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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 

Em 31 de Maio de 1492, sua majestade os Reis Católicos, decretaram a expulsão dos judeus do reino de Castela.Reinava em Portugal El-rei D. João II. cognonimado com toda a justiça, como Príncipe Perfeito . De facto, era bem maior do que o pequeno país periférico que tinha que governar. E tal maneira o era que procurou construí-lo à medida do seu sonho e da sua grandeza. Com a expansão das fronteiras terrestres definidas e limitadas, coube-lhe a genialidade de estender as fronteiras para além-mar e criar uma nação com territórios na Ásia n a África e na América. Que outros não tenham sabido potenciar este legado já não é culpa sua. E naquele tempo tal e qual como hoje já havia as mesmas cassandras da pequenez e da mediocridade. Só que hoje, graças às novas formas de comunicação destilam a sua peçonha como uma praga de gafanhotos em tempos de catástrofe.

 

Voltando à expulsão dos judeus, D. João II deu, mais uma vez, mostras de uma grande lucidez e abriu-lhes de par em par as portas do reino. Vagas de judeus entraram em Portugal, para trouxeram as suas riquezas a sua inteligência. O rei teve a clara noção que este importante grupo era fundamental para a construção da grande nação multirracial que pretendia construir. Pena foi que o seu sucessor D. Manuel, pressionado por poderosas forças externas, os tenha expulso do país ou obrigado à conversão forçada. Muitos foram oa que saíram , levando as suas valências para outras paragens, mais à norte, desbaratando assim um valioso capital. 

 

No dia 28 de Maio de 1926 inicia-se em Braga um movimento militar, comandado pelo general Gomes da Costa que anuncia o princípio do fim da 1.ªa República. Na sequência deste movimento as forças mais conservadoras e antidemocráticas da nação  tomaram as rédeas do poder e instauraram uma ditadura de quase meio século.

 

A primeira República com a vida política centrada no Parlamentarismo radical nunca foi capaz de criar estabilidade , nem de respeitar os governos democraticamente eleitos. A República foi assim cavando a sua própria ruína. Só entre 1920 e 1926 existiram 20 governos. A média de duração de cada um foi de cerca de três meses. Crise económica, instabilidade, falta de autoridade do estado, movimento sindical extremamente agressivo foram alguns dos ingredientes deste conturbado período da jovem Republica.

 

No contexto, actual com o país atingido por uma crise internacional  que exige unidade e estabilidade há quem queira levar o país para o caos fomentando instabilidade a qualquer preço. Senão veja-se: temos um governo eleito democraticamente há poucos meses. Mas as oposições políticas e os seus acólitos acham que deve ser derrubado, alegando os mais desvairados argumentos. Que o governo é incompetente, que o primeiro-ministro não tem carácter, que foi  eleito com base numa mentira, que engana o povo, que explora a classe média, que oprime os descamisados, que quer privar-nos  da liberdade. São apenas alguns dos argumentos dirimidos da extrema direita à extrema esquerda. Para essa gente que não quer aprender com a história a troco de mais umas migalhas de poder pouco interessa o bem-estar do povo. O povo para eles é apenas o trampolim para se alcandorarem  até aos meandros do poder. Para eles o povo tem o mesmo valor que teve Gomes da Costa para os  reaccionários de 1926. Levou um pontapé no rabo e só parou, deportado, nas ilhas dos Açores.

 

Pede-se respeito pelas instituições da República, pede-se bom-senso aos políticos, pede-se seriedade aos comentadores e pontas de lança da desestabilização. Para bem do povo, para bem da nação. Para bem de Portugal.

.MG

 

 

27 Mai, 2010

Diáspora

Um Fulano, não identificado, escreveu num comentário ao meu post Portugal tem futuro: Então não? porteiras e pedreiros em Bucareste desta vez . Como não tive acesso ao Link para responder vou aproveitar a afirmação para fazer algumas reflexões sobre a tradicional diáspora portuguesa que se bem percebi é o significado implicito do comentário,

Antes de mais quero dizer sem qualquer complexo que pedreiro ou porteira são profissões tão dignas como quaisquer outras, quer sejam exercidas em Bucareste , Ankara, Pequim, ou Freixo-de Espada à Cinta.E há bons e maus pedreiros portugueses por esse mundo fora pois faz parte da genética portuguesa a procura de novos horizontes. Se olharmos para a nossa história pudemos concluir que até a fundação de Portugal está ligado a um processo emigratório.  Ou não será o primeiro rei Português descendente dum emigrante borgonhês? A massa que moldou o português moldou-se no caldeamento de povos e culturas que se encontraram e miscigenaram em processos migratórios.

 

A emigração portuguesa é, portanto, quase tão antiga como a nação portuguesa. Atinge a sua máxima dimensão durante o processo conhecido como Descobrimentos.  No século XVI já havia portugueses em todos os continentes, governando a vida e criando descendência. Não é por acaso que a língua portuguesa é uma das mais faladas no mundo. Não é por acaso que fortes comunidades portuguesas, estejam implantadas em diversos países. Não é por acaso que muitos descendentes lusos ocupem hoje importantes cargos nas nações onde decidiram viver: há políticos, cientistas, professores, militares, industriais, comerciantes, pedreiros ...e seja qual for a função que desempenhem contribuem com o seu trabalho para a riqueza e desenvolvimento desses países. Assim, estou à vontade para afirmar que Portugal é uma nação que tem futuro, até por que as suas fronteiras não têm limites, melhor tem os limites da própria imaginação.

MG

26 Mai, 2010

Selvas

 

A vida é uma criança que é preciso embalar até adormecer  

                                                                  Voltaire

 

E se embalássemos a crise até a adormecer? E se quando acordássemos, o pesadelo que nos persegue , nestes dias, já tivesse passado? Quem sabe  se não mergulharíamos no sonho, essa dimensão perdida da humanidade que é capaz de mover montanhas. E se despertássemos a criança que há em nós e na vida? Talvez aí encontrássemos a solução simples para a complexidade que teimamos em inventar. Como dizia Rousseau ,será que existe um bom selvagem, dentro de cada um de nós? Ou será que o mundo adormeceu embalado pelas mãos de maus selvagens?

MG

25 Mai, 2010

Crise ou sacanagem?

 

 

Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera.
(Che Guevara)

 

O mundo está em grande ebulição.Todos os dias nos surpreende com novos e inesperados episódios. Todos os dias ouço as mais desvairadas explicações. O certo é que continuo sem saber o que se está a passar.Os mercados, dizem, estão nervosos. Mas porque será que estão nervosos? Pus-me a fazer uma reflexão retrospectiva e constatei: durante os últimos cem anos, houve guerras, epidemias, crises cíclicas do capitalismo, países endividados, guerras comerciais. Tiveram causas, provocaram consequências e entendemos porque aconteceram. Foram sendo resolvidas com eficácia e pragmatismo.

 

A dúvida subsiste.Por que é que os especialistas da ciência  económica e os decisores políticos de todos os matizes não conseguem entender a sensibilidade dos mercados. Por que é que todas as medidas tomadas para os acalmar não resultam? Os mercados estão muito sensíveis e parece que não querem acalmar. Nem com Xanax, nem com psicoterapia. E se se lhes aplicasse terapia de choque?

MG

24 Mai, 2010

Profetas do medo

O MEDO DA DESGRAÇA É PIOR QUE A DESGRAÇA

 

Leib Lazarov

 

O medo paralisa a acção. A coragem é caminho para o triunfo. Em Aljubarrota venceu a ousadia e a inteligência. Em Aljubarrota perdeu a arrogância e o medo. Aqueles que do medo fazem o seu modus vivendus estão condenados à inexistência. O progresso  da humanidade fez-se com ousadia e determinação. Há momentos na vida das nações que exigem romper com o desânimo e avançar. Nenhuma nação nasceu e cresceu do medo. Portugal é disso exemplo.

 

MG

PS:Portugal sempre deu certo, Portugal vai dar certo.

 

 

 

 

 

23 Mai, 2010

Portugal tem futuro

 

Os grandes navegadores devem a sua reputação a temporais e tempestades

                                                                                    Epicuro

 

 

E contra ventos e marés continuamos a navegar por mares nunca de antes navegados, desafiando  monstros de papel e adamastores de retórica falaciosa. As borrascas são sempre passageiras e  não se vencem com navegadores de águas paradas. Vencem-se com coragem, com determinação, com ousadia. E na história só ficarão os grandes navegadoes. O resto é fogo- fátuo.

 

MG

 PS: Portugal tem passado, Portugal tem futuro

 

Quanto maior a dificuldade, tanto maior o mérito em superá-la.

 Henry Ward Beecher

 

 

 Nos momentos de maior dificuldade, quando a nau está quase a afundar-se exige-se do comandante nervos de aço e pulsos fortes. E se os ratos começarem a abandoná-la atirando-se ao mar que o façam; e se as ratazanas, na seu desvario quiserem afogar o comandante, que sejam atiradas borda fora. Na nau devem ficar aqueles que acreditam na sua salvação, unidos e convictos que a levarão a bom porto. Esses são os herdeiros dos velhos marinheiros que por "mares nunca de antes navegados passaram ainda além da trapobana"(Camões) MG

20 Mai, 2010

Hitler e Merkel

 Hitler e Merkel estão separados por um abismo. Abismo temporal, abismo posicional, abismo conceptual, abismo ideológico. Mas numa coisa estão unidos, diria até quase plasmados: no desejo de construir uma Alemanha poderosa e dominadora em termos europeus. Uma Alemanha que extravase as suas fronteiras tradicionais e as prolongue por todo o velho continente. Hitler tentou concretizar esse projecto, utilizando uma ideologia rácica e musculada. Merkel , utiliza tácticas e métodos diferentes. A Alemanha aprendeu com as derrotas que em vez de utilizar a  razão da força pura e dura, tinha que, com mais subtileza e inteligência, usar a força da razão . E está paulatinamente a concretizar os seus objectivos, de certa maneira aliando-se à única e velha inimiga, que como sempre o fez lhe podia tolher os passos. Em resultado dessa estratégia, o verdadeiro governo da Europa encontra-se cada vez mais centrado no eixo franco-germânico. É verdade que muitos países se foram pondo a jeito, mas estou convicto que mais tarde ou mais cedo, duma maneira ou de outra ,isso acabaria por acontecer. A tendência será o centro económico e financeiro transformar-se no centro político à volta do qual girarão como satélites os países da periferia. E isto, vendo bem, ainda é melhor que ficarmos fora de órbita em autêntica roda livre.

 

Portugal foi, em tempos, quando havia ambição, coragem e gente   valorosa  o país que procurou encontrar alternativas ao eurocentrismo. E aproveitando a sua vocação marítima criou oportunidades de verdadeira independência que depois não teve engenho para manter. É certo que construiu pontes que hoje constituem uma mais valia, mas o certo é que no contexto actual, a sua sobrevivência passa por perder autonomia em detrimemto  do núcleo dominante no espaço europeu. E isto é que é a realidade. Se governa o "incompetente, mentiroso e mau-carácter" Sócrates ou o já proclamado salvador da pátria Coelho, é apenas politiquice barata.

MG 

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