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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 

A vida é uma criança que é preciso embalar até adormecer  

                                                                  Voltaire

 

E se embalássemos a crise até a adormecer? E se quando acordássemos, o pesadelo que nos persegue , nestes dias, já tivesse passado? Quem sabe  se não mergulharíamos no sonho, essa dimensão perdida da humanidade que é capaz de mover montanhas. E se despertássemos a criança que há em nós e na vida? Talvez aí encontrássemos a solução simples para a complexidade que teimamos em inventar. Como dizia Rousseau ,será que existe um bom selvagem, dentro de cada um de nós? Ou será que o mundo adormeceu embalado pelas mãos de maus selvagens?

MG

 

 

 

  As Janeiras são uma tradição que mergulha a sua origem nos festejos do começo de um novo ano. Os festejos eram feitos em honra do deus jano deus das portas e da entrada e porteiro do céu na mitologia greco-romana. O cristianismo continuador das tradições romanas adaptou esta festa à natividade e assim nasceu o cantar as Janeiras, profundamente arreigado na cultura popular. E porque a identidade de um povo passa pelos seus costumes com  José Afonso vamos cantar "Natal dos simples" 

 

 

 

 

Nasceu em 28 de Abril de 1889 numa modesta casa de Vimieiro. Filho de uma família pobre, estava-lhe destinada uma  carreira eclesiástica. Frequentou o Seminário para estudar Direito. Em 1918 é professor de ciência económica. O golpe militar de 28 de Maio de 1926 catapulta-o para o governo como ministro das Finanças. Em 1932 é nomeado Presidente do Conselho de ministros, cargo que manterá até 1968.

Pôs ordem nas contas públicas e governou a nação com mão de ferro durante quatro décadas. Com a Propaganda adormeceu as massas, com a censura e a Pide controlou a oposição O seu acesso ao poder e o seu êxito político está, também, ligado ao falhanço do projecto republicano. A divisão do partido republicano em várias correntes políticas que se digladiaram em lutas constantes pelo poder, conduziu a República para um beco sem saída. Salazar colheu os frutos dessa incompetência.

Com o advento da democracia em 1974, tornou-se quase tabu invocar o seu nome. Mau grado o juízo que fizermos do regime que instituíu, não se pode, nem se deve apagar a história. Para o mal e para o bem foi um governante de Portugal. Na minha opinião para  além da repressão que exerceu sobre o povo, foi responsável pelo atraso económico e social de Portugal. Sem uma visão estratégica de modernidade, procurou manter  até ao limite o país pobre e rural saído do século XIX.

Lembro-o aqui como uma lição sobre a qual os nossos políticos deveriam reflectir. Embora o regime democrático seja hoje um dado adquirido, não estamos imunes a salvadores da pátria, desde que para isso se proporcionem as condições.

MG

 

Esta chaminé avivou-me recordações da minha infância. Recordei-me dos serões passados à volta da lareira nas longas e frias noites de inverno. Nesses tempos não havia televisão para nos dominar a mente, nem internet para criar realidades paralelas ou vice-versa. Vivia-se a realidade  real das alegrias e das tristezas do dia a dia: do pão ou da sua falta, da saúde ou da doença, do trabalho ou do lazer, da esperança ou da falta dela... Era o convívio simples e ingénuo  da própria simplicidade. Era a liberdade de ser livre, livremente, sem imposições de qualquer liberdade. Era o tempo mítico em que a justiça ou a injustiça pertenciam aos tribunais e não aos media.

Esta e outras chaminés idênticas, assim como o seu simbolismo, tendem a ficar esquecidas, como pedaços de memórias de um tempo inexistente. No seu lugar erguem-se chaminés de ignomínia, de injúria, de infâmia, de devassa, de desrespeito, de falsidade. Tudo em nome da defesa da liberdade de quem nunca dela se viu privado.

MG

 

Naçao Valente às 23:30
02 Jan, 2011

Clandestinos

De acordo com a reportagem SIC, estes cidadãos romenos vieram de um país pobre para um país que sendo pobre pensa que não é. Clandestinos como muitos portugueses nos anos sessenta, chegaram com a esperança de melhorar o seu nível de vida. Ao fim de dois meses vão partir, com ajuda de uma organização internacional que lhes pagou a viagem. O que levam na sua bagagem é memória de miséria, insensibilidade, desprezo.

A Sic fez a reportagem. Aqui ficam escassos segundos dessa descida aos infernos. Impressionante.

 

01 Jan, 2011

Convicções

 

Novo ano, velha sociedade. O virar da página do calendário é uma mera formalidade e pretexto para o chamado réveillon. Depois tudo volta ao ritmo  de um  quotidiano mecânico e repetitivo. Os anos passam céleres, as sociedades permanecem, na sua lenta transformação, com as suas misérias, glórias, injustiças...

 

O novo/velho ano vem rotulado de difícil, do pior de décadas. Nunca se deve acreditar cegamente nas previsões de bruxos, economistas e políticos, pois o homem põe, mas Deus dispõe. Por isso, com mais ou menos dinheiro na algibeira havemos de sobreviver. E mau grado as previsões agoirentas que por aí pululam, é minha convicção( vale o que vale) que não irá ser tão mau como o pintam. A ver vamos. Relaxe!

I

Um sismo de grandes e terríveis proporções atingiu este país. Para além da calamidade natural inevitável e imprevisível, é preciso lembrar  a situação de precariedade em que vive a maioria dos seus habitantes: pobreza extrema, habitação deplorável, serviços inexistentes. E isto ao contrário do cataclismo, seria evitável se o sistema económico que domina o mundo fosse mais justo.

II

As primeiras imagens do terramoto mostram uma população completamente abandonada, entregue a si própria e sem meios para responder à situação: não se vislumbra a existência de um Estado, nem uma réstea de protecção civil, nem uma migalha de qualquer serviço público de apoio. Apenas gente desamparada e entregue a si própria. E isto também é consequência do cinismo que governa o mundo.

III

Três dias depois, a comunidade internacional começa, finalmente  mexer-se . Entretanto quantas vidas que poderiam ser salvas se perderam ?quanto sofrimento poderia ter sido evitado? E que isto sirva de reflexão aos poderosos do mundo. Esta e outras tragédias poderão ser minimizadas se houver a coragem de criar um sistema que distribua a riqueza de forma mais equitativa.

mateus

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