O génio, o nabo e a bela adormecida
Vítor Gaspar disse que estava a pagar ao país o enorme investimento que fez na sua formação. A sua formação pode ter sido excelente. O seu currículo pode ter sido brilhante. O seu QI pode estar acima da média. A forma arrogante e autoritária de agir, como se fosse o dono de toda a verdade leva a pensar que é dotado de genialidade. Pode ser um génio da manipulação dos números, o supra sumo do deve e haver. A competência em contabilidade não é atributo para dirigir as finanças de um país. As finanças de um país ou até de uma simples empresa exigem mais requisitos que a capacidade para fazer balanços e balancetes. Porque um país é constituído por pessoas de carne e osso. A dimensão da vida humana não se pode mensurar apenas aritmeticamente. Mas é assim que este ministro trata os portugueses.
Para o dito ministro das Finanças de Portugal as gentes são algarismos, os cidadãos são contribuintes, os contribuintes são cifrões. Não interessa se comem, se dormem, se têm sentimentos. São uma espécie de homem máquina do qual é preciso tirar todo o rendimento. Acima, muito acima, paira a inteligência suprema gerada nas catacumbas do poder dos mercados. Um génio omnipotente eivado de loucura. O grande senhor das vidas sem vida. Mesmo contestado e desprezado por quase todos mantém-se impávido, porque ainda conta com o apoio incondicional de um primeiro-ministro subserviente e sem cérebro. Somos governados por um génio assessorado por um nabo. Para cúmulo da desgraça temos na Presidência da República a Bela Adormecida.
MG