Xenofobia e mediocridade
A União Europeia tem vindo a perder influência na economia mundial. A economia não é uma actividade estática, está em constante evolução e dependente de muitas variáveis. A globalização contemporânea associada a algum adormecimento, a políticas globais erradas e ao despertar da China, conduziram a essa situação, que poderá ser reversível. Mas o mais preocupante é que a Europa está a perder alma. Está a deixar de ser o espaço onde nasceram e cresceram os valores humanistas que tornaram o mundo mais justo e mais solidário. Depois de meio século de progresso social, a UE está a renegar-se, a fomentar a xenofobia e se não arrepiar rapidamente caminho, acabará por autodestruir-se.
A deriva que está a atravessar a Europa democrática, pode atribuir-se mais do que à economia, à mediocridade dos seus dirigentes, quase todas provenientes da direita política. Esta geração de políticos, nascidos no seio da prosperidade, não foi formada num espírito de unidade civilizacional e parece ser desconhecedora de qualquer sentido da evolução histórica. É pária da solidariedade. É inimiga da igualdade e da justiça social. É inflexível com os mais fracos. É desleixada com o poder selvagem dos mercados.É divisionista e retrógrada. É insensível ao sofrimento dos povos que trata como números. Se assim não fosse, se a UE fosse dirigida de acordo com os princípios da construção europeia, o problema financeiro já estaria a caminho da resolução.
A questão que fica no ar, é a de como foi possível criar estes demónios de destruição! Encontrar a resposta é fundamental para que se possa parar a sua sanha destrutiva e para que este erro colectivo não volte a repetir-se.
MG