Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

24 Mar, 2011

O senhor Cavaco

 

Ri-se de quê?

 ...

arnaldomadureira.blogs.sapo.pt

 

O Presidente da República é um magistrado eleito directamente pelos eleitores. A sua legitimidade está assente no voto popular. Os seus poderes emanam do texto constitucional e garantem-lhe um papel importante na estrutura do Estado. Uma vez eleito é o Presidente de todos os portugueses e como tal deve agir em conformidade, com total isenção. Deve ser um factor de união, uma referência de estabilidade.

 

O Presidente da República em funções, não entendeu ou não quis entender desta forma o mandato que lhe foi atribuído. Começou por se apresentar no discurso de posse, como um Presidente de alguns, os seus votantes, contra os que se lhe opuseram. Demonstrou uma atitude vingativa e partidária, já presente no discurso da vitória eleitoral. Apresentou-se como um agitador, propiciando instabilidade.

 

A oposição do arco do poder, sentiu que o Presidente lhe havia transmitido o sinal para avançar. Aproveitou a primeira oportunidade que surgiu para derrubar o Governo, com os apêndices da extrema esquerda, sempre prontos a destabilizar para satisfazer o seu espaço político. O Presidente tão activo noutras circunstâncias, fez-se de peixe morto e desapareceu, hipocritamente, de cena . Quando apareceu foi para dizer com ar cínico e o apoio de todos os bajuladores que não tinha margem de manobra. Então o que fez à magistratura de influência activa? Está claro que a gastou toda, por omissão, no sentido de derrubar o Governo de Portugal. Pôs os interesses da sua clientela acima dos interesses do país.

 

 O senhor Cavaco de Boliqueime não é o meu  Presidente. É um presidente que prescindiu dos seus poderes, que resolveu transformar-se transitoriamente numa figura decorativa, como os presidentes da primeira República. Sabemos onde isso nos levou. E não fora o contexto em que nos inserimos, estavamos perto de o mesmo poder acontecer.

 

Zé Cavaco

24 Mar, 2011

PREC MEDIÁTICO

 

Antes era o  PREC. No longínquo ano de 1975, a democracia discutia-se na rua. As posições expressavam-se em manifestações e contra -manifestações, em debates e contra debates, em bloqueios e contra-bloqueios. Foi um um tempo de aprendizagem democrática de forma directa e inflamada. Foi um tempo de participação popular na discussão da res pública.

 

Mundam-se os tempos, mudam-se os Precs. Agora  tudo se passa no espaço mediático, onde há debates e contra-debates, comentadores e contra-comentadores de todos os matizes. Inventam cenários, insinuam conspirações, prevêem revoluções,. Sem provas, sem substância, acusam, insultam, destroem, incensam, destituem, elegem. É  a política no virtual, é o PREC do espaço mediático. E o povo de carne e osso onde é que está?

 

MG

21 Mar, 2011

Polícias do mundo

Nunca entendi, não entendo e não sei se alguma vez entenderei o sentido das relações internacionais. Grandes potências económicas e militares, sempre em nome da liberdade dos povos e do interesse dos cidadãos, acham-se no direito de intervir nos assuntos internos de países independentes. Foi o que aconteceu no Iraque, com os resultados visíveis, é o que está a acontecer no complicado palco da Líbia.

 

 Estamos, neste país, como em muitos outros, perante um regime ditatorial de décadas, opressor, desrespeitador das liberdades e por isso condenável. Estamos, na Líbia, a assistir a um conflito armado entre o poder instituído e um "governo" de rebeldes, de contornos indefinidos. Neste contexto é um assunto interno que deve ser resolvido pelos líbios. Entrar neste conflito, tomando partido por umas das partes, mesmo com a dita legitimidade da ONU, não deixa de ser, uma ingerência parcial e moralmente ilegítima. Manter a paz com a guerra, não me parece a melhor forma para contribuir para a paz. Tanto mais quando os critérios utilizados, noutros casos, não seguem esta bitola. 

 

Apoiar uma facção armada contra  outra, em nome da defesa de cidadãos desarmados é uma meia verdade. Dizer que vai salvar vítimas da opressão, fazendo outras possíveis vítimas, chamadas danos colaterais, não é o melhor caminho para estabilizar a Líbia, nem me parece que seja a melhor maneira de derrubar o ditador, nem a via segura para instalar a democracia. Os países ocidentais que apoiaram e apoiam este e outros ditadores, quando lhes convêm, deviam ser mais isentos, mesmo quando se arvoram em polícias do mundo.

 

Zé Cavaco 

20 Mar, 2011

Velhos à rasca

sombradoconvento.blogspot.com

 

Mesmo à rasca ser jovem é  esperança ,  sonho,  realização.  É ter a vida à sua frente.Ser jovem, nesta sociedade discriminatória, mesmo à rasca, é uma benesse. Os jovens têm o apoio do Estado, o carinho protecção da família.

 

Ser velho, numa sociedade que despreza a sua experiência, a sua sabedoria, é uma condenação ao ostracismo. Os velhos não merecem hoje o devido respeito, de uma sociedade que os dispensa, de uma família que os ignora, de um mundo do trabalho que os descarta, de um Estado que os desprotege.

 

Dependente, sem poder reivindicativo, muitas vezes ignorado, só, triste, desconhecido nas redes sociais, o velho moderno, continua a ser, teoricamente, um ser humano, verdadeiramente à rasca. Mas como ser velho não é uma opção mas uma inevitabilidade, todos seremos velhos um dia. É uma questão de tempo. Se um dia a sociedade, sem alma, que criámos mudar,  voltará a aproveitar, para o bem de todos, a rica mais valia  que este grupo geriátrico representa. E aí as canções que lhe são dedicadas, como esta de Mafalda Veiga, terão tanta projecção como aquelas que agora incensam a dita "geração à rasca".

 

 

PS- Como em todas as regras há excepções.. salvaguardam-se aqui todas elas, desde as boas práticas de instituições humanitárias, a contributos e reconhecimentos individuais.

 

 

 

MG

 

De: Inasimoes

19 Mar, 2011

sonho maldito

 

de ...

avogi.blogspot.com

 

 

 

Hoje tive um sonho estranho. Sonhei que estava a viver num mundo irreal de acordo ortográfico. E vi-me a escrever:

 

Ainda hei de ir a Viana, em vez de Ainda hei-de ir a Viana (Pedro Homem de Melo).

 

Portas fez um pato com coelho, em vez de Portas fez um pacto com Coelho (Visão).

 

O Egito dos egípcios, em vez do Egipto dos egípcios. (penso eu de que)

 

Desfez o nó com um ato digno, em vez de desfez o nó com um acto digno.

 

O setor turistico nacional espera  um bom ano, em vez de o sector turístico nacional espera um bom ano.

 

Benfica otimista empata com Portimonense,  em vez de  Benfica optimista... (Record).

 

Acordei angustiado, mas a tempo de perceber que não passava de um mundo virtual. De qualquer modo, te arrenego sonho maldito.

 

MG

 

 

17 Mar, 2011

País de pequeninos

 bigmae.com

 

 

A direita política está inebriada com o cheiro a poder. Com slogans e um mínimo de rigor analítico tratam Sócrates como um criminoso e o pior primeiro-ministro de que há memória, embora curta. Se seguisse esta linha de raciocínio, que considero execrável, também se poderia considerar Passos Coelho o pior líder da oposição. Mas não vou por aí.

 

A situação que Portugal atravessa tem raízes na década de oitenta: com a criação de um estado anafado e glutão, já baptizado de monstro; com a destruição, sem alternativas, do sector agrícola e pesqueiro; com a manutenção de uma indústria apática e de um empresariado inculto, assente na mão-de-obra barata; com um endividamento galopante do estado e dos cidadãos, empurrados para o consumismo. Foram anos e anos a viver à tripa forra. Foram anos de ilusões, de oportunidades perdidas. Para que conste e para lembrar memórias curtas, o primeiro-ministro não se chamava Sócrates, nem o partido que o apoiava se chamava PS.

 

Outros anos e outros protagonistas se seguiram no mesmo desvario. Barroso encontrou um país de tanga e Sócrates começou a pôr ordem na casa mas foi confrontado com a mais grave crise mundial- económica e financeira -do últimos oitenta anos. Fez tudo bem? Com a honestidade e rigor que devem pautar a análise, fez coisas certas e coisas erradas: continuou a endividar o país, continuou a alimentar a grande ilusão de prosperidade inexistente, mas modernizou a indústria e mais timidamente a agricultura e colocou Portugal na vanguarda das novas tecnologias e do fulcral sector das novas energias. Faltou-lhe talvez uma estratégia mais arrojada  na reforma de um aparelho do estado obsoleto.

 

Neste momento, Portugal está refem de credores sem escrúpulos e duvidosa inteligência, porque como diz o ditado "quem tudo quer, tudo se arrisca a perder, arriscando deitar fora o menino com a água do banho. Os políticos de todos os matizes, no meio desta gravíssima situação o que fazem? Como fedelhos impertinentes brincam à democracia, no país dos pequeninos. Deviam dar-lhes duas palmadas, para os pôr no seu lugar e dizer-lhes que acabou o recreio. Mas quem? Pelos vistos estão órfãos de pai ou são filhos de um pai ausente. Pobre país.

 

Zé Cavaco

16 Mar, 2011

Planeta armadilhado

dignow.org

 

A energia nuclear, ao invés, do que defendem  políticos e cientistas rigorosamente amestrados, é duplamente perigosa. Não  é uma energia limpa, nem é uma energia segura. Produz resíduos altamente tóxicos que precisam de armazenamento. Pode, como aconteceu em Chernobyl e está a acontecer no Japão causar um desastre de consequências incalculáveis.

 

A proliferação de centrais em todo o mundo põe a vida da terra em perigo eminente. Neste momento, o planeta está todo armadilhado, pois cada central é uma bomba pronta a explodir. Não se aprendeu nada com Chernobyl. Vamos ver se a catástrofe japonesa, serve para aplicar o slogan:

 

 

16 Mar, 2011

Que democracia?

Há cerca de trinta e sete anos que existe, ininterruptamente, democracia em Portugal. No entanto, é com tristeza que vejo nos mais variados comportamentos, tiques ditatoriais. É com preocupação que constato que muitos cidadãos, ainda não perceberam que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros.

 

Sem pôr em causa a justeza da luta, a recente paralisação dos camionistas comprova o que acabo de escrever: tentativas de bloqueio, apedrejamentos, chicoespertismo ( colocar viaturas em locais estratégicos dizendo que se encontram avariadas) e cereja em cima do bolo, com as declarações de uma empresária de camionagem a defender perante as câmaras televisivas que era preciso e legítimo obrigar a paralisar, a bem ou a mal, os que, no seu direito queriam continuar a trabalhar .

 

A democracia instituida por Decreto tem apenas um carácter formal. A verdadeira democracia aprende-se, faz parte de uma formação cívica de uma mudança de mentalidade que respeite as opiniões e as atitudes individuais. Chego à conclusão que nesta área fundamental para existência de espírito democrático, há um rotundo fracasso.

 

MG 

14 Mar, 2011

Remakes

Na arte de entretenimento que é o cinema há, de uma forma geral, a preocupação de construir filmes que nos evadam das amarguras do quotidiano. Quanto mais irreais e encantatórias são as fitas mais sucesso comercial conseguem. Algumas, graças ao seu êxito, ganham até direito a remake mas, uma ou outra excepção, as imitações são inferiores ao original.

 

Na arte política que é a governação, também existe a tentação de ficcionar a realidade , seja qual for o quadrante que  tem o poder, para manter os cidadãos alegres e despreocupados. Ser político é ser também um bom actor, quer é o mesmo que dizer, convincente. Aqui como no cinema corremos o risco de aparecerem remakes, às quais é preciso estar atento, pois como na sétima arte, as imitações são, geralmente, piores que o original.

 

Zé Cavaco

 

A moral deste conto
vou resumi-la e pronto
cada qual faz o que melhor pensar
Não é preciso ser
Casimiro pra ter
sempre cuidado pra não se deixar levar

 

Sérgio Godinho

 

 

 

12 Mar, 2011

Precariedades

 

novaenergia.net

Fala-se hoje muito de precariedade. A tragédia que aconteceu no Japão mostra a maior precariedade de todas. A fragilidade humana perante as leis da natureza. O homem leva meses, anos a construir o que a força dos elementos naturais consegue destruir em segundos. Esta lição não deliberada, aparentemente irracional, mas com racionalidade lógica, devia levar o homem a reflectir sobre sua soberba, o seu orgulho, a sua arrogância, o seu fanatismo, o seu cinismo e o sentido da sua existência... quando, afinal, a própria vida é a mais precária de todas as certezas.

 

MG