a audácia de existir
José Gil ganhou espaço na pantalha comunicativa com uma tese, divulgada em livro e chamada o medo de existir. De uma forma geral a sua teoria assenta no pressuposto, se a memória não me de que a indiossincrazia da nação portuguesa se alicerça no medo. Perdõem-me a ousadia, pois nem sou filósofo encartado, mas eu acho que essa indiossincrazia a existir não se alicerça no medo, ms antes no não-medo.
E para comprovar isso basta recordar alguns momentos fundamentais da história de Portugal:
A fundação do estado português é o melhor exemplo, pois toda a vontade de ser independente dos barões de Entre Douro e Minho não seria concretizável sem áudácia , coragem e a determinação de enfrentar a poderoso império de Afonso VII. A mesma determinação está presente na luta contra a moirama do sul para alagar o território e o tornar viável. E Afonso Henriques não receia dar voz de comando a esse desejo de existir como país no contexto difícil de uma península cada vez mais hegemonizada pelo centralismo de Castela.
O outro grande exemplo da audácia portuguesa está patente no periodo complicado que se vive após a morte de D. Fernando, E a sobrevivência de Portugal como país e a partir de então também como nação alicerça-se numa aliança popular , caldeada num querer continuar a existir como nação e como povo autónomo. Sá a coragem da chamada arraia-miuda, convence o indeciso bastardo D. João a enfrentar e a vencer o poderoso estado castelhano numa luta desigual, como David contra Golias.Aljubarrota é , sem dúvida o simbolo da e que o não-medo maneira de estar do povo Português,
E que dizer da veia conquistadora e descobridora, com as suas glórias e misérias, da gesta lusitana.?Que povo intrinsecamente receoso teria avançado pelo mar desconhecido e desafiado o poderoso Adamastor?
Como teriam quarenta conjurados destituído os representantes do governo de Castela sediado no país e imposto de novo a soberania nacional, sem audácia de querer existir fora do domínio do invasor?
E D. joão VI foi prudente ou medroso, quando manteve o leme da nação nas suas mãos e não se entregou aos caprichos do imperador Napoleão? Foi com medo de existir que se expulsaram do país, por três vezes as disciplinadas tropas francesas? Com ajuda, é certo , mas com a vontade indómita de NAÇÃO VALENTE E IMORTAL, a única que se manteve coesa , viável e independente, numa península castelhanizada. Apenas porque sempre quis existir.