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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

21 Mai, 2013

Interrogações

Porque vai o ministro do Estado e das Finanças de Portugal reunir-se com o ministro Schauble do governo alemão, a propósito do programa de ajustamento? Apesar de não ter sido "eleito coisíssima nenhuma" como disse com veemência, é ministro do governo português ou pau-mandado da Alemanha em Portugal? Interrogações pertinentes e preocupantes.

 

MG

A religião tem na vida humana um papel fundamental: a imortalidade. A crença religiosa permite ao homem enfrentar a morte não como um fim, mas como uma mudança. Essa crença tem reflexos na própria humanização. Numa outra dimensão, a existência de uma força superior que nos protege , garante uma segurança sem paralelo na vida terrena. Assim se multiplicam os santos e os santuários como lugares privilegiados de culto. É o que acontece em Fátima, local de fé e de esperança para multidões de fiéis.

 

Atribuem a Nossa Senhora de Fátima imensos milagres. É uma das suas funções como intermediária do poder divino. Mas para além dessa função, não me parece que se lhe possa atribuir actividade política. Essa está atribuída aos homens e faz parte do seu livre arbítrio. Por isso quando vejo o inquilino de Belém, dizer, por sugestão da primeira dama, que na aprovação da sétima avaliação da troika houve "mão" de Nossa Senhora, se não for ironia (atributo que por norma não faz parte das características do Presidente) só pode ser um aproveitamento lamentável da religiosidade das pessoas. É o grau zero da política.

 

MG

 

18 Mai, 2013

Recordações

Foto: A certa altura realizávamos passeios históricos, pelo concelho de Alenquer, sob a orientação dos inesquecíveis Padre Zé, Prof Guapo, e de outro colega, que neste momento não recordo o nome (o de barbas brancas). Esta foto foi tirada junto à Igreja de Aldeia Gavinha. Anos 83, 84 (?). Quem se lembra? O Gabriel ainda estava entre nós (o tocador de viola).

 

Uma amiga (Fernanda Abreu) que não vejo há muito tempo mandou-me, via facebook, esta foto tirada no início dos anos oitenta, junto a uma bonita igreja de uma terrinha chamada Aldeia Gavinha, durante um visita de professores da Escola Secundária de Alenquer, ao Património do concelho, patrocinada pela autarquia alenquerense. Aqui estou na primeira linha no estilo bombazina, com um farfalhudo bigode e um ar pretensamente intelectual. Já me curei! Muita água correu entretanto debaixo das pontes. Alguns companheiros de então foram levados pelas correntes para outras paragens, outros navegaram para outras dimensões onde espero tenham o lugar que merecem. Os que por aqui ainda andam, com mais ou menos rugas e mais ou menos cabelos brancos, continuam a manter a jovialidade e a mesma juventude. Sim porque esta está no espírito e não no BI. Desses tempos míticos de confiança nos contratos sociais, de esperança no constante aperfeiçoamento da humanidade, pouco resta. Nesse dia alegre e soalheiro em que ficamos imortalizados numa película fotográfica, nenhum dos presentes pensaria na volte-face que que hoje estamos a viver. Uma regressão civilizacional impensável. Esse mundo que tínhamos orgulho de estar a construir  para nós e para os vindouros já quase não passa de uma ténue recordação. Bendita recordação. E é nela que de quando em vez nos refugiamos numa fuga consciente a esta realidade desumana que nos estão a impor.

MG

 

16 Mai, 2013

Regresso ao futuro

Pode ser um lugar comum, uma verdade à La Palisse ou uma filosofia esotérica, quando se diz que o passado é uma recordação, o futuro uma perspectiva e apenas o presente a vida no concreto. É no agora que respiramos, sentimos, pensamos. Há certamente quem não se liberte do passado e quem aponte a felicidade para o futuro. Isto, se for reflexão especulativa, tudo bem. Mas quando este pensamento é assumido por alguém que tem influência nas nossas vidas, como o actual inquilino de Belém, torna-se bastante grave. De facto, o senhor Presidente convocou finalmente o Conselho de Estado. Mas convocou-o para abordar a calamitosa situação da economia, o desemprego de um milhão de cidadãos, os níveis imorais de pobreza, o aumento descontrolado da dívida, a incompetência e a insensibilidade social da governação?  Não! Convocou-o para se pronunciar pelo período pós-tróika, o que acontecerá, na melhor das hipóteses daqui a um ano. É o que se chama empurrar a realidade com a barriga. Sim, porque um Presidente que perante a situação do país a caminhar para o abismo, reúne os Conselheiros para fazer um exercício sobre o futuro, só pode ter o sistema digestivo na cabeça.

Eu estou cismado. Cismo com a cismação que para aí vai. Cismo com Portas fechadas que querem fazer crer que estão abertas. E cismo com a credulidade que toma o ilusionismo por realidade. É como viver num circo. Os espectadores acreditam nos truques do ilusionista, sonambulam a mandado do hipnotizador, riem com as alarvidades do palhaço rico e até ajudam no número do palhaço pobre. E ainda pagam bilhete. Eu cismo.

 

De tanto cismar já estou grisalho. Grisalho de raiva reprimida. Grisalho de impotência contida. Grisalho de tanta falta de vergonha. Os cabelos branqueiam todos os dias com tanto sobressalto. Os cabelos brancos já não são venerados, nem sequer respeitados. Os cabelos brancos já não representam experiência e sabedoria. Os cabelos brancos são um cisma grisalho, um mau cisma, comem e não produzem, são uma praga de cigarras que é preciso exterminar.

 

Eis minhas senhoras e meus senhores, meninos e meninas o CISMA GRISALHO, todos os dias num cinema perto de si. Venham ver a actuação portentosa  de mestres na arte do fingimento. Admirem as piruetas do BOM e o poder de falo (queria dizer fala) do MAU para nos fuck a toda a hora. Vejam o descaramento do VILÃO que  não foi eleito para o papel, mas que o representa-o a preceito e gosta. Venham ver uma  história hardcore onde num Império dos Sentidos todos, mas especialmente os grisalhos, acabam capados. Pornografia e terror nunca vistos! Imperdível!

 

PS: podia ser menos metafórico e mais explícito? Podia, mas não quero. Eu não escrevo para as massas. Nunca Passo uma linha vermelha. Estou demasiado cismado. Quero ver se fujo deste filme e mesmo grisalho, quero passar despercebido entre os pingos da chuva. É que não gosto de ser fuked. Chateia-me!

 

MG

10 Mai, 2013

Bois transmontanos

da net

Revolta?

 

Não sou nada versado em assuntos taurinos. Sempre ouvi, no entanto, falar das virtualidades da carne de vaca transmontana, com especial enfoque na badalada posta mirandesa. Acredito, piamente, nos elogios que lhe são atribuídos. Acredito na potencialidade das tranquilas pastagens naturais e da faculdade que têm para  proporcionar aos animais uma vida calma e muito zen. Certamente que serão felizes enquanto não se transformam em bifes no prato de qualquer carnívoro. Mas quer gostemos ou não é essa a razão da sua existência.

 

Fez-se notícia na comunicação social a história de dois bois bragantinos que durante a sua viagem para o matadouro resolveram contrariar o seu destino e fugir do camião que os transportava. Não foi dito como, se calhar para encobrir a ajuda de eventuais cúmplices. Seja como for,  o certo é que estes animais demonstraram inteligência acima da média. Levanto até a hipótese de serem caso de estudo como sobredotados, dentro da sua espécie. Tudo leva a crer que tiveram capacidade para escolher entre ser carne de refeição e animais autónomos e livres. Assim assumiram a sua sobrevivência e se fizeram ao mundo.

 

Não sei se na sua capacidade bovina previram que não vão ter vida fácil. Há um grupo de zeladores da ordem no seu encalço para os capturar. Uma das estratégias adoptadas consiste em mandar uma vacas para os seduzir e trazer ao redil. A sua resposta a esta armadilha irá comprovar se a sua acção foi apenas obra do acaso ou um acto consciente e deliberado. É como o teste do algodão. Se forem atrás das vadias dão crédito à sua condição de cornudos agindo por impulso instintivo. Se as recusarem, mesmo que mordendo os beiços, dão corpo à tese da sua sobredotação. Prova-se que sabem resistir à conversa fiada para apanhar papalvos. Mostram mais lucidez que muitos eleitores humanos. A ver vamos. Vou estar atento.

 

MG

 

 

 

 

 

 

09 Mai, 2013

Bananas

imagem da net

 

Aqui manifestamos opinião. Concordamos, criticamos, alertamos. Temo-lo feito bastas vezes em relação à situação do país. Sem seguidismos ou fanatismos políticos. Analisamos com o intuito de contribuir para um debate sério e esclarecedor. Contudo, constatamos que o debate no país está inquinado. Existe a verdade oficial e as outras. Ao que parece só a versão oficial está correcta. Todas as restantes estão erradas. Estamos numa espécie de totalitarismo delirante. Pratica-se terrorismo social sem dó nem piedade. Contra a inimputabilidade não adiante argumentar. É inútil gastar mais latim. Vale mais falar das potencialidades da fruta.

 

Hoje escolhi a banana. A banana é um bom alimento, rico em nutrientes de alto gabarito. Quem ainda consegue dinheiro para a comprar deve fazê-lo, pela sua saúde. Sempre tira algum proveito. Sim, porque se tiver , quem tem, as suas economias no Banco, corre sério risco de as ver erosadas por esse vento delapidador chamado troika. Antes bananas.

 

Cuidado porém com as bananas que parece que nos caem no regaço. Foi com essas que nos levou ao engano o senhor Silva. Foi com elas que muitos embananados escorregaram na cantilena do PSD há dois anos. É graças a elas que muitos papalvos ainda acreditam na história da carochinha de um tal Gaspar. O efeito das bananas está devidamente comprovado. Sem elas não teria sido possível capturar o macaco fujão chamado Otelo. Resistiu a todas as manhosices menos à sedução-isco da banana. E sem mais nem menos perdeu a liberdade que estava a construir.

 

Se não resistirmos à vigarice da banana, após anos de evolução, estamos quase a voltar a condição de macacos. Andamos por aí amestrados à espera da recompensa e à mercê de tratadores. Adeus país de descobridores. Benvindos ao país de bananas. A selva, sem regras e sem leis já chegou. Ossanas.   

Miguel Sousa Tavares, Pode homem sozinho dar cabo de um país? [hoje no Expresso]:

            ‘Pode, se o deixarem à solta: é o que Vítor Gaspar está há quase dois anos a tentar fazer a Portugal. Ele dará cabo do país e não deixará pedra sobre pedra se não for urgentemente dispensado e mandado regressar à nave dos loucos de onde se evadiu.(...) tudo aquilo que Vítor Gaspar sabe fazer e faz, qualquer merceeiro, sem ofensa, sabe fazer: contas de somar e subtrair. Agora, faltam-lhe 6,5 mil milhões? É fácil de resolver, basta agarrar numa caneta e num papel.
            Ora, vejamos: conta de subtrair — tiram-se 2 mil milhões aos pensionistas e 3 mil milhões aos salários dos funcionários públicos. Temos 5 mil milhões, faltam 1,5. (...) aumenta-se o IRS (o único imposto que ainda garante retomo acrescido na receita fiscal). Aí estão os 6,5 mil milhões — a "reforma do Estado". Mas alguém lembra então a Gaspar que isto vai significar menos consumo privado e que menos consumo significa mais falências, mais desemprego, mais subsídios de desemprego a pagar
            (...) É assim que Vítor Gaspar governa o país, perante a aquiescência do primeiro-ministro e a cumplicidade do Presidente da República. Eles sustentam que tudo fará sentido e valerá a pena no dia em que Portugal regressar aos mercados.

 

              Não é um sonho, é um delírio: quanto mais o PIB cai mais sobe a dívida pública, calculada em percentagem do PIB. E, quando olharem para nós, sem a "protecção" da  t

    roika,

            , o que irão os mercados ver? Um país em recessão permanente, com a dívida sempre a subir e governado por Passos Coelho e Vítor Gaspar. Em que filme de aventuras é que eles aprenderam que um país assim é salvo por filantropos? Não, Gaspar não nos vai levar de volta aos mercados, a não ser em condições de estertor final; ele vai é levar-nos de volta a um novo resgate. E esse vai fazer-nos retroceder cem anos.’