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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Delim  delim

delim delão

toca o sino

pra procissão

corre o emigra

no seu carrão

estala o foguete

no pino do verão

 

O rosmaninho

rasteja no chão

milhares de rodas

comem alcatrão

baratas tontas

em diversão

felicidade

em poluição

 

À romaria

chega o ladrão

com  muitos sorrisos

semeia ilusão

parte confortado

por grande ovação

o sino repica

pra corrupção

 

Roubam a seara

pra tira-lhe o pão

espremem o suor

como a um limão

esquece-se a injustiça

e a aflição

para a caravana

e passa o cão

 

Morra o otário

viva o ladrão

mais o vigário

e o patrão

da nação

delim delão

toca o sino

para a extorsão

 

 

Prenhes as praias

de multidão

tostam  os corpos

rolando no chão

cantam hossanas

ao bendito verão

nas águas mergulha

uma ficção

 

Soam as trombetas

e nasce a canção

jovens imberbes

dormindo no chão

juntam os corpos

em comunhão

incham os ventres

porque é o verão 

 

Velho reformado

conta a pensão

leva o andor

vai na procissão

pede a Deus

só mais um tostão

que estes daqui

Já não lh`o dão.

 

O poeta triste

faz uma canção

poema sem rima

exprime a emoção

ninguém o entende

que desilusão

entre ladainhas

passa a frustração

 

Faz-se sementeira

de mais ilusão

a chuva do medo

raio! apaga o verão

já não toca o sino

para a procissão

Delim delim

Delão delão

 

MG

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