Jangada de Pedra
msn.buscape.com.br
As oposições partidárias, os inimigos pessoais e figadais de Sócrates, veem criando uma ficção de Portugal navegando numa jangada de pedra. De um dia para o outro, Portugal desligou-se da Europa e do mundo e lá vai à bolina por mares aonde lhe acontecem todas as desgraças por culpa única do seu timoneiro. Este é pintado a negro como um demónio, que vai conduzindo a barca e os seus santos tripulantes para o inferno. Esta jangada nas suas misérias, está imune à crise internacional, à especulação dos mercados, aos humores e interesses da oposição, ao boicote de PECs, à sacanagem das agências de rating, à imposição de troikas. A palavra de ordem dos jangadistas oficiais e da sua corte de acólitos de punhos de renda ou de jagunços do insulto e da boçalidade é "temos de afogar o timoneiro". Feito isto, uma nova geração de salvadores conduzirá a jangada para o seu ancoradouro paradisíaco, onde toda a mentira, toda a maldade, todos os delinquentes serão castigados pelos males que provocaram. A pureza ,a geração sem defeitos, reinarão por mil anos.
Mas no mundo real em que vivemos não há demónios ou santos. Há demónios e santos.Isto é todos somos um pouco de uma coisa e outra. E é isso que garante a riqueza da humanidade. Se Deus quisesse criar uma sociedade perfeita e angelical não teria encerrado o paraíso. E muito menos teria dito, como expresso nos evangelhos, aquando da condenação da mulher adúltera: "quem não tiver pecados que atira a primeira pedra".
ZC