Gladiadores
Miguel Sousa Tavares, com a assertividade que o caracteriza, desvalorizou as potencialidades da selecção portuguesa de futebol. Está no seu direito. Miguel Sousa Tavares com alguma arrogância intelectual considerou pimba (expressão minha) o discurso e os simbolos de patriotismo que se desenvolvem à volta da selecção. Com o todo o respeito discordo. E descontados os excessos que atribuem aos resultados desportivos a salvação da pátria, não há dúvida que as vitórias do futebol, levantam a moral, puxam pelo ego, renovam a auto-estima, contribuem para a união nacional.
No tempo em que as guerras eram a sério e em que se lutava pela defesa da nacionalidade, mostrámos a nossa fibra em Atoleiros, Alubarrota, linhas de Torres entre outras batalhas. No tempo de espaços territoriais definidos e fronteiras estáveis a luta transfere-se para os estádios desportivos. Aqui essa tarefa é entregue aos gladiadores do século XXI, que assumem a defesa dos valores pátrios. É uma guerra em que não há mortos nem feridos, apenas uns arranhões, mas que tem a mesma simbologia. Nesse sentido desempenha importante papel, como desempenhavam para os gregos os jogos de Olímpia.
MG