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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

intratecal.wordpress.com

 

Hitchcock,o mestre do cinema de suspense nasceu no dia 13 de Agosto de 1899 na Inglaterra e morreu, no dia 29 de Abrilde 1980, aos 81 anos de idade, em Los Angeles. Entre suas obras, estão clássicos como Festim Diabólico (1948), Janela Indiscreta (1954), O Homem que Sabia Demais (1956), Um Corpo que Cai (1958) e Psicose (1960).

Notícias terra

 

 

  Hitchcock mais do que um mestre do cinema de suspense, foi um mestre do cinema: pela sua capacidade de ficcionar a realidade e a própria irrealidade; pelo engenho de prender a um ecran o espectador/actor da rotina do quotidiano, da puta da vida; pela arte de proporcionar emoções virtuais procuradas e controladas.  

 

Ao contrário da realidade real, da fome, da exploração, da desgraça,da injustiça, a ficção cinematográfica permite ao cidadão libertar no ambiente protegido de uma sala escura, os seus medos, as suas frustrações, os seus desencantos. E essa psicoterapia colectiva e bastante económica é uma benesse que devemos aos grandes mestres da 7.ª arte.  Hitchcock que  hoje recordo e homenageio é um deles. 

Quem fez o 25 de Abril? Foi o Salazar. Confira isto e muito mais no vídeo sapo que aqui publico:

  Este homem terá feito o 25 de Abril! (voz populi)

MG

 

Os conhecimentos de história dos portugueses andam pelas ruas da amargura. E não apenas de história universal mas até de história pátria. E não apenas da longa e gloriosa história da nação lusíada, que no tempo da outra senhora nos obrigavam(bem hajam) a encornar, mas até da história recente dos últimos 50 anos. Ao ver este vídeo arrepio-me, fico estarrecido e rio para não chorar. Como é possível tanta ignorância? O que está a falhar no nosso ensino? O que está errado na nossa comunicação social? Comentadores políticos a mais? Morangos com açúcar em excesso? Futebol por atacado?

 

Proponho que se começe o ensino da história portuguesa pelos últimos cem anos. Esqueçam-se os austrolopitecos e quejandos e ensine-se os grandes momentos da gesta lusitana para o bem e para o mal: a fundação afonsina, a refundação joanina, a visão globalizadora de quinhentos, a lucidez pombalina, as lutas pela liberdade, as vistas curtas do salazarismo, o 25 de Abril. Avalie-se em exame nacional os conhecimentos de história. E torne-se o conhecimento da história portuguesa obrigatório para poder progredir.

 

Um povo que não conhece a sua história, não tem identidade. Um povo culturalmente ignorante não pode ser protagonista de progresso. Um povo que adormecido para a realidade é factor de retrocesso civilizacional. Caro visitante leitor, que reflexão lhe merece este inquérito mediático?

 

 

Teresa Torga Teresa Torga

Vencida numa fornalha

Não há bandeira sem luta

Não há luta sem batalha

 

José Afonso

 

 

 

 A propósito de um post que publiquei em Setembro sobre a canção Teresa Torga de José Afonso,recebi este elucidativo e magnífico texto de Alan Romero, que descobriu que a personagem da canção era real . Descobriu ainda que gravou canções e teve a gentileza de me as facultar em versão áudio. Os meus agradecimentos. Aqui as deixo a quem interessar.
MG

Teresa Torga e a música de Zeca Afonso

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Quem é Teresa Torga? Até há bem pouco tempo, muitos portugueses julgavam tratar-se de uma personagem inventada pelo compositor e cantor José Afonso, o nosso Zeca Afonso, ícone da canção lusa do período da Revolução dos Cravos, e infelizmente falecido em 1987. No seu LP "Com as minhas tamanquinhas", de 1976, este misterioso nome dava título a uma das canções. O compositor, em diversas entrevistas, sempre disse ter se inspirado numa notícia de jornal.

 


De degrau em degrau
composição de Nóbrega e Souza e Jerônimo Bragança
interpretação de Tereza Torga

 


Rua sem luz
composição de Antônio José e Nóbrega e Souza
interpretação de Tereza Torga


A letra fala da triste história de uma artista decadente que, numa atitude tresloucada, dançava nua em plena tarde numa avenida lisboeta. A cena inusitada atraiu a atenção de um repórter que, no entanto, não conseguiu fotografá-la devido aos protestos dos transeuntes, revoltados com o que consideraram uma exploração degradante. Entretanto a canção tornou-se um clássico da luta pelos direitos da mulher em Portugal.

Só em 2006 o texto original foi dado a público, através do livro "Os loucos dias do PREC", de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira. A notícia, publicada originalmente no Diário de Lisboa, confirmava o conteúdo da canção e dava mais pistas: ela tinha sido fadista, atriz de teatro de revista e vivido durante algum tempo no Brasil. Reportava também a sua condição de paciente de um conhecido hospício.

Recentemente, o blog português "Rua dos dias que voam" localizou uma entrevista de Teresa Torga na extinta revista Plateia. Ela fala dos sete anos em que morou no Rio de Janeiro, tendo trabalhado com Maria Della Costa, Costinha e outros grandes nomes do teatro e da televisão. A musa de Zeca Afonso mostrava sua face: a matéria é ilustrada com duas fotos, as únicas conhecidas da artista.

Mas o que mais despertou a minha curiosidade foi a referência a um disco que ela teria gravado com as canções "De degrau em degrau" e "Rua sem luz".

Imediatamente mergulhei no Google em busca dessas gravações. Revirei a internet de ponta a ponta até que localizei essa raridade no acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga! Trata-se de uma edição do selo Chantecler, de 1962, talvez a única cópia existente, preservada graças a esta instituição.

Teresa Torga aos poucos vai saindo da bruma do esquecimento. De suposta personagem ficcional passou a ter existência documentada. Depois viu-se-lhe o rosto. E agora ganha voz!

A Associação José Afonso agradece à Discoteca Oneyda Alvarenga a oportunidade única concedida aos fãs do Zeca de poderem ouvir tão preciosos áudios.

Alan Romero
Jornalista, pesquisador musical e colaborador da Associação José Afonso

 Um homem de fato e gravata, cabelos brancos, mas lesto como um gato saltou para cima da guarita do quartel e com um megafone falava à multidão.

 

 

 

-Acorda Zé, começou a guerra…

 

As palavras modeladas pelo timbre arrastado do Alentejo, ricochetearam como balas perdidas no silêncio da manhã adormecida.

 

Acorda Zé, estão a dizer na rádio para as pessoas ficarem em casa e  estão a pedir aos médicos para se dirigirem aos hospitais…

 

Não havia dúvida, aquela voz única era a do João Cabeça Rato, português de Cuba, que comigo e outros hóspedes ocupava a casa de hospedagem de D. Regina. Levantei-me ainda embrulhado numa manta de sono. Dirigi-me à cozinha onde o João roía uma carcaça, com  o ar rude  de um camponês na cidade. Eram 7H30M do dia 25 de Abril de 1974. Num rádio de transístores uma voz firme anunciava:

 

-Aqui posto de comando das Forças Armadas…Conforme tem sido difundido, as Forças Armadas desencadearam na madrugada de hoje uma série de acções com vista à libertação do País do regime que há longo tempo o domina.
Nos seus comunicados as Forças Armadas têm apelado para a não intervenção das forças policiais com o objectivo de se evitar derramamento de sangue. Embora este desejo se mantenha firme, não se hesitará em responder, decidida e implacavelmente, a qualquer oposição que venha a manifestar-se.
Consciente de que interpreta os verdadeiros sentimentos da Nação, o Movimento das Forças Armadas prosseguirá na sua acção libertadora e pede à população que se mantenha calma e que se recolha às suas residências. Viva Portugal”(1)

 

Enquanto bebia à pressa uma chávena de café de cevada e continuava a ouvir os receios do João e os comentários de ocasião de outros companheiros, comecei a aperceber-me que a ditadura fascista tinha os dias contados.

 

-Eu fico aqui com os més pés quentinhos, até ver o quisto dáá, dizia o Cabeça  Rato

 

-A vida continua. Vou até à margem Sul. cumprir tarefas profissionais,disse eu sem disfarçar uma tremura vocal.

 

A camioneta ronceira atravessava a maior ponte do Estado Novo e aproximava-se da outra margem. Do alto do Cristo-Rei espreitavam canos de canhões, enquanto uma coluna militar  vinda do sul, se aproximava das portagens . Um militar saiu de um jipe e afastou umas barreiras, perante o olhar assustado dos portageiros.

 

Em Almada fui visitando clientes sem grande sucesso de vendas, pois as conversas giravam à volta dos acontecimentos que eram relatados nas rádios. Uma senhora e cliente de nacionalidade espanhola dizia-me um pouco incrédula: "habemos democrácia". Encerrei ali o meu périplo profissional e regressei à capital. Depois de uma refeição frugal tomei conhecimento da evolução da situação militar:

 

“ Na sequência das acções desencadeadas na madrugada de hoje, com o objectivo de derrubar o regime que há longo tempo oprime o País, as Forças Armadas informam que de Norte a Sul dominam a situação e que em breve chegará a hora da libertação.
Recomenda-se de novo à população que se mantenha calma e nas suas residências para evitar incidentes desagradáveis cuja responsabilidade caberá integralmente às poucas forças que se opõem ao Movimento.”(1)

 

Deambulei pela cidade quase deserta à procura da revolução e dei por mim a descer a rua da Misericórdia e a aproximar-me do largo Camões. Soldados estacionados atrás de trempes de metralhadoras estavam colocadas nos passeios e em esquinas de ruas que circundavam  o largo do Carmo. Pessoas circulavam por aquelas artérias livremente sem qualquer impedimento e entabulavam conversa com os soldados, algo descontraídos e confiantes. Cheguei ao largo do Carmo ocupado por uma multidão exultante. Pendurados nas árvores, empoleirados nas cabines telefónicas, cidadãos procuravam o melhor lugar e quase submergiam as posições dos militares. Um homem de fato e gravata, cabelos brancos, mas lesto como um gato, saltou para cima da guarita do quartel e com um megafone falava à multidão.

Tanques subiam a rua do Carmo e colocavam-se estrategicamente. O capitão Salgueiro Maia deu ordem para disparar. Uma saraivada de balas esburacou as paredes do quartel e partiu algumas vidraças. Um bando de pássaros esvoaçou assustado. O povo impávido e sereno aplaudiu.

Ao fim da tarde, um carro preto com o general Spínola atravessou coberto de aplausos a multidão contida por um cordão de militares. Pouco depois saiu do Carmo um tanque, seguido pelo carro do general, desceu a inclinada rua com o que sobrava do regime.

 

Corremos atrás das viaturas que se afastaram rapidamente. Nas ruas da Baixa grupos de populares comemoravam a queda do regime. As montras de algumas lojas estavam partidas . Os militares recolhiam aos quartéis.

Regressei a casa onde o João Rato continuava à espera que a guerra terminasse. Para mim apenas tinha começado.

 

MG

1-Centro de Documentação 25 de Abril

 

De: realso | Criado: 6 de Mar de 2007

24 Abr, 2011

Evangelhos

A história do cristianismo que hoje celebra a ressurreição de Jesus, simbolo da vitória da vida sobre a morte, mensagem de esperança numa redenção da humanidade, no caminho de aperfeiçoamento espiritual, que ultrapasse os limitados horizontes do conhecimento humano, não foi linear. No longo processo de construção de uma igreja organizada hierarquicamente, houve dissidências entre seguidores da vivência cristã. A leitura dos evangelhos gnósticos, considerados heréticos pela ortodoxia,  permitem ter uma vísão mais humanizada de Jesus Cristo. Em tempo de reflexão pascal, aqui deixo alguns excertos do livro,

Os Evangelhos Gnósticos de Elaine Pagels
 
 
Entre grupos gnósticos tais como os valentinos, as mulheres eram consideradas iguais aos homens; algumas eram reverenciadas como profetas; outras funcionavam como professores, evangelistas errantes, curandeiros, padres, talvez mesmo bispos.
(...)
Contrariamente às fontes ortodoxas, as quais interpretam a morte de Cristo como um sacrifício redimindo a Humanidade da culpa e do pecado, este evangelho gnóstico considera a crucifixão como a ocasião para a descoberta do ser divino interior.
(...)
Eles (os gnósticos) estavam convictos de que ou a igreja visível - a rede efectiva de comunidades católicas - estivera enganada desde o princípio ou que ela se transviara. A verdadeira igreja, por contraste, era invisível: apenas os seus membros percepcionavam quem lhe pertencia ou não. Através da sua ideia de uma igreja invisível, a intenção dos dissidentes era oporem-se às pretensões dos que diziam representar a igreja universal.
(...)
Enquanto em épocas anteriores homens e mulheres cristãos se sentavam em conjunto para praticar o culto, em meados do século segundo - precisamente na altura do conflito com os cristãos gnósticos - as comunidades ortodoxas começaram a adoptar o costume das sinagogas, segregando as mulheres dos homens.
 

 

24 Abr, 2011

...

DO BLOGUE CÂMARA DE COMUNS:
 
 
 
 

Na passada Quarta-feira propus à Coligação Democrática Unitária, numa audição relativa a políticas de juventude, que elencasse no seu programa a alteração do Despacho n.º 22434/2002 (2.a série) do Gabinete do Ministro do MCES de Outubro de 2002, indexando ao IAS (e não à RMMG) os preços das refeições e do alojamento.

 

Actualmente, segundo este Despacho, o valor mínimo de referência para refeições em cantinas de acção social para estudantes do ensino superior é de 0,5% da RMMG e 15,0% da RMMG para valor mínimo do alojamento, ou seja teríamos em 2011/2012, a fiar numa Retribuição Mínima Mensal Garantida de 485€, um valor de 2,43€ por refeição (valor mínimo) e 72,75€ por mês de alojamento numa residência universitária (valor mínimo).

 

Sinteticamente, a proposta apresentada passaria para algo do género:

  • Refeição: 0,5% do IAS (419,22€) = 2,10€/refeição, nada mais nada menos que -0,33€ por refeição;
  • Alojamento: 15% do IAS (419,22€) = 62,89€/mês, -9,86€/mês.

Prontamente, rejeitaram liminarmente a proposta porque paralalapapa papa pa la la "ideologicamente não se reviam na política do Partido Socialista em criar este mecanismo, a favor da precariedade, que é o IAS" paralalapapa papa pa la la «(inserir aqui mais uns quantos chavões contra o PS)». Ainda, tentei explicar que esta medida traria coerência ao actual enquadramento legal e que baixaria os valores de refeição e alojamento para os estudantes do ensino superior, mas sem sucesso.

 

Ontem, a Juventude da CDU apresenta como proposta o "alargamento da oferta e redução de preço dos apoios indirectos (cantinas, residências, etc.)" (http://www.jcp-pt.org/index.php?option=com_content&task=view&id=1176).

 

A moral da história é simples: Nem em questões pequenas e de óbvia convergência, o PC consegue estabelecer convergências, imagine-se, agora, num pacto político de governabilidade a longo prazo...

22 Abr, 2011

Museu do cinema

Nos tempos do preto e branco, quando a NET nem sequer era uma miragem, havia na RTP um programa chamado Museu do Cinema. O cineasta António Lopes Ribeiro falava do cinema do tempo do mudo, com inteligência e humor, e o pianista António Melo acompanhava ao piano com música improvisada, as fitas seleccionadas. Lopes Ribeiro com a sua erudição, dava uma lição de cinematografia e calava-se para dar a palavra a Melo, que preferia substituir as palavras ditas pela mensagem sonora, construída pela simbiose entre os dedos e as teclas, para dar sentido às imagens. Mas espicaçado por Ribeiro " Ó Melo, diz lá boa-noite aos senhores espectadores" para mostrar que também falava, despedia-se com um boa noute. 

 

No tempo de diversidade e democracia mediática, de redes sociais abertas à vox populi, não há cão nem gato que não bote sentença sobre o que sabe, mas sobretudo sobre o que alguma vez saberá. Neste mundo maravilhoso, fazem-se amizades planetárias, trocam-se beijos e abraços etéreos, com desconhecidos amigos, rompem-se barreiras físicas, trocam-se  mensagens de gostos, preferências, ficções pessoais . 

 

Passos Coelho mostra ser um produto destas tecnologias socráticas, de abertura a horizontes alargados, de dar à luz espíritos prisioneiros de horizontes fechados. Magistral o seu discurso de cordeiro pascal, em tempo de amêndoas amargas. Magistral a singela mensagem de "boa Páscoa" da sua cara-metade, possivelmente no cumprimento do plano traçado "Ó companheira diz lá boa Páscoa aos senhores votantes".  É o regresso do cinema de museu virtual a criar imagens para memória futura. Há alturas em que as palavras pesam como chumbo e o silêncio é de ouro. Boa noute e boa Páscoa.

 

 

MG

21 Abr, 2011

Presunção

"Os portugueses não devem diabolizar José Sócrates. Cometeu erros, mas também fez coisas positivas" (cito de memória)

         

                Ramalho Eanes

 

 

A imagem que os media estão a dar do primeiro-ministro é  de um delinquente, para usar a definição de Filomena Mónica, responsável por todas as malfeitorias que acontecem em Portugal. José Sócrates é igual a défice, endividamento público e privado de quase todos os países do mundo e arredores (ver situação nos EUA), excesso de consumo, baixa produtividade, especulação dos mercados, descaramento das agências de rating, PEC IV, FMI...

 

Por falta de memória ou por excesso de memória selectiva, omitem os factores que condicionam há décadas a estrutura da economia portuguesa, esquecem efeitos da conjuntura, como a pior crise internacional do último século. Não relevam aspectos positivos da governação em mudanças estruturais ligadas a novas tecnologias já visíveis no sector energético e industrial, reflectidas na diminuição de importações e aumento de exportações.

 

Ao som das trombetas anunciam já o novo reino, dito da coelhândia, que fará brotar das pedras leite e mel. Fingem tão completamente que fingem que são governo até antecipadamente. Estão acima de qualquer suspeita, nunca mentem(?), nunca se enganam(?), sâo moralmente superiores. Presunção e água benta cada um toma a que quer. Só que desejos não são realidades e na política como no futebol não há vencedores antecipados. Prognósticos? Esperemos humildemente pela decisão dos eleitores.

 

MG

 

 

 

 

 

 

 

A fábula da cigarra e da formiga aplicada à situação actual processa-se da seguinte forma: há uns fulanos do Norte (formigas) que se desunham  a trabalhar, para que os ociosos do SuL(cigarras) passem a vida em cantorias e mais cantorias. Chega de desbunda e saracoteio. É preciso cortar a ração e tirar o pio a essas cigarras. E com o apoio de umas formigas infiltradas e com lugar os canais mediáticos, contam tantas vezes esta estória que até parece verdadeira. Mas não é. 

 

A verdade é que aqui na parte mais ocidental, trabalha-se e sempre se trabalhou. Basta recordar a canseira que foi fundar, refundar e tornar a refundar uma nação que se afirmou em terra e no mar. E como se demonstra nesta cantiga de roda, aqui ,conseguiu-se conjugar o labor da formiga com a melodia e a  poesia da cigarra. Ou seja, reescreveu-se a fábula com a mesma originalidade que se desbravaram mares desconhecidos, ou se atiraram ao tapete terríveis adamastores: aqui a formiga e a  cigarra sendo duas, mostram que podem ser,  simultaneamente, uma ou a mesma na dialéctica da imaginação. Coisa muito complicada para as rígidas formigas do Norte.   

 

 MG

 

 

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