrever dá que pensar. Quantas vezes, o protagonista da escrita fica sem tema, mas mesmo assim força a cachimónia, torra os neurónios na procura do dito. E pronto, puxa do verbo, encaixa umas frases, bota uma qualquer sentença sobre um qualquer assunto. Possivelmente borrou a pintura mas satisfez o ego. E quando aliado à falta de tema, a inspiração nem lhe morde as canelas, sai mamarracho literário. Mas a escrita tem que avançar mesmo que a inspiração dê de frosque. Substitui-se inspiração por transpiração e nasce o texto transpirado. Modesto mas limpinho. Ausentou-se a criatividade ficou a persistência. Tanto esforço, tanto suor e não se recebe puto!
Recebe-se pois, dizem sempre os positivistas. Nem só de pão vive o homem.  Também vive do prazer do espírito, do gozo de dizer e ser escutado, da consolação de ser lido. Pouco? Que importa? A quantidade não se gemina com qualidade. Podem ser poucos, mas são os que nos entendem. Podem ser poucos mas é um privilégio tê-los. Com este simples pensamento linear dá-se graxa à auto-estima, e afaga-se o ego. É bom ser positivista. 
E quando se é positivista todos os santos ajudam, e talvez por isso quantas vezes as teclas do teclado (passe o pleonasmo) ganham vida própria e debitam textos dignos de figurar em antologias! É como se a criatura tomasse o freio nos dentes e superasse o seu criador Acontece, curiosamente , que essas "obras primas" da escrita, que parecem ditadas por musas que encarnam em testas de ferro ocasionais, são os que costumam passar despercebidas a leitores, avaliadores e comentadores. Porquê? Será que não se enquadram nos estereótipos que os condicionam?
  Qual é o sentido deste discurso. Deveria ser um discurso aberto, sem tema e sem inspiração, rolando sem objectivo e sem rumo porque apenas sem rumo tem pernas para andar e razão para existir. Mas se continuar ad infinito, talvez se enrodilhe numa verborreia esquizofrénica. Precisa de um ponto final. Nem sei porque foi escrito. Talvez tivesse ficado provado que se pode escrever sem tema, sem inspiração e sem receber puto. Ficou a experiência e o prazer positivista de dar vida  e espaço a alguma musa desinspirada, mas com direito a protagonismo.  MG

A Constituição da República é a mãe de todas as leis. O Tribunal Constitucional tem constitucionalmente o poder de verificar o cumprimento das leis. É assim desde que a democracia se institucionalizou. Não me lembro de grandes conflitos entre o TC e o poder político, durante o período democrático, até chegar o governo Passos Coelho/Portas. As diversas inconstitucionalidades praticadas pelo actual governo provam que não respeita a Constituição. O que significa que pretende governar fora da lei. Mas para além disso em vez de aceitar a decisão com humildade manifesta a arrogância dos irresponsáveis. Dá-se ao desplante de considerar os juízes do TC de irresponsabilidade. É o grau zero da política.

 

Há muito que comentadores como Medina Carreira defendem que TC é um estorvo e um impecilho. A teoria destes iluminados acha que a vida se resume ao deve e haver. Dizem eles o TC não faz dinheiro. Neste princípio  os cidadãos devem submeter-se ao primado da economia. O primado da economia em roda livre significa o aumento da exploração e das desigualdades. Significa a desprotecção total da liberdade. Cabe à política, através da aplicação do contrato social, moderar os conflitos entre classes. Cabe à política promover a justiça social. A Constituição não faz dinheiro mas garante melhor equidade na sua distribuição. Deixar a governação em roda livre, sem respeito pela lei, é o regresso à barbárie. E é este  o desejo e a vontade deste Governo. De facto, como diz o senhor Passos Coelho, o TC não cria empregos, mas pode evitar que o Governo os destrua.

 

MG  

 

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