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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

15 Abr, 2011

Rebanhos II

Sem prescindir dos seus princípios, das suas crenças Zeca Afonso conseguiu passar pela vida sem se engajar a nenhum rebanho. Embora alguns tentassem incluí-lo na sua manada, mostrou que é possível ter uma intervenção cívica que está muito para além dos horizontes fechados dos campos de qualquer pastor. Um exemplo. Quanto é doce .

 

 

15 Abr, 2011

Rebanhos

apoiort.com

 

Todos nós, quer queiramos quer não, consciente ou inconscientemente, pertencemos a algum rebanho. Ou a um rebanho clubístico, ou a um rebanho político, ou a um rebanho religioso, ou ao rebanho de algum culto musical. Faz parte do ADN da humanidade e é quase tão natural como respirar.

 

No nosso(s) rebanho(S) obedecemos cegamente ao chefe do mesmo. No seio da carneirada, apaga-se o racionalismo e acende-se a emoção. Nunca ou raramente agimos em função de análise objectiva e imparcial da situação, mas de acordo com a posição oficial do pastor. Tratamos o rebanho como um filho; por mais asneiras que faça estamos sempre ao seu lado. Vejamos alguns exemplos: a nível clubístico seguimos sempre a posição oficial do nosso grupo em qualquer conflito entre pares; na religião, somos tolerantes ou  fanáticos, consoante a linha adoptada pela hierarquia; na política, seguimos a posição dos lideres: se dizem que o FMI é mau-morra o FMI; se dizem que o FMI é bom-viva o FMI; se nos mandam comer sapos, comemos sapos por mais amargos que sejam. Só que o FMI, não é bom , nem mau, antes pelo contrário, só que os sapos são uns bichos, cuja utilidade não devia servir para  degustação.

 

Eu entendo esses comportamentos de acordo com a psicologia de massas. Eu entendo o meu próprio comportamento, no contexto do meu rebanho, embora não consiga contrariá-lo. No minimo procuro ser honesto com a minha pessoa. Eu não entendo aqueles que fiéis ao seu rebanho, persistem e penso que convictamente, a fazer crer aos outros que o seu rebanho é o mais branco, enquanto os outros carneiros são filhos de ovelhas negras.

 

Todos os dias vejo gente a afirmar que se este país tivesse sido governado pela esquerda comunista, por exemplo, seria um paraíso. Concerteza que seria diferente, não sei é como. Mas para encontrar uma aproximação proponho a análise de experiências nessa área: URSS, Roménia, Bulgária, Albânia, Cuba, China, Coreia. Serão ou terão sido paraísos? Quem tem a coragem de se tresmalhar só por uns momentos?

 

Quando dentro do meu rebanho, sem pôr em causa a sua identidade, procuro ter capacidade crítica e ajudar a mudar comportamentos que acho errados por parte dos pastores, estou a prestar um serviço bem mais importante à sua condução, do que se aceitar acriticamente o rumo imposto. E ganho autoridade para me recusar a  engolir os sapos e sapinhos, agora tão preciosos até nos portais informáticos.

 

MG