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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 

No dia 7 de Maio de 1945 a Alemanha capitula. Era o fim do pesadelo Nazi que ensombrou a Europa durante seis anos. Era o fim da segunda Guerra Mundial.A liberdade venceu o totalitarismo. A Europa renasceu das cinzas e reconstrui-se como um espaço de progresso de democracia e de tolerância.Resistiu ao  avanço do totalitarismo comunista e uniu-se em torno de um projecto económico comum e de uma sociedade de bem-estar. Depois de passar por duas guerras terríveis e devastadoras, a Europa percebeu finalmente que o seu caminho é a paz.

As Cassandras da desgraça, a propósito de uma crise especulativa, já andam a escrever-lhe o epitáfio. Lamento dizer-lhes que estão muito enganados. O que a história nos mostra é que este espaço geográfico tem sido sujeito às mais variadas vicissitudes e que sempre as tem ultrapassado .Irá ultrapassar mais esta e continuar a ser o grande espaço de referência civilizacional do planeta terra. Precisa de fazer correcções na sua rota? Concerteza que sim. Precisa de alterar alguns paradigmas? É fundamental abandonar nacionalismos bacocos, egoísmos paralisantes. Tem de avançar para um sistema político mais integrado e eficaz. Apesar das resistências e do irracionalismo em que se apoia o cepticismo, mais cedo ou mais tarde essa batalha será ganha. A civilização europeia tem passado, tem presente e tem futuro.

Eu sou um optimista por natureza e como o filósofo Condorcet , acredito no progresso contínuo da humanidade. Por isso quando vejo no meu país as pretensos gurus da sabedoria, aves agoirentas da desgraça, sob a capa diáfana do realismo, decretar a inviabilidade desta nação, tenho pena deles. Ou falam condicionados por ódios pessoais ou por um total desconhecimento da evolução histórica. Desconhecem que Portugal nasceu de um parto difícil e poucos acreditaram que iria sobreviver, mas sobreviveu. Muitos outros julgaram que não iria  sobreviver a Aljubarrota, na sua adolescência, mas sobreviveu. Os velhos do Restelo diziam que não havia recursos para fazer o descobrimentos, mas fizeram-se. No século XIX vozes pessimistas peroravam contra os caminhos de ferro e fizeram-se. E muitos outros exemplos se podiam invocar.

As Cassandras da desgraça, em Portugal, investem contra as obras públicas. São os seus moinhos de vento. Consideram-se génios e gurus da verdade. Para eles todos os políticos, são medíocres e corruptos.Acontece que alguns, também políticos, já tiveram responsabilidades governativas e não se lhes conhece, nesse âmbito, nenhum rasgo de genialidade. Dizem que não há dinheiro para investir e é preciso esperar, ficar quietinho. Mas caem numa contradição:se não se investe, não se produz, se não se produz não há riqueza , se não há riqueza não se pode investir. Como saem desta paradoxo? Com este tipo de raciocínio, recorrente em Portugal, não seríamos um país, nunca teríamos sido uma nação.

Somos uma nação porque D. Afonso Henriques, com poucos recursos, acreditou.D.Nuno Álvares Pereira, com reduzidos meios teimou. D.Henrique, D. João I, D. João II, D. Manuel, sonharam. Os conjurados de 1640 ousaram. A construção de um país não pode estar dependente de mentalidades tacanhas e obsoletas. A continuação de uma nação faz-se com realismo, mas também com risco, com ousadia, com coragem. É essa a matriz de Portugal . E é com essa matriz que Portugal é viável, no contexto europeu e no contexto ultramarino.

MG