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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Portugal é filho da crença. Gerou-se contra a impossibilidade. Desenvolveu-se na adversidade. Maturou-se na determinação. Resistiu a invejas e cobiças. Venceu poderosos adamastores. Uniu continentes, povos e culturas.

Contrariou profetas da desgraça, ultrapassou descrenças, acendeu esperanças. Tem quase 900 anos e nunca sucumbiu. Portugal escreve-se com Afonso Henriques, D. João I, D.João II, D. João VI, Marquês de Pombal, Fontes Pereira de Melo, Gil Vicente, Camões, Pessoa...e nunca com velhos do

Restelo, vencidos da vida, derrotistas . Todos os que se orgulham de ser portugueses e que acreditam em Portugal, vejam, revejam esta lição de história positiva simples e directa. Os outros,os que desvalorizam o país e incensam a  eficácia de qualquer troika, mudem de país ou juntem-se aos Verdadeiros Finlandeses.

 

 

 

Ontem ouvi um famoso economista/fiscalista televisivo sugerir que devíamos contratar a troika para nos governar. Ou seja, entre milhões de portugueses não existem três com capacidade e competência para o fazer. Estes senhores, seriam uma espécie de génios, uma raça superior que iria pôr os indígenas na ordem.

 

Convém recordar, que dessa plêiade de génios  tivemos o nosso  Salazar. Convém também recordar, que já fomos governados várias vezes por luminárias estrangeiras. E para as mentes distraídas passamos a enumerar: 

 

1580-1640: governo dos castelhanos Filipes, com o seguinte balanço:

1- participação em diversas guerras ao serviço dos interesses de Castela;

2-destruição da nossa frota naval;

3-perda de vários territórios coloniais.

 

1807-1810: governo dos representantes franceses de Napoleão , com o seguinte balanço:

 

1-fuga da corte para o Brasil;

2-roubo de património

3-descalabro da economia.

 

1810-1820: governo inglês de Beresford, com o seguinte balanço:

 

1-condicionamento da independência,

2-perda do exclusivo do comércio colonial,

3-aumento de taxas alfandegárias.

 

Estes resultados, entre outros, são a marca da genialidade dos governantes estrangeiros. Uma nação com oitos séculos e que teve de lutar pela sua sobrevivência contra inimigos bem poderosos e que curiosamente conseguiu vencer as maiores dificuldades pelos seus meios, não precisa de salvadores estrangeiros. Precisa antes de matar, de vez, Miguel de Vasconcelos 

 

MG

06 Mai, 2011

O elogio do diabo

Correio da Manhã

 

 

Sejamos claros: a chamada TroiKa não é uma instituição de benemerência, nem um grupo de ingénuos escuteiros. Os homens que a compõem são o rosto visível do capital financeiro que governa o mundo, sem nunca ter sido eleito. Basta um dedo mínimo de testa para perceber isto. E Sócrates com todos as suas limitações e mau carácter sabia-o bem. Por isso lutou como soube e pôde, para evitar que estes incensados personagens se instalassem em Portugal. E se a luta era à partida de David contra Golias, tornou-se numa derrota anunciada quando a oposição  interna resolveu, por calculismo político, aliar-se aos inimigos externos e abrir-lhes a porta principal.

 A resistência foi quebrada e a capitulação anunciada. Os representantes dos usurários aterraram em Portugal com uma rapidez inaudita, o que mostra que já estavam de armas e bagagens prontos para avançar. Nem é despautério pensar que já tinham comprado o bilhete. O governo derrubado, vencido e depois de fazer o possível para minimizar os danos é censurado. A direita política, ao invés,  segundo se depreende da notícia, terá recebido os elogios da Troika. Ainda bem . Merece-os. Fica-lhe a matar o elogio do diabo a quem deliberadamente vendeu a alma. Talvez acabe a fazer-lhe companhia no inferno.

ZC

 

 

Às vezes escrevem cartas. Escrevia-as soror Mariana. Escreveu-as Maria Velho da Costa, com outras duas Marias. A carta é uma forma de comunicação um pouco em desuso, mas foi durante o século XX o elo de ligação privilegiado entre as pessoas que precisavam de se manter em contacto. Nas cartas se expressavam emoções, se combinavam casamentos, se anunciavam nascimentos, se descreviam desgostos e desilusões, se faziam negócios, se lamentavam partidas (com tarjas pretas), se preparavam visitas, se confirmavam regressos "adeus até ao meu regresso".

 

Hoje, no tempo da mediatização, a carta voltou à ribalta. E a quem devemos este ressurgir da prática epistolar. Nem mais, nem menos, quem diria(?), que ao PSD. Ele são cartas para o governo, ele são cartas para a troiKa. Consta que para o governo foram cinco e sempre com a mesma lengalenga: qual a situação das contas públicas? E depois de , segundo dizem, não terem recebido resposta conveniente já se preparam para escrever uma carta de compromisso para com a troika. Compromisso? O PSD  parece andar a oferecer-se em casamento à moda antiga.  E outra coisa  seria de esperar de um homem do passado como Catroga? Mas olhe, porque não segue antes o ditado "não escreva vá"  e  porque não se inspira nesta canção de Sérgio Godinho e Viriato Cruz?

 

 

MG  

04 Mai, 2011

Peditório

 

Qual é a tua ó meu, andares a dizer quem manda aqui sou eu? Eu sei, eu sei que tens a faca e o queijo. Eu sei, eu sei que tens o poder? Mas eu, também, sei que somos nós que pagamos. E também sei que a tua existência não existe sem a existência dos pagantes. Portanto não deites fora o menino com a água do banho. Para esse peditóro não podemos estar sempre a dar.

 

02 Mai, 2011

Dizem

mondopulpo.blogspot.com

 

Dizem que os países ricos da UE se fartaram de alimentar os incorrigíveis preguiçosos do Sul. Dizem que muitos governos imaculados gostariam de os chutar para fora da zona euro. Dizem que responsabilizam os gastos da desonesta periferia pela sua situação interna.

Não dizem que a economia destes países se alimenta do consumo dos irresponsáveis consumistas, que incentivaram a consumir os seus produtos. Não dizem que as suas dificuldades são reflexo de anos liberalização económica sem regras. Não dizem que esta desbunda foi apadrinhada por governos da área política da direita. Não dizem que os beneficiários do projecto europeu têm de ser todos os europeus, independentemente da geografia e da cor da pele. 

É preciso dizer, sem papas na língua, que o sonho de uma Europa unida só é possível na unidade solidária. É preciso lembrar que o objectivo dos estadistas, que, desde o tratado de Roma, arquitectaram a união europeia sempre pautaram a sua acção pelo espírito de cooperação e entreajuda. É preciso recordar que os nacionalismos conduziram a Europa para duas guerras trágicas.

 

É preciso dizer que a Europa só será um espaço de paz , de estabilidade e de progresso quando enterrar a hidra nacionalista, quando for um corpo com várias partes mas uma única cabeça. É preciso avisar que esta UE de comando multicéfalo não tem futuro, nem para os ricos, nem para os pobres. É preciso prever que a desunião egoísta que grassa impunemente conduzirá o espaço europeu para a estaca zero, com repercussões negativas na vida de todos os europeus.  Precisamos urgentemente de mudar de rumo e construir um novo paradigma, com os valores generosos, que permitiram acreditar numa Europa na vanguarda do progresso mundial, sem nacionalismos bacocos e patriotismos obsoletos.

MG

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