O senhor Cavaco
Ri-se de quê?
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arnaldomadureira.blogs.sapo.pt
O Presidente da República é um magistrado eleito directamente pelos eleitores. A sua legitimidade está assente no voto popular. Os seus poderes emanam do texto constitucional e garantem-lhe um papel importante na estrutura do Estado. Uma vez eleito é o Presidente de todos os portugueses e como tal deve agir em conformidade, com total isenção. Deve ser um factor de união, uma referência de estabilidade.
O Presidente da República em funções, não entendeu ou não quis entender desta forma o mandato que lhe foi atribuído. Começou por se apresentar no discurso de posse, como um Presidente de alguns, os seus votantes, contra os que se lhe opuseram. Demonstrou uma atitude vingativa e partidária, já presente no discurso da vitória eleitoral. Apresentou-se como um agitador, propiciando instabilidade.
A oposição do arco do poder, sentiu que o Presidente lhe havia transmitido o sinal para avançar. Aproveitou a primeira oportunidade que surgiu para derrubar o Governo, com os apêndices da extrema esquerda, sempre prontos a destabilizar para satisfazer o seu espaço político. O Presidente tão activo noutras circunstâncias, fez-se de peixe morto e desapareceu, hipocritamente, de cena . Quando apareceu foi para dizer com ar cínico e o apoio de todos os bajuladores que não tinha margem de manobra. Então o que fez à magistratura de influência activa? Está claro que a gastou toda, por omissão, no sentido de derrubar o Governo de Portugal. Pôs os interesses da sua clientela acima dos interesses do país.
O senhor Cavaco de Boliqueime não é o meu Presidente. É um presidente que prescindiu dos seus poderes, que resolveu transformar-se transitoriamente numa figura decorativa, como os presidentes da primeira República. Sabemos onde isso nos levou. E não fora o contexto em que nos inserimos, estavamos perto de o mesmo poder acontecer.
Zé Cavaco