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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

09 Jul, 2012

Ao sabor da pena

Que pena ter pena,

Pena de quem pena.

 Pena de quem não cumpre a pena

 Pena de quem não tem pena para contar a cena.

Tanta pena que não merece uma novena

Pena de quem nunca pena

 

Tenham pena de quem pena

sem pena para cumprir

e tem pena

de decidir.

Tenham pena de quem tem pena

para cumprir

Faz uma cena

e não quer ir

cumprir.

E com pena, não vai

Ai!

 

 

Que pena não ter nada pra escrever

Que pena ir ao sabor da pena

e sair esta cena.

 

poetapena

Ó Relvas, Ó Relvas

Diploma à vista.

És um artista

da oportunidade,

transportas o vício

da facilidade!

(três vezes)

 

Nascestes no mundo Jota

E nele foste formado

Para enganares quem vota

e chegares a deputado!

 

Ó Relvas, Ó Relvas

canudo no bolso.

 És um colosso

da velocidade,

fizeste num ano

a universidade

a universidade

(três vezes)

 

 

Tens orgulho quando falas

da inédita formatura,

sem nunca teres ido às aulas

Tiraste a licenciatura!

 

Fizeste o curso com tento

e muitas dificuldades,

agora serves de exemplo

às novas oportunidades!

 

Ó Selvas, Ó Selvas

indígenas à vista.

Sou ciclo turista

de universidades,

quem tem olho é rei

nas minha cidades!

nas minhas cidades!

nas minhas cidades!

 

Poeta diplomado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem nunca se apaixonou por estrelas das galáxias das artes que atire a primeira pedra. Confesso, sem vergonha, que para esse peditório já dei. Confesso, sem arrependimento que sofri a tortura  dessas paixões platónicas, porque na  prática não são concretizáveis. E nem se quer se coloca a questão de serem ou não correspondidas, porque entre o cidadão comum e esse mundo estelar existem distâncias insuperáveis. É quase impossível aceder ao Olimpo onde habitam. Resta sonhar e sofrer no silêncio da nossa intimidade. Mas como em tudo às vezes acontecem excepções.   Foi assim que certo dia me cruzei com uma star, do teatro nacional, em carne e osso, por quem meu sofrido coração palpitava. Estava sentado a jantar com colegas de estudo, num restaurante credenciado, quando a dama saiu da sua nave prateada e entrou vaporosa e linda na companhia de outros astros do mesmo universo. Logo um solícito empregado (também apaixonado?) se lhe dirigiu com uma deferência de fazer inveja. Por momentos intermináveis desejei assumir aquele papel. Depois da surpresa inicial aspirei a colocar-me no seu horizonte visual. E como quem recebe um brinde de um deus generoso, a dama, ao passar pela minha mesa dignou-se, como numa atracção fatal, fulminar-me com o seu olhar de uma candura infinita. Aí, o meu coração disparou mais rápido que um carro de fórmula um, de tal modo que quase me saia do peito arfante. O meu rosto reflectiu incontroláveis emoções. Desde o vermelho vivo até ao branco robbialac, mostrou o catálogo de todas as cores do arco-íris. Sentada ao meu lado, uma companheira de mesa, das que estão sempre presentes, mas nas quais nunca reparamos, amparou-me para não me diluir no assento que me suportava. O meu coração tinha sofrido tão grande aceleração que a seguir quase parava. Lentamente, fui-me recompondo com a ajuda e paciência  de quem me acompanhava. O prozac natural de graduação etílica elevado foi-me trazendo de volta ao mundo terreno do nosso contentamento descontente. Mantive-me firme. Não abri o jogo. Ninguém ficou a saber o motivo da minha abrupta indisposição. Muito menos a causadora involuntária da situação. Espero que quem, agora, ficar a saber. não dê com a língua nos dentes! Até porque esse amor não se concretizou, mas teve o mérito de despertar em mim o poeta escondido. De facto desse encontro nasceram estes versos de coração quebrado, que dedico a todos os apaixonados mal correspondidos (ou não):

 

   

Por causa dela,

Mas só por causa dela,

Meu coração bateu tanto

Que partiu uma costela!

 

Toda a minha juventude

Metido numa ilusão,

Foi com a sua lembrança

Que venci a solidão;

 

Nas noites escuras e frias,

Guardei sua imagem bela

E sobrevivi aos dias

Mas só por causa dela:

 

Sempre no meu pensamento,

Passei tempos a sonhar,

E  concretizei o meu intento

Quando a pude encontrar;

 

Encontrá-la foi um espanto,

Enfrentá-la uma mazela,

Meu coração bateu tanto

Que partiu uma costela!

 

Cronista apaixonado

dir.coolclips.com

 

Parafraseando o escritor Lobo Antunes numa crónica da revista Visão, "agora deu-me para ficar bonito". E vai daí, toca a caminhar que nem um desalmado. Mas porque aqui, por onde caminho, ainda não existe um daqueles percursos de país desenvolvido, tenho de partilhar as ruas, bem perfumadas com fumaça diesel, com parceiros de quatro rodas, 

 

Ao fim da tarde saio da minha área de conforto, mais antiga e mais tradicional e atravesso-a quase sem ver vivalma. Como um descendente de descobridores passo uma espécie de Bojador e entro, sem pedir licença, num mundo completamente diferente. Ali continua a falar-se português sem TLEBES e sem acordo ortográfico, mas um português mais suave, mais adocicado, menos bárbaro. É como se estivesse numa expansão ao contrário. Gente colorida na pele e nos gestos. Mais alegre, muito mais alegre. Mais jovem, muito mais jovem. As crianças estão fora dos seus casulos e brincam despreocupadas na rua. As mulheres tagarelam ou fazem trabalhos manuais. Os homens em pequenos grupos discutem sabe-se lá o quê. Um pequeno grupo comandado por um capitão, faz exercícios físicos com método de treino. E eu observo e admiro e sinto-me renascer, pelo menos em espírito.

 

Agora, quando parto da minha zona sisuda, reservada e mais envelhecida, no meu jogging vespertino, já não sei se vou para ficar esbelto e elegante sem protuberâncias inestéticas ou se vou  para mergulhar nessa aventura de desoberta. Se calhar, não perdemos os genes acumulados durante gerações! Se calhar, o nosso ADN, caldeado na mestiçagem, sabe que é na mestiçagem e na diversidade que o mundo se renova. E nesse aspecto somos campeões.

 

Ao fim da tarde lá  vou à aventura...

 

Cronista acidental

02 Jul, 2012

Amargo de boca

 

 

Não sou adepto do tipo de futebol praticado por "la roja". Mas no jogo com a Itália, contrariamente, ao que aconteceu noutros jogos, ganharam com mérito e com brilho. "Felicitaciones".

A selecção portuguesa faltou-lhe apenas um bocadinho assim   para estar na final. Perdeu, talvez, uma rara oportunidade de ser campeão. Tinha todas as condições para ganhar a esta Itália. E merecia. Fica o amargo de boca!

 

MG

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