Tive o privilégio de assistir em Abril de 74, no largo do Carmo, à queda do regime totalitário que governava Portugal. Tive a honra de participar na luta que se travou pela instauração da democracia. Assisti à luta que se travou nas ruas e nos quartéis pela liberdade. Senti estar em causa a liberdade de expressão, no maior investida feita pela esquerda radical, para controlar os meios de comunicação e que teve oseu clímax com o caso República. Era o verão quente de 75. Lutava-se com empenho, com entusiasmo , com frontalidade e de cara destapada.
Nestes estranhos dias assisto perplexo a uma guerra sem quartel contra um governo eleito democraticamete. O palco, não são as ruas, nem a luz do astro-rei. Nasce em esconsos gabinetes do sistema judicial, com seleccionadas fugas de informação. Desenvolve-se em obscuras redacções sedentas de protagonismo, representa-se na blogosfera da gente bem, que tem como expoente, entre outros, um tal inefável Albergue Espanhol(?), prolonga-se nos comentários dos fazedores de opinião. Concretiza-se, por razões diversas, na irresponsabilidade e no oportunismo nos partidos da oposição.
Esta cabala alimenta-de de indícios, suspeitas desgarradas e inconsequentes, conseguidas através de transcrição deturpada de escutas que estão em segredo de justiça. Pôe-se em causa a idoneidade dos altos cargos da justiça, desrespeitam-se ordens judiciais, com subtilezas e actos de esperteza saloia. É uma guerra suja, trava-se de forma sinuosa no escuro dos esgotos. É um frio e sombrio inverno de 2010.
A hipocrisia chega ao ponto de inventar cenários para substituir um primeiro-ministro, que ganhou as eleições e não está acusado de ter cometido qualquer delito. O tempo é de resistência e de desmascarar os ratos de esgoto. A verdade é como o azeite e acabará por vir ao de cima.
MG
PS-Há uma dúvida que gostaria de ver esclarecida: porque foi colocado nos destaques do Sapo um blog, chamado "todos pela liberdade"(?), criado expressamente para fazer uma manifestação contra o governo português?