Metrópoles
Numa reportagem televisiva foram entrevistados alguns jovens médicos que exercem a sua actividade no Nordeste transmontano. Os seus testemunhos foram unânimes em reconhecer que vale a pena viver nestas zonas do interior. Apresentaram como justificação uma série de benefícios que não existem nas grandes metrópoles do litoral. Salientaram a tranquilidade, o espaço natural, a proximidade humana entre outras vantagens.
Sempre tenho defendido que o interior de Portugal tem potencialidades. Sempre acreditei que a zona fronteiriça, de Bragança a Alcoutim é viável. Trás-os- montes, as Beiras, o Alentejo, o Algarve serrano podem recuperar a vitalidade que tiveram outrora. Temos que ser um país, há muito virado para fora, também virado para dentro. As novas vias de comunicação encurtaram distâncias e as modernas unfra-estruturas acrescentaram qualidade de vida. Tem-se, assim, reduzido o isolamento da interioridade.
As cidades e vilas do interior tem contudo enormes vantagens em relação às grandes metrópoles: Um ritmo de vida mais calmo e mais saudável; uma mobilidade mais fácil, sem os grandes engarrafamentos de trânsito; uma relação humana menos desumana, um ambiente natural menos saturado. Espero que o caminho que a partir dos anos sessenta deu origem às grandes megápolis comece a ser invertido, como um regresso às origens.
MG
PS: A propósito, recomendo o filme Metrópolis de Fritz Lang. Como aperitivo veja este extracto na versão musicada por Freddie Mercury.