PEF
Carlos Pinto Coelho agraciado pelo governo francês,
lux.iol.pt
O veterano jornalista Carlos Pinto Coelho, esteve hoje numa estação de televisão como comentador ocasional. Com o prestígio que possui e a franqueza que o caracteriza comparou os serviços noticiosos dos media a um restaurante, onde apenas se servem três pratos: um prato de bacalhau à Brás, igual a política; um prato de frango no churrasco, igual a economia; um prato de hambúrguer, igual a futebol. Para quem gosta de siglas, PEF é a receita. Nesta ementa faltam as saladas ou seja cultura em geral e a fruta, mais especificamente, como literatura.
Eu concordo plenamente com esta abordagem. Não que a política não seja importante. Não que a economia não tenha interesse. Não que o futebol não mereça o seu espaço. Não está em causa o tratamento destes assuntos, mas o tempo exagerado e muitas vezes inócuo que ocupam na comunicação social. Isso tem uma explicação simples: audiências. É que o grupo de consumidores de notícias não se interessa por essa coisa chata da cultura. Um programa com esses temas, arrisca-se a ser um pouco como este blogue, com uma ou duas dezenas de visitantes com pachorra para ler os desabafos que aqui se fazem. Ora esta situação é insustentável numa indústria que vive da publicidade. Nenhum comprador de espaço telivisivo paga programas sem retorno. É pena que assim seja, mas o mundo caro Pinto Coelho é como é e não como nós gostaríamos que ele fosse. Talvez um dia!