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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

16 Fev, 2011

Tiro pela culatra?

ciceroart.blogspot.com

 

Não gosto de regimes autocratas. Gosto menos da situação miserável em que vivem milhões de seres humanos por esse mundo fora, mesmo em regimes ditos democráticos. Democracia sem pão não existe, nem nunca existirá. Democracia sem desenvolvimento e riqueza é uma farsa.

 

A contestação no Egipto que derrubou MubaraK, mas não o poder ditatorial e encheu de júbilo muitos ocidentais, parece-me que escolheu o alvo errado. Como já  escrevi um pouco em contra-corrente, a  decapitação da parte visível do iceberg, não mudou uma vírgula na forma míserável como vivem. Deviam ter concentrado energias na luta por melhores condições de vida. O que agora dizem estar a fazer, em pleno caos, exigir melhores salários e uma mais justa repartição da riqueza devia ter sido o objectivo central das reivindicações. Nas actuais circunstâncias, com a economia paralisada os problemas económicos e sociais terão tendência a agravar-se e em consequência a pobreza será ainda mais pobre e a democracia mais distante.

 

O poder no Egipto e noutros países similares não está numa pessoa mas numa elite. Para sermos claros está na ponta das espingardas. Ignorar este facto é  meter a cabeça debaixo da areia do deserto. Há-se chegar uma altura em que alguém terá de tirar o poder da rua para que o Egipto sobreviva e não acredito que seja um democrata, na verdadeira acepção do conceito. Torço para estar enganado.

 

Zé Cavaco

 

PS  Li hoje nas notícias que Mubarak está doente e recusa abandonar o Egipto, onde viveu e quer morrer. Apresentado nesta crise como o  quase único mau da fita e mau grado as malfeitorias que fez e lhe atribuem, está a dar uma lição de patriotismo, de amor ao seu país.

15 Fev, 2011

Vale de lágrimas

coisasdajulieta.blogspot.com

PS A dicotomia apresentada no texto, não tem correspondência directa com a imagem em termos de sexo. É mero simbolismo.

 

 

No mundo há dois tipos de pessoas: as que em frente de um obstáculo paralisam e choram baba e ranho e as que  transformam as dificuldades em oportunidades. Os primeiros são os chorões para quem tudo é um vale de lágrimas. Os segundos são os vendedores de lenços.

 

O país que somos está cheio de gente de lágrima fácil e ainda bem. Vejo-me obrigado a simpatizar com eles, pois prestam um bom serviço ao bem comum. Se assim não fosse como poderiam os vendedores vender os seus lenços? E ao fazerem-no secando os olhos dos chorões e evitando que se afoguem nas suas próprias lágrimas, evitam que lágrimas de apatia, desespero, raiva nos arrrastem todos para choros e ranger de dentes sem retorno. 

 

MG

14 Fev, 2011

Hoje não namoro

 

asminhas1001ideias.blogspot.com

 

Estes cumprem a tradição?

 

A invenção dos dias é tão útil como indispensável. Mas o homem sempre insatisfeito, resolveu aprisioná-los. E assim nasceram o dia disto, o dia daquilo, o dia daqueloutro. E lá fomos condicionados com o dia dos namorados, o dia da família, o dia da sopa de pedra...Peço desculpa, mas não entro nesse rebanho, nem contribuo para esse peditório. 

 

Dêem liberdade aos dias. Deixem sê-los o que são, o que quiserem ser. Deixem-nos construir a sua própria agenda: momentos de alegria, pedaços de amor, minutos de inveja, horas de incerteza, bocados de ternura, acessos de raiva, centelhas de generosidade, encontros, desencontros, euforia, desânimo, paixão, ciúmes...

 

Com os dias rigorosamente condicionados podem ganhar floristas, ourives, pasteleiros...dá-se mais um beijo por obrigação...escreve-se uma frase de ocasião...

Só para contrariar, hoje não namoro. E não perco nada porque restam 365 dias para o fazer.

 

MG

 

 

 

 

Nasci, no pós -2." guerra mundial numa pequena aldeia de um país pasmado chamado Portugal. Os meus pais eram pequenos e humildes proprietários agrícolas. Não tive acesso ao ensino liceal, privilégio, como muitos outros jovens dessa época. O ensino médio e secundário era frequentado por uma elite com emprego sempre garantido. No meu primeiro trabalho recebia uma gratificação sem qualquer tipo de recibo. Fiz a minha formação académica no ensino nocturno como trabalhador estudante.

 

As gerações anteriores, hoje no fim da linha, não tinham acesso a saúde educação ou qualquer outra protecção social. Sobrevivem com reformas de poucas centenas de euros. Alguns sós , tristes, infelizes, desamparados. Não tiveram mordomias na infância, não têm privilégios na velhice. São a geração trezentos.

 

As pessoas nascidas depois da década de 70 beneficiaram de uma prosperidade, embora artificial, como nunca tinha existido neste país. Tiveram acesso a ensino gratuito e universal, a protecção na saúde, fundo de desemprego, subsídios. Criaram os seus filhos como príncipes e criaram-lhes a ideia de que tudo era fácil. Apesar de muito desperdício os níveis de escolaridade aumentaram, os licenciados cresceram, embora  mais que as necessidades do mundo do trabalho.

 

Uma canção "que parva que sou" descreve o que já se sabia: jovens sem emprego ou com trabalhos desqualificados para a sua formação e com salários baixos (geração quinhentos). E em jeito de revolta questiona se vale a pena estudar. Discordo. Apesar das dificuldades, prefiro esta situação aquela que existia no passado.  E adquirir conhecimentos é sempre uma mais valia. A aprendizagem não pode reduzir-se a uma contabilidade de deve e haver. A  maior ou menor riqueza monetária de um país é um valor transitório, a riqueza intelectual e cultural é um valor perene e garantia de progresso futuro.

 

MG 

 

 

 

 

 

pfloes.com

 

 

Uma semana acabou e outra vai começar.

E o que apraz registar?

Um sorriso, um olhar,

indiferença ou sonhar,

uma alegria ou azar,

 

porque

 

 

A Vida É Feita de Pequenos Nadas

Sérgio Godinho

Composição: Sérgio Godinho

(Segunda-feira
trabalhei de olhos fechados
na terça-feira
acordei impaciente
na quarta-feira
vi os meus braços revoltados
na quinta-feira
lutei com a minha gente
na sexta-feira
soube que ia continuar
no sábado
fui à feira do lugar
mais uma corrida, mais uma viagem
fim-de-semana é para ganhar coragem)

Muito boa noite, senhoras e senhores
muito boa noite, meninos e meninas
muito boa noite, Manuéis e Joaquinas
enfim, boa noite, gente de todas as cores
e feitios e medidas
e perdoem-me as pessoas
que ficaram esquecidas
boa noite, amigos, companheiros, camaradas
a vida é feita de pequenos nadas
a vida é feita de pequenos nadas

Somos tantos a não ter quase nada
porque há uns poucos que têm quase tudo
mas nada vale protestar
o melhor ainda é ser mudo
isto diz de um gabinete
quem acha que o casse-tête
é a melhor das soluções
para resolver situações
delicadas
a vida é feita de pequenos nadas

E o que é certo
é que os que têm quase tudo
devem tudo aos que têm muito pouco
mas fechem bem esses ouvidos
que o melhor ainda é ser mouco
isto diz paternalmente
quem acha que é ponto assente
que isto nunca vai mudar
e que o melhor é começar a apanhar
umas chapadas
a vida é feita de pequenos nadas

(Segunda-feira
trabalhei de olhos fechados
na terça-feira
acordei impaciente
na quarta-feira
vi os meus braços revoltados
na quinta-feira
lutei com a minha gente
na sexta-feira
soube que ia continuar
no sábado
fui à feira do lugar
mais uma corrida, mais uma viagem
fim-de-semana é para ganhar coragem)

Muito boa noite, senhoras e senhores
muito boa noite, meninos e meninas
muito boa noite, Manuéis e Joaquinas
enfim, boa noite, gente de todas as cores
e feitios e medidas
e perdoem-me as pessoas
que ficaram esquecidas
boa noite, amigos, companheiros, camaradas
a vida é feita de pequenos nadas
a vida é feita de pequenos nadas

Ouvi dizer que quase tudo vale pouco
quem o diz não vale mesmo nada
porque não julguem que a gente
vai ficar aqui especada
à espera que a solução
seja servida em boião
com um rótulo: Veneno!
é para tomar desde pequeno
às colheradas
a vida é feita de pequenos nadas
boa noite, amigos, companheiros, camaradas
a vida é feita de pequenos nadas.

 

Letras.bus.br

 

 

AnderGodinho <input ... >
11 Fev, 2011

Luz e escuridão

candeeiro de petróleo

 

candeia de azeite

Na minha infância a diferença entre o dia e a noite era muito acentuada. Era quase o alfa e o ómega. O dia representava a luz, a vida; a noite a escuridão, o sono, espécie de antecâmara da morte. A escuridão asustava-me remetia-me para medos inexplicáveis, para perigos escondidos, nas profundezas da consciência.  Essa coisa do progresso chamada electricidade não tinha chegada às recônditas aldeias de um país adiado. A bruxuleante luz de uma candeia ou de um candeeiro a petróleo que alumiava a tenebrosa noite, apenas  afastava os fantasmas da imaginação no pequeno raio da sua fraca luminosidade. Mas, em contraponto, que prazer existia em admirar o céu e as suas estrelas numa noite luarenta. 

Lâmpada Incandescente - Edison

 

A vitória da luz sobre a escuridão chegou com o advento da electricidade. Esse milagre de  prolongar o dia artificialmente viveu primeiro dentro do espírito iluminado de Thomas Edison e depois transferiu-se para o quotidiano das populações como uma  realidade quase natural. Com a sua genialidade, conseguiu aprisionar a luz  num filamento de carvão dentro de uma ampola de vácuo. Deve-se-lhe ainda a construção do primeiro dínamo de alta potência, o gerador de vácuo e ainda outras invenções nas áreas da comunicação e da imagem. Tem no seu currículo mais de mil invenções. 

 

Edison está ligado ao início da Era da Electricidade, pré-história da sociedade tecnológica que hoje possuímos. Para as gerações século XXI  a dicotomia luz escuridão é quase inexistente. Os medos escondidos nos mistérios da noite escura já não povoam as suas mentes. O avanço nas tele comunicações alargou horizontes, a técnica de fixar o passado em imagens libertou a memória, o mundo compartimentado tornou-se numa aldeia global. O planeta pós Edison está a anos luz dos séculos anteriores. Progresso e bem estar associados na evolução da humanidade. Falta inventar a luz que ilumine a escuridão que ainda povoa o interior da mente universal.

 

MG  

 

 Thomas Edison inspecionando um carro elétrico em 1913.

 

 Thomas Edison e o telefone 1913.

 Frankenstein: Filme produzido nos Edison Studios.

A prosperidade europeia e do seu prolongamento (EUA) fez-se à custa da exploração da riqueza de outros continentes. Só assim foi possível usufruir da maior parte do rendimento do planeta e distribuí-lo por todas as camadas sociais. Por detrás dessa prosperidade está muito trabalho semi-escravo na Ásia e na África.

 

A Ásia está a libertar-se desse jugo e a exigir a sua fatia do bolo. A África fa-lo-à um dia. As fatias são agora mais pequenas. As populações europeias já começam a senti-lo. Das duas uma: ou se consegue aumentar o tamanho do bolo ou temos de nos habituar a fatias mais pequenas. E temos, também, de pensar numa redistribuição da riqueza de forma mais equitativa. Significa parar a roda livre do liberalismo sem regras. Significa tirar da mãos dos especuladores o controlo  da economia. Significa recentrar o poder na área política, forte e reguladora.

 

Vem isto a propósito de uma canção agora muito citada, como revolucionária. Parece-me ser uma canção bem conseguida que levanta problemas que afectam os jovens na actualidade. Indo um pouco contra a corrente, estamos perante uma componente de uma realidade que é muito mais complexa que a descrita. Nem se pode exigir muito mais a uma canção. Ao menos faz reflectir sobre o presente que atrás descrevo e só por isso já é positiva.

 

MG

 

 

10 Fev, 2011

Candidato?

 

O que é isto? Um candidato ou um não candidato?  Porque mobiliza uma máquina de propaganda e desiste antes de se assumir formalmente? Quem o bloqueou?  Não consigo entender!

 

Entendo que o Sporting é um clube centenário com implantação nacional e internacional. Entendo que o Sporting não pode desaparecer. Entendo que a alma do Sporting é muito maior que a que a finança que o está a descaracterizar.

 

Foram cometidos erros de palmatória nos últimos anos, mas o que lá vai, lá vai.  Agora não é tempo de guerrilhas, é tempo de unidade, é tempo de responsabilidade. Haja bom senso.

 

MG