Novos vampiros
Ontem, dia 1 de Maio, comemorou-se o dia do trabalhador. Sempre fui trabalhador e nessa condição recordo com saudade o primeiro de Maio de 1974. Primeiro de Maio de unidade, de alegria, de esperança.
Nessa altura, ainda predominava a divisão clássica de classes, segundo a cartilha marxista: de, um lado os proprietários dos meios de produção (vulgo burguesia) e do outro trabalhadores (vulgo proletários). Foi o tempo dos capitães da indústria, dos generais da banca. Foi o tempo das grandes conquistas sociais. Foi o tempo dos amanhãs que cantam e do comunismo falhado. Foi o tempo da exploração controlada e regulada.
Entretanto, lembrei-me de uma frase batida, escrita por George Orwell, nesse fabuloso livro intitulado O Triunfo dos Porcos:” todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. Adaptada ao contexto actual, dei-me a pensar que” todos os trabalhadores são iguais, mas alguns são mais iguais que outros.”
I Os sindicatos ainda não perceberam que o paradigma criado por Marx já não corresponde à realidade social deste início de século XXI. Na minha opinião a grande divisão social é entre os especuladores sem rosto e sem escrúpulos, e os seus pontas de lança, leia-se gestores, e todos os outros explorados directos e indirectos. Esta classe exploradora mais subtil e mais sub-reptícia. Não respeita regras, não cultiva quaisquer valores são como vampiros que sugam tudo e todos. É o tempo da exploração sem regras, da exploração desregulada. É o tempo de lutar de forma mais inteligente e com a cabeça fria. Só assim venceremos.
MG