Nasceu em 28 de Abril de 1889 numa modesta casa de Vimieiro. Filho de uma família pobre, estava-lhe destinada uma carreira eclesiástica. Frequentou o Seminário para estudar Direito. Em 1918 é professor de ciência económica. O golpe militar de 28 de Maio de 1926 catapulta-o para o governo como ministro das Finanças. Em 1932 é nomeado Presidente do Conselho de ministros, cargo que manterá até 1968.
Pôs ordem nas contas públicas e governou a nação com mão de ferro durante quatro décadas. Com a Propaganda adormeceu as massas, com a censura e a Pide controlou a oposição O seu acesso ao poder e o seu êxito político está, também, ligado ao falhanço do projecto republicano. A divisão do partido republicano em várias correntes políticas que se digladiaram em lutas constantes pelo poder, conduziu a República para um beco sem saída. Salazar colheu os frutos dessa incompetência.
Com o advento da democracia em 1974, tornou-se quase tabu invocar o seu nome. Mau grado o juízo que fizermos do regime que instituíu, não se pode, nem se deve apagar a história. Para o mal e para o bem foi um governante de Portugal. Na minha opinião para além da repressão que exerceu sobre o povo, foi responsável pelo atraso económico e social de Portugal. Sem uma visão estratégica de modernidade, procurou manter até ao limite o país pobre e rural saído do século XIX.
Lembro-o aqui como uma lição sobre a qual os nossos políticos deveriam reflectir. Embora o regime democrático seja hoje um dado adquirido, não estamos imunes a salvadores da pátria, desde que para isso se proporcionem as condições.
MG