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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

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18 Fev, 2011

Ser

Correr atrás do passado é como correr atrás do vento, jamais o alcançaremos.

Artesãocioso do blogue Origens

 

 

 

 

 

Esta frase retirada de um texto de João Gonçalves, numa lúcida reflexão sobre o passado, inspirou-me esta outra: Correr atrás do futuro é ser levado pelo vento, não se sabe para onde nos leva. Talvez por isso não me sinto nem passado nem futuro, sinto-me presente, sinto-me cada instante que conscientemente vivo, consequência do instante que já passou e antecâmara do que virá a seguir. Nesta perspectiva sou simultaneamente passado e futuro feito presente, num tempo e espaço, ora definido, ora indefinido.

 

Ao dizer que sinto, procuro afastar desta reflexão o acto de pensar. Pensar significa catalogar actos voluntários ou involuntários, tristes ou alegres, positivos ou negativos, temporalizá-los, embrulhá-los em certezas subjectivas ou em dúvidas objectivas. Prefiro vivê-los como os vivi, quando os vivi ou como os irei viver, sem a preocupação cartesiana do penso logo existo. O sinto logo existo dá-me uma dimensão menos estruturada do passado, ou metafísica do futuro, mas mais realista e intensa do presente que é o que estou vivendo em cada momento,sem nostalgias temporais.

 

MG

 

 

 

 

18 Fev, 2011

Utopia e realidade

O que aconteceu de concreto na chamada revolução jasmim?A queda do presidente ditador, a promessa de eleições daqui a alguns meses e a tentativa de milhares de tunisinos de entrar em Itália para usufruir do eldorado europeu.

 

Uma coisa é a justa crença em utopias e a outra é a crua realidade. A prosperidade ocidental levou séculos a construir, com muitos avanços e recuos. A prosperidade não se decreta, constrói-se. A  construção da sociedade de bem estar não se faz com um ou outro protagonista, mas com mudança de estruturas. Concentrar toda a raiva numa personalidade, esquecendo que o erro está no sistema é pura ilusão. É por estas e por outras que não embandeiro em arco, como muitos comentadores de barriga cheia, que vêem nestes movimentos do mundo árabe, os amanhãs que cantam.

 

A mudança nos países passa por alterações profundas não apenas na política, mas também na economia e nas mentalidades. É um processo que exige paciência, inteligência e tempo, sem esquecer as conjunturas externas num mundo cada vez mais globalizado. 

 

Zé Cavaco