Filhos da madrugada
Hoje somos chamados a votar. Podemos votar ou não. É uma opção pessoal. Mas esse direito devemo-lo à coragem dos filhos da madrugada de Abril de 74. Em sua honra devemos exercer a democracia...
MG
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Hoje somos chamados a votar. Podemos votar ou não. É uma opção pessoal. Mas esse direito devemo-lo à coragem dos filhos da madrugada de Abril de 74. Em sua honra devemos exercer a democracia...
MG
asdeespadas666.blogspot.com
Em 23 de Janeiro de 1989 Salvador Dali deixava de impregnar com as tintas da sua imaginação as telas de pintura. Artista excêntrico e polémico projectou-se como figura pública não só através dos seus quadros, mas através das suas atitudes desalinhadas e provocatórias. É genericamente designado como um surrealista. No entanto na sua obra encontramos quadros inseridos noutras correntes estéticas como o realismo ou o cubismo, presente no quadro aqui postado. Integra-se na ténue fronteira que separa a genialidade da loucura.Imaginação , irreverência, técnica, eis Dali.
A Primavera da vida é bonita de viver, diz o poeta. E o Verão e o Outono e o Inverno ? "Não vês como isto é duro, ser jovem não é um posto, ter que encarar o futuro com borbulhas no rosto". Que saudades das borbulhas. Que saudades do passado passando "horas no café sem saber para onde ir".
"Para mim hoje é Janeiro está um frio de rachar, parece que o mundo inteiro se uniu p`ra me tramar": as artroses , os bicos de papagaio, os cabelos a descolorir, os dentes a escassear...e como se isto não bastasse os mercados a chatear, os ratings(?) a assustar, o FMI a espreitar...
Todas as estações da vida são bonitas de viver, mesmo "quando o Sol brilha ou quando está a chover". Todas as estações da vida são bonitas de viver, quando se aproveita a vida e se aprende a envelhecer. E porque tudo é incerto e porque o mundo é assim, "se não fosse o Rock e Roll o que seria de mim".
flinguadetrapo.blogspot.com
A comissão de honra para receber o FMI já se auto constituiu. De há meses a esta data que estão preparados para receber de braços abertos esses benfeitores da humanidade. Desejos não são realidades e para bem de todos nós as suas previsões têm caído por terra.
AS suas previsões/desejos caíram em Janeiro quando pediam ardentemente a todos os deuses do dinheiro, que Portugal não conseguisse financiar-se. Portugal conseguiu, independentemente da cor política do governo. O interesse nacional deve estar acima de qualquer simpatia partidária. Essa praga de línguas de trapo parecia ter metido a viola no saco. Foi sol de pouca dura.
Hoje através de um dos seus membros, pagos com o dinheiro da erário público para dar sentenças na televisão voltaram à carga. Vamos ter o FMI, disse ele, lá para Fevereiro/ Março. E porquê? É muito simples, nessa altura por causa do aumento dos combustíveis vai haver uma greve de camionistas que colocará tudo de pantanas. A seguir virão os salvadores da pátria pôr ordem no barraco. Não é uma previsão é uma adivinhação. Juntaram à sua formação de analistas, a categoria de bruxos.
A ajuda internacional tem que vir, nem que seja preciso passar pela política da terra queimada! Se assim não for, essa gentalha entrará definitivamente em stress, pós-frustração. Oxalá. E ainda bem para os psiquiatras. Antes o seu sacrifício que o da minha nação secular, Nação que sempre soube ultrapassar as dificuldades nos momentos difíceis. E se a sua sobrevivência dependesse desta gente e de favores exteriores já não era independente há muito tempo.
A nação que esteve em Aljubarrota continua a resistir. Por si e pela Europa. Estão-se a aplicar medidas dolorosas para os cidadãos e para a economia, para acalmar os mercados. É uma luta difícil e desigual contra um Golias sem rosto. Se Portugal cair, cairá a Espanha, a Itália....será o efeito dominó. Por isso é que esta luta ultrapassa fronteiras, ideologias, patidarites. E se for perdida quem sabe se não atingirá os seus próprios promotores.
MG
cp-cromosdeportugal.blogspot.com
Como é que um homem que sempre viveu do esforço do seu trabalho, perde por um momento a noção da realidade e entrega a dois desconhecidos a magra poupança de uma vida? Ignorância, ingenuidade, mas também ganância. É na exploração da fraqueza por mais uns tostões, caídos da árvore das patacas, que os burlões conseguem, com a lição bem estudada fazer a sua extorsão. São, sem dúvida bons conhecedores das dualidades da natureza humana. E esta sofisticada forma de sacar o alheio é transversal a toda a sociedade desde o mais humilde ao mais bem colocado na escala social. Só variam as técnicas utilizadas. Os burlões sabem que neste mundo cão, com algumas excepções que figuram na galeria da santidade, todos somos simultaneamente santos e pecadores. E é na exploração desta faceta de vulnerabilidade que exercem a sua função. A prova está na reportagem da SIC que pode ver neste vídeo.
Os jogadores de cartas é um tema recorrente na pintura de Cézanne, pintor que nasceu em 18 de Janeiro de 1839. Para além do estilo, das escolas, das técnicas interessa-me na arte pictórica a sua capacidade de me despertar sensações momentâneas, sem grandes elaborações racionais.
Este quadro, sem menosprezar a sua beleza estética transporta-me para vivências longínquas de um mundo que ainda conheci . Esta cena, era comum na taberna da aldeia onde cresci. Constituia um acto lúdico de fuga a um quotidiano duro e difícil.
A taberna, local proibido a mulheres e crianças, era onde o homem se reunia com os seus pares, longe da rotina familiar e se cimentava o espírito de agregação social. Ali entre uma partida de cartas e uma rodada de copos, realizava o seu ritual de diferenciação, no contexto de uma sociedade fortemente hierarquizada onde o papel masculino assumia uma preponderância relevante. Ali se desenrolavam as conversas de homens, como noutros espaços se desenvolviam as das mulheres. E era na conjugação e intersecção destes espaços que se organizava o dia a dia destas comunidades quase desaparecidas.
As comunidades de proximidade estão a desaparecer, as tabernas em extinção, a estratificação social por idade e sexo a esbater-se, os rituais de convívio a cosmopolizar-se. Fica para memória futura a imagem de uma sociedade sem retorno, com os seus encantos e a suas misérias. E a recordação e imortalidade de um passado também nosso, devemo-lo à sensibilidade de muitos cézannes.
MG
Sabia que Abril é altura de "plantar espargos e morangueiros"? Que em Maio convém "castrar gado, tosquiar as ovelhas, procria de cabras e coelhos"? Que "as pessoas do signo Leão são de natureza atrevida, alegres e optimistas"? Que Setembro "enche o celeiro, dá triunfo ao rendeiro"?...
Se não sabia pode saber isto e muito mais no octogenário Borda d`Água. No velhinho Almanaque pode seguir o ritmo das estações, fases da lua, eclipses, marés, feriados, festas e feiras. Neste velho e fiel amigo tem informações sobre agricultura, jardinagem, animais e até um juízo do ano.
O Borda d`Água não tem dúvidas e quase nunca se engana. Talvez isso explique a sua grande longevidade. Resistiu a regimes políticos, viu nascer e morrer soberbas e vaidades, vestiu surrobeco, chita, pana e ganga, passou incólume por entre novas tecnologias, modas e modismos, animou um país assumidamente pobre e humilde, acompanhou discretamente a esperança e a desesperança abrilista.
Viu morrer uma nação agrícola que tanto ajudou, viu definhar um povo marítimo, alienar soberania. Rejubilou com o progresso tardio, mas estranhou o desenvolvimento desregulado sem projecto, sem regras, sem imaginação. Viu escoar-se por entre mãos invisíveis rios de dinheiro que correram abundantemente da Europa rica e crescer o consumo sem suporte real.
Vive num país que não soube agarrar as oportunidades, que deixou que o vento fosse levando recursos, energias, mas com coerência manteve-se genuíno e patrioticamente português. Ao contrário de outros protagonistas, que arderão na fogueira do esquecimento, o Borda D`Água, porque merece, permanecerá. Parabéns ao velho senhor.
MG
instantefatal.blogspot.com
O Sporting pode não ser o maior nem o mais popular clube português, mas é na minha opinião de sportinguista, o que tem conseguido manter as mãos limpas. Os seus êxitos desportivos têm sido conseguidos com dedicação e esforço, no contexto desportivo. Por mais voltas que deem, não nos podem atribuir nenhum apito. A César o que é de César.
O futebol romântico acabou. O futebol é, hoje, uma indústria capitalista, descaracterizada e sem alma. O Sporting não acompanhou, ou não conseguiu acompanhar, esta mudança. No cerne da competitividade estão muitos milhões. Não se pode ser competitivo com tostões.
Depois de anos de má gestão o Sporting está a passar por sérias dificuldade. Com património alienado e um enorme passivo, não pode lutar com as mesmas armas dos seus adversários directos. Os adeptos não podem exigir que uma equipa modesta consiga grandes resultados. Se querem o bem do Sporting e a sua viabilidade devem colocar os pés na terra e viver na real. Apoiem a equipa sem reservas para ela puder dar o máximo. Ajudem a encontrar uma solução de unidade para salvar o clube. É hora de abandonar querelas estéreis e unir na acção. Só assim voltará a glória perdida, só assim o leão voltará a rugir.
MG
a-minha-cidadania.blogspot.com
Os direitos implicam deveres. nesse sentido votar é um direito , mas ao mesmo tempo um dever. Eu sei que não se nota muito , mas vamos ter de eleger um Presidente da República. E temos muito por onde escolher. Posso não me rever nos candidatos, mas são o que temos, no país que somos. Por isso vou começar a reflectir sobre a melhor escolha. Em silêncio, longe do ruído inútil da campanha, analisando perfis:
Há um candidato que tem no seu currículo, dezanove anos dezanove de cargos institucionais ao mais alto nível. Curiosamente ou talvez não tem nada a ver com nada. Nem com a dívida, nem com a corrupção, nem com o desperdício de fundos, nem a baixa produtividade... É uma alma cândida. Paira acima de tudo e de todos. É omnisciente, nem precisa de ler. Haja paciência
Há um candidato que é poeta político ou vice-versa. A poesia é sinónimo de cultura e sensibilidade, mas este poeta está a fazer uma campanha triste e desenxabida, sem chama, sem clarividência, sem poesia. Navega num mar de equívocos, é um "General perdido no seu labirinto". É uma pena!
Há o nobre candidato, cada vez mais "Só". Não entendo ao que veio, nem o que pretende, nem sei quem o atirou para esta fogueira de lume brando onde está a ser queimado. Uma perda de tempo.
Há o candidato cassete. não interessa quem é, nem qual o seu nome. Até pode ter "Todos os nomes", que vai dar ao mesmo. Basta rodar a cassete que vai resistindo a tanto uso. Mas é de grande utilidade pois representa o importante papel de aglutinador da tribo. Alimenta o culto.
Há o candidato lebre. Faz trabalho de sapa, puxa pela esquerda generosamente.Médico e político à boa maneira de João Semana. Quem o encomendou?
Há o candidato marginal, o único verdadeiramente independente. Actua fora do sistema e pode dar-se ao luxo de dizer o que lhe dá na gana. Com ironia vai pondo o dedo na ferida mostrando imaginação e assertividade. Assume o seu papel sem complexos e vai tirar algum partido disso. Uma surpresa.
Com estes espécimes a escolha não é fácil. Até apetece dizer venha o diabo e escolha. Mas nesta como noutras coisas não vou entregar ouro a bandidos. Quero ir votar no mal menor. É um dever cívico.
MG
A saga dos clandestinos romenos continua. Depois do grupo que vivia miseravelmente na região de Almada ter sido ajudado a regressar ao seu país a SIC referenciou outro grupo no Porto em condições idênticas. Vieram para fugir à fome no seu país. Não conseguem arranjar trabalho e vivem da mendicidade. São ostracizados pela sua própria Embaixada. Interrogo-me: será que querem uma oportunidade de trabalho ou estarão reféns de uma opção de vida? Seja como for o certo é que vivem em condições sub-humanas. Quando é que a sociedade da abastança e do bem estar, terá disponibilidade para lhe oferecer "uma cana de pesca"?