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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

  Miniatura

 

Uma canção do grupo Deolinda e mais recentemente dos Homens da Luta, parece que acordou algumas mentes adormecidas para as virtualidades da música como forma de protesto. Não vejo nessas cantigas uma intencionalidade reinvindicativa. Vejo a inserção de temas do quotidiano numa produção inserida numa actividade profissional de cariz musical. Acabaram por ser ajustadas a situações concretas de certas camadas jovens e adoptadas, em conformidade, para expressarem o seu descontentamento.

Convém recordar, que a autêntica canção de protesto surgiu durante o Estado Novo e atingiu a sua plenitude na década de setenta com a revolução de Abril. Um abismo separa esta agora incensada  música, das canções de  intervenção de Zeca Afonso, José Mário Branco, Adriano, Fausto, Sérgio Godinho entre outros . É que os protagonistas da canção revolucionária usavam-na como uma arma, com a qual pretendiam intervir na luta política. Nesse sentido começavam por assumir uma posição ideológica que coerentemente defendiam, na vida e na música, porque a canção era a sua arma:

 

MG

 

10 Mar, 2011

Sem nobreza

 noticias.sapo.pt

 

 

Sua Excelência tomou posse para mais um mandato. Podia ter cumprido o protocolo, podia até ter feito um discurso de circunstância discreto apropriado à ocasião, mas não, como verdadeiro tuga, teve de dizer, estou aqui. Na sequência da atitude revanchista já demonstrada no discurso da vitória eleitoral, apresentou-se como o chefe de uma claque política e zurziu sem dó nem piedade, o seu adversário político.

 

A não ser que esta entrada de leão seja um faitdivers para marcar território, começa muito mal. Não começa como o Presidente de todos os portugueses, mas apenas como lider da sua clientela política. Esta atitude sem nobreza, sem grandeza, sem humildade e sem bom senso, mostra que não está à altura do cargo que desempenha, como tinha vindo a demonstrar.

 

Ao usar alguns factos negativos para atacar o governo que tutela, omitindo outros mais positivos e desenquadrando-os da conjuntura onde estão inseridos, desceu ao grau mais baixo da política, a demagogia. Ao criticar medidas orçamentais aprovadas com o seu aval, enveredou por sacudir a água do capote em total desrespeito pela responsabilização. Ao apresentar-se como o salvador da pátria da garra dos carreiristas, esqueceu-se que o seu percurso foi feito à sombra da carreira politica. Lembremos: depois de ocupar o cargo de primeiro ministro durante  os  doze anos em que caíram patacas da árvore da CE, apostou no betão, criou o Estado monstro, deixou destruir a agricultura e as pescas, manteve a indústria em stand bye e ainda teve tempo para endividar o pais. Os milhões que entraram a fundo perdido, perderam-se  sem deixar rasto.

 

Com este currículo, que autoridade tem para apontar o dedo a quem, mesmo cometendo erros, tem tentado manter o país à superfície num mar de difícil navegação, num período de vacas magras, enfrentando a maior e mais difícil crise do último século? Nesta difícil situação, o país precisava no mais alto cargo do estado, de um estadista, de um homem sábio e ponderado e nunca um rancoroso e azedo chefe partidário. O que diferencia a luta politica da chicana é ética, coerência e responsabilidade, especialmente quando se ocupa as mais altas magistraturas.

 

 

Zé Cavaco