Justileaks
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O mito do justiceiro acompanha a evolução da própria humanidade. Até porque sempre reinou a injustiça. Em vários locais e épocas há justiceiros que tiram aos ricos para dar aos pobres, sejam Robin Hood, Zorro ou Zé do Telhado em versão lusa. Existiram e continuarão a existir enquanto a natureza humana se mantiver egoísta.
Em tempos de galáxia informática, eis que surge um novo paladino da luta individual e heróica contra os poderosos, de seu nome Julian Assange. Conseguiu com os seus homens de mão, sacar informação confidencial ao governo americano. Para além de ganhar com o seu espaço na rede, visibilidade e notoriedade, o que trouxe de novo para a construção de um mundo mais justo? O que contribuiu ou irá coontribuír para os grandes males como a desigualdade , a miséria, a exploração? Se for como os seus virtuais antecessores possivelmente nada, ou melhor, talvez crie matéria para alimentar a máquina da ficção e do entretenimento.
A confidencialidade é uma componente do próprio funcionamento do Estado. A tomada de decisões pouco ortodoxas faz parte da lógica do funcionamento do sistema. Desde que existe Estado que assim foi e estou convicto que assim será. Para além da história visível sempre existiu uma outra subterrânea e desconhecida. Um Estado transparente e com paredes de vidro só existirá se mudar a natureza humana. Esta é a questão. O justicialismo romântico é fogo de artifício.
MG