Construtores
Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce, em 1825.
O processo ficou conhecido por daguerreotipia.
Naquele tempo, século XVI, já se tinham feito algumas experiências, para captar imagens utilizando uma máquina. As imagens conseguidas eram muito rudimentares, mas o Homem sempre sentiu necessidade de aprisionar momentos da sua existência.
No século XVII, depois de milénios evolução e de aperfeiçoamento técnico, a arte de pintar tinha atingido as raias da perfeição. Os pincéis dos artistas funcionavam como a mais avançada objectiva. Com uma vantagem, a de transmitirem, alem da visão quase real da realidade, a sensibilidade do espírito que lhe dava corpo. Da galeria desses construtores do passado virtual faz parte Diego Velasquez e que hoje 412 anos após a sua morte, continua tão jovem como as suas meninas.
Há um outro pintor, não na arte de manusear pincéis e tintas numa tela, mas na de deixar a sua marca indelével na moldagem da realidade, na de colorir com os pincéis da sua abnegação o destino dos povos. Filho de um país dominado por colonizadores, dedicou a vida à sua libertação. Com imaginação, galvanizou as energias de um povo subjugado, para a luta contra os ocupantes. Sem disparar um tiro, com a força da desobediência civil, forçou a poderosa Inglaterra a devolver a autonomia aos indianos. Curiosamente, a vida do paladino do pacifismo acabaria de forma violenta, no dia 29 de Janeiro de 1948, às mãos de um fanático a quem devolveu a liberdade. Gandhi é um exemplo de entrega a causas, sem querer receber nada em troca. Um exemplo que deveria fazer parte da cartilha ética da política. Se assim fosse, o mundo seria melhor.
MG