Revista do ano 2010 Dezembro
No início dos anos 70, era tempo de vinil. Os sons, as letras, as emoções viajam em 45 rotações, por todas as galáxias. Primeiro na rádio, depois nas máquinas públicas e finalmente nos gira-discos mais ou menos roufenhos. Ouviam-se no recato da família, mas também nos bailes sem orquestra das sociedades recreativas. Era um gosto ver como o vinil alegrava os corações e aquecia os corpos unidos na enebriação da dança. Havia o lado A, a canção chamariz e o lado B a canção para encher. Para o caso tanto fazia. O que interessa eram as famílias que se constituíam nas rotações do vinil, umas vezes no lado A, outras vezes no lado B da vida. E nesse aspecto, contribuiu muito mais para o aumento da natalidade que todos os decretos governamentais. C`est la vie, cantava Alain Barrière em 1972...