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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Esta noite tive um sonho. Um sonho prometedor. Sonhei que era ministro. Coisa que nunca fui, não serei e duvido que queira ser. Mas os sonhos não dependem da nossa vontade e tive que aceitar. Só que não era ministro eu mesmo. Estranho? Real como nos sonhos. O ministro que eu mesmo não era, era um ministro mesmo ministro e que era eu. Confuso? Como os próprios sonhos. Ao menos podia ter sido um ministro interessante como o Manuel Pinho, aquele que pôs os palitos ao deputado do PCP. E mereceu-os pelas garotices que para ali estava a papaguear. Grande ministro. Mas não, não foi este que me calhou na rifa. Foi nem mais, nem menos  o espécime que dá pelo nome de Gaspar. E mesmo sendo num sonho não há nisto qualquer similitude. Primeiro, porque não sendo um George Cloney, não me considero feio. Segundo, porque não tendo sido prendado com o dom da palavra, não sou um 33 rotações riscado. Terceiro, porque apesar de ter comida, incomoda-me que alguns não a tenham. A única coisa em que temos algumas parecenças é na estatura portátil. Coisa que me chateia particularmente depois de conhecer o tipo.

Como descalçar esta bota foi o que me ocorreu em plena acção ministerial sonhadora. O mais simples era matar o Gaspar que havia em mim. Mas a tarefa não parecia fácil, pois corria o risco de ir junto com o gajo. Não me agradou a ideia até porque gosto de admirar caras lindas e não sei se lá do outro lado as há com tanta qualidade.Já o ministro que era eu, não lhe devia fazer grande diferença, pois para ele as caras larocas são apenas números Excel. O tempo passava na inversa da minha angústia. Que mal terei feito para ter um sonho assim, pensei sonhando. Foi aí que me bateu a solução ideal. Sendo um sonho, talvez pudesse, com uma varinha mágica,  transformar o Gaspar ministro numa abóbora, ficando eu ministro Gaspar de fora. Contudo, não deixava de ser arriscado pois a abóbora podia ser chamada a desempenhar o papel de carruagem na história da Gata Borralheira e sendo  a peça quem é ainda fazia de uma história feliz numa história de horror. Que é  o que acontece onde o Gaspar mete a mão. A Gata não merece, já sofre qb nas mãos da madrasta, (uma versão Gaspar de saias)  recorrentemente. Mas confiando que a fada madrinha não é tonta e que topa o sujeito, talvez o atirasse para dentro de um caldeirão de comida. Começava a ficar satisfeito com a solução e já me via ministro, eu mesmo, nem que fosse por um dia. O que chegava para repor os subsídios confiscados, repartir os impostos de forma justa, e dar um pontapé nos tomates do Relvas para não sair mais descendência daquela estirpe. Chegava mas não chegou, porque mesmo no momento em que isso ia acontecer, acordei. Voltei ao mundo em que até sonhar paga imposto. Não sou ministro, mas o Gaspar não me tira a liberdade de pensar. Não há Gaspar que corte a raiz ao pensamento E isso é uma divina consolação.

 

MG

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